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Apartheid local de vacinas

Ricardo Nunes começa mandato impedindo cidadãos de se vacinarem

Na corrida pela vacina, os cidadãos serão obrigados a apresentar comprovante de residência atestando que é morador da cidade mais rica do país.

Quando parece que as coisas estão tão ruins que nada pode piorar, eis que surge no noticiário mais um absurdo dos responsáveis pela administração da vida pública. Pelo visto, o substituto de Bruno Covas não deixa nada a desejar quanto a falta de empatia pelos oprimidos. O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou que a partir desta sexta-feira, 28, a Prefeitura exigirá comprovante de residência a todos que buscarem a tão desejada vacinação contra a Covid-19. A medida foi revelada em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira 27, no aeroporto de Congonhas.

Com essa medida, um cerco delimitador circundará todas as 468 Unidades Básicas de Saúde (UBS), postos de drive-thru assim como todos os locais utilizados para vacinação contra os que não apresentarem o “passaporte paulistano”. Na corrida pela vacina, os cidadãos serão obrigados a apresentar comprovante de residência atestando que é morador da cidade mais rica do país. Isso mesmo: a cidade mais rica do país montará um esquema para esconder a falta de vacinas justamente no momento em que uma terceira onda se encaminha e as mortes não decrescem. Essa, portanto, é a dobradinha PSDB de Doria e do falecido Covas que agora encontra em Nunes um representante da política da burguesia: restringir ao máximo os gastos com vacina para não reduzir os ganhos dos banqueiros.

Segundo dados do Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira, 27, o estado chegou ao somatório de 3.239.657 de casos durante toda a pandemia, acumulando um total de 109.850 óbitos. Na quarta-feira, 26, o número de pacientes internados no estado chegara a 23.099, sendo 10.545 em unidades de terapia intensiva e 12.554 em enfermaria. Desta forma, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado chegou a 80,9% e na Grande São Paulo 77,7%. Esse é o resultado desastroso da política da “direita civilizada” capitaneada por Doria e Covas. Agora, com a crise nas alturas, a direita recorre à política criminosa de impedir quem não tem comprovante de residência e ateste que mora na cidade. O governo e a prefeitura de São Paulo deveriam vacinar a todos que se apresentassem para receber a vacina. Essa seleção é criminosa, pois as pessoas estão morrendo. Principalmente idosos que não são de São Paulo. Seguindo essa lógica de tipo fascista, a prefeitura vai deixar de vacinar um idoso cheio de problemas de saúde só porque não tem o comprovante de residência? Não faz o menor sentido!

Além disso, pessoas com deficiência permanente ou comorbidades devem comprovar seu estado de saúde para poderem tomar a vacina. No caso dos deficientes, o atendimento está sendo realizado nos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) – sendo que nem todos têm esse benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) – muitos lutam na justiça para fazer valer o direito a essa mísera quantia do governo. Ademais, incluindo o BPC, a requerente deve comprovar seu estado de saúde por meio de documento, como o Bilhete Único Especial. Fora toda essa lista de exigências, sabe-se que nem todas as comorbidades foram incluídas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde que, por sua vez, é diretriz central dos programas estadual e municipal de imunizações. No conjunto de determinações da política dos golpistas, a pessoa ainda deve levar um exame, laudo médico, receitas ou prescrição de medicamentos (que constem o CRM do médico) e que tenham menos de dois anos de laudo.

Enquanto nos aproximamos dos 500 mil mortos pelo novo coronavírus, o prefeito de São Paulo busca restringir ainda mais o acesso à imunização, deixando uma gigantesca parcela da população de fora. Essa é a política da direita para o povo, uma política de restrições mesmo num momento em que a crise sanitária se agudiza e a corrida pelas vacinas mundo afora se acelera. Esse é apenas o início da administração de Nunes, o substituto de Bruno Covas. Aos que pensavam que o a substituição seria positiva, essa marca indelével já pode definir de quem se trata quando temos à frente do Estado uma corja de malfeitores inimigos da população. De Bolsonaro aos prefeitos, o sacrifício da população está no tabuleiro da burguesia, e quem opera esse jogo não está nem aí para o sofrimento dos oprimidos e exasperados.

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