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2 de outubro

Uma ação independente dos trabalhadores para derrubar Bolsonaro

MBL, PSDB e toda sua corja não são bem-vindos no ato dos trabalhadores. É preciso denunciar a política de frente ampla e mobilizar os trabalhadores

A ação da direita dita “democrática” que realizou no dia 12 de setembro o ato em prol da candidatura da terceira via abriu uma enorme polêmica no interior da esquerda. Por mais incrível que possa parecer, setores da esquerda pequeno-burguesa estão decididos em manter a defesa da frente ampla com a burguesia, mesmo após os atos do dia 12, organizados por esta mesma direita, se mostrarem um total fiasco. Esse ato também revelou que todo este movimento do PSDB e MBL apenas consiste na manobra eleitoral de esmagar a mobilização da esquerda e colocar a terceira via como alternativa ao bolsonarismo.

Terceira via pode ser impopular, mas…

De acordo com esta política, Guilherme Boulos, recém anunciado como pré-candidato ao governo do estado de São Paulo, decidiu publicar em sua coluna no jornal golpista Folha de S.Paulo, que as manifestações do 7 de setembro comprovaram que “as duas forças capazes de mobilizar multidões no Brasil seguem sendo o bolsonarismo e a esquerda”. Neste sentido, Boulos revela o óbvio, afirmando que o dia 12 comprovou a falta de popularidade da terceira via. Contudo, destacou que esse fato “não deve nos levar a conclusões arrogantes, de autossuficiência”. Para Boulos, o menino da Folha de S.Paulo, o principal jornal impulsionador desta política de frente ampla, os atos do dia 12 podem ter sido um fracasso, porém não deixam de mostrar a importância de uma aliança “mais ampla” com a direita.

A teoria inventada por Boulos, para justificar que a aliança com um setor amplamente impopular seria positiva, é que “a esquerda sozinha não tem condições de derrotar Bolsonaro. Se tivéssemos, ele já não estaria na Presidência. Isso quer dizer que, para avançarmos em direção ao impeachment —que deve ser, sem vacilações, a nossa estratégia— é preciso ampliar o leque”. Ou seja, a esquerda que tem a CUT, que coloca o povo nas ruas, que tem a principal candidatura dos trabalhadores (Lula), é incapaz de derrotar o bolsonarismo, que segundo os mesmos analistas teria – o que não concordamos – protagonizado um grande fiasco no dia 7 de setembro.

O faz de conta anunciado por Boulos é na verdade mais uma revelação sobre o papel do PSOL no boicote às manifestações dos trabalhadores, e no apoio, cada vez mais expressivo, à política de João Doria e de toda terceira via. O PSOL afirmou em nota que não participaria dos atos do dia 12, contudo, uma das suas principais representações em São Paulo, Isa Penna, participou ativamente da manifestação direitista, tirou foto com Tabata Amaral, e outras figuras do golpe e expressou todo seu apoio à ação promovida pelos fascistas do MBL e do PSDB. Antes disso, seu presidente ─ Juliano Medeiros ─ já havia defendido a participação do PSDB na manifestação de 3 de julho. Agora, seu principal cacique, fala abertamente em infiltrar a direita na mobilização dos trabalhadores.

O golpe de Boulos e do PSOL contra a mobilização dos trabalhadores

O partido de Boulos é o mesmo que por meio de sua candidatura protagonizou uma parte da manobra golpista contra o PT para 2022. A candidatura de Boulos em São Paulo vem com o propósito de tirar votos da principal candidatura da esquerda, encabeçada por Fernando Haddad, o ex-candidato à presidência pelo PT em 2018. Segundo as análises puramente eleitorais, não faria nenhum sentido Boulos se lançar candidato, disputando voto com o PT. No entanto, como parte da manobra da frente ampla, dividir o PT, o principal partido da esquerda, eleitoralmente é o primeiro passo para garantir a vitória da direita.

Vale também destacar que Boulos e o PSOL trabalham para colocar o movimento dos trabalhadores a reboque de verdadeiros fascistas. João Doria, principal figura da terceira via, a mesma apoiada por Boulos, é o responsável por tratar de privatizar a toque de caixa a companhia de saneamento de São Paulo, anunciar a venda de novos parques e ainda fazer campanha pela entrega de uma das principais empresas nacionais, a Petrobras.

A campanha de Doria, o privatizador, é intensa. O mesmo quer se mostrar para o principal setor da burguesia como um candidato que fará mais que Bolsonaro, privatizará mais, esmagará ainda mais os trabalhadores com a política neoliberal. Doria já se mostrou pela prática uma figura nada democrática, ao dar a Avenida Paulista nas mãos dos bolsonaristas ao mesmo tempo que tentava proibir os atos da esquerda em todo estado de São Paulo. É a reboque destas figuras que Guilherme Boulos quer colocar todo o movimento popular.

No dia 2 de outubro, a política destes setores em defesa da frente ampla serve apenas para atender aos interesses da burguesia golpista, que quer novamente se infiltrar no movimento. Ao contrário do que afirma o funcionário da Folha, os trabalhadores não só podem como devem lutar de maneira independente para derrubar Bolsonaro nas ruas. O ato do dia 2 precisa ter como eixos centrais a campanha nas ruas pelo Fora Bolsonaro, Doria e todos os golpistas, contra a frente ampla, as privatizações e com um programa de luta dos trabalhadores, exigindo a redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais, contra a entrega do petróleo e da Amazônia. Além disso, a campanha pela reforma agrária e contra o latifúndio se faz fundamental neste momento de alta na repressão contra os trabalhadores do campo e os indígenas.

Na mobilização dos trabalhadores, coxinhas não são bem-vindos

Outra questão de extrema importância é Lula garantir sua presença nas manifestações, intensificando a campanha em sua defesa e por um governo dos trabalhadores. Todas estas revindicações são incompatíveis com a terceira via de João Doria, um defensor do massacre contra os trabalhadores.

Doria e toda sua corja não são bem-vindos na manifestação dos trabalhadores. Assim como ocorreu no dia 3 de julho, a direita deve ser expulsa dos atos populares, pois eles são os verdadeiros pais do fascismo no Brasil e da candidatura de Bolsonaro. A política de Boulos é uma política abertamente direitista, a frente ampla precisa ser combatida e nas ruas deve ser consolidada a mobilização dos trabalhadores.

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