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Afeganistão

Uma frente imperialista do PSOL, PCB e PSTU ao Véio da Havan

Esquerda antipetista põe as cartas na mesa: são antipovo, antioprimidos, antioperários e pró-inimigos da humanidade

PSOL, PCB e PSTU estarem no mesmo campo em que a direita se encontra não é novidade. Durante os 90 minutos da luta contra o golpe, todos os três jogaram no time dos golpistas. PSOL, como é um partido de várias correntes internas, ia desde o “imperialismo por favor derrube agora o governo do PT”, passando pelo “viva a Lava Jato”, até o cínico “não queremos o golpe, mas não defendemos o governo Dilma”. Ou seja, o partido inteiro apoiou o golpe. O PCB, corrente externa do PSOL mais antiga — e portanto mais malandra — ficou calada a maior parte do tempo. E quando falou, falou que não era para defender o governo do PT, que não ia apoiar a “histeria” de que haveria um golpe de Estado em curso etc. O PSTU, que vive em uma espécie de amor platônico pelo PSOL, foi o mais radical de todos: pediu abertamente a derrubada do governo do PT.

A patifaria golpista era coberta por um discurso supostamente “esquerdista”: não iriam lutar contra o golpe porque eles tinham descoberto um jeito de apoiar o golpe que era mais revolucionário do que a própria luta contra o golpe.

Esse cacoete se manteve durante todo o período seguinte. A cada passo que o golpe dava, a esquerda antipetista se colocava no campo da direita. E sempre com os mesmos argumentos — “Lula livre não unifica”, “a correlação de forças não permite o Fora Bolsonaro” etc. O mais utilizado nos últimos dois anos tem sido o antibolsonarismo de araque, que é mais ou menos assim: se Bolsonaro falar A, a esquerda deve defender obrigatoriamente o contrário de A. E, com isso, ficaram a favor do STF contra todos os direitos democráticos, estão apoiando a destruição da cultura nacional, apoiaram os governadores salafrários durante a pandemia e por aí vai.

Mas agora essa desculpa já não serve mais. Porque, embora a polarização política continue se intensificando, estamos diante de uma questão em que a direita tradicional e a extrema-direita têm exatamente a mesma posição. Não é mais possível ficar ao lado da direita com a desculpa de que está sendo contra a extrema-direita: para continuar sua tradição golpista, a esquerda antipetista terá de voltar a agir como em 2016: apoiar abertamente a política da direita e da extrema-direita juntas. E ela já fez sua escolha.

A questão a qual este diário se refere é a expulsão das forças armadas norte-americanas e da OTAN do território afegão. A insurreição, que tomou conta do país e chegou à capital há 8 dias, foi dirigida pelo Talibã, um grupo com fortes aspirações nacionalistas.

A vitória do Talibã consistiu em uma derrota vergonhosa para o imperialismo. Que a situação dos Estados Unidos era frágil, isso já era sabido — tanto que não conseguiu derrotar o governo sírio e está vivendo uma crise social colossal em seu próprio território. No entanto, a vitória do Talibã colocou o dedo na ferida: mostrou que a polícia do mundo, a máfia que intimida todos os povos pela força para saquear suas riquezas, está definhando.

Isso jamais poderia ter acontecido. Agora, todos os oprimidos do mundo levantarão a cabeça e irão querer fazer o mesmo que o Talibã. Se um grupo guerrilheiro extremamente pobre e atrasado conseguiu derrotar um trilhão de investimentos de guerra, por que o governo venezuelano não poderia? Por que a China e a Rússia não poderiam? E é justamente por causa dessa situação delicada em que o imperialismo se encontra que a propaganda da direita contra o Talibã foi gigantesca. Acompanhada, é claro, pelos capachos da esquerda antipetista.

O jornalista Reinaldo Azevedo, apresentador da Rádio Bandeirantes e funcionário do PSDB, foi um dos que saiu dando chilique com a vitória do Talibã. E não por acaso, pouco antes, havia atacado o PCO, dizendo que defenderia a prisão de seus militantes caso criticassem o STF. A revista Veja, de onde Reinaldo Azevedo ganhou projeção, também publicou várias matérias contra o Talibã, sendo que, em uma delas, criticava diretamente o PCO por ser a favor da expulsão das tropas norte-americanas. Disse a revista: “defender a invasão do Talibã no Afeganistão é assustador. Um partido que prega defesa dos direitos humanos deveria saber que muitos desses direitos serão desrespeitados a partir de agora naquele país”.

Essa seria a direita “cheirosinha”, com quem a esquerda antipetista sempre anda de mãos dadas. A extrema-direita bolsonarista também seguiu o mesmo caminho, aproveitando tanto para atacar o Talibã como o PCO. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente ilegítimo, publicou um vídeo do PCO em defesa do Talibã e atacou o partido. Kim Kataguiri, por meio do Twitter, ironizou uma publicação do PCO, que dizia que a expulsão era uma vitória dos oprimidos, dizendo: “sim, PCO, por isso que o povo oprimido está se segurando do lado de fora de aviões para fugir do país”. Luciano Hang, o Véio da Havan, um dos mais fiéis cabos eleitorais do fascista Jair Bolsonaro comentou a mesma publicação, dizendo: “o povo tentando escapar do terror, agarrado em rodas de avião e o PCO com esse tipo de comentário desumano”.

E PSOL, PCB e PSTU, o que disseram de diferente? Nada. Jones Manoel (PCB) ao estilo Kim Kataguiri, também ironizou o PCO, dizendo que apoiar o Talibã, bem como apoiar Neymar contra o imperialismo, seria algo ridículo. Juliano Medeiros (PSOL), embora não tenha citado o PCO neste caso — citou nos mesmos casos em que o PCO foi criticado por Reinaldo Azevedo —, criticou “a esquerda que está comemorando a vitória do Talibã”. Ou seja, o PCO. E Vera Lúcia, representante do PSTU, foi às redes sociais dizer que “quase ninguém defende as ideias estranhas do PCO sobre isso” e que “o PSTU não comemora a tomada de poder pelo Talibã”.

Em uma guerra, não dá para enrolar, por mais enrolões profissionais que os políticos da esquerda pequeno-burguesa sejam. E eles escolheram o seu lado: o do PSDB, de Reinaldo Azevedo, do MBL, de Bolsonaro e do Véio da Havan. Alistaram-se ao exército dos inimigos do povo.

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