Nessa semana, o Partido dos Trabalhadores aprovou no estado do Rio de Janeiro uma resolução que vem culminando na retirada de apoio a Marcelo Freixo (PSB) para o governo do estado. A razão da decisão tomada pela direção estadual do PT no Rio deve-se ao descumprimento que o PSB, partido de Geraldo Alckmin a nível nacional, fez em relação ao apoio à candidatura petista de André Ceciliano (PT) ao Senado.
A decisão tomada pelo PSB foi de golpear em definitivo o PT no Rio de Janeiro e impedir que assim o partido tenha tanto candidatos para o governo como também para o Senado Federal. Com a medida, o partido de Marcelo Freixo e Geraldo Alckmin abriram mão do apoio acertado com Ceciliano, atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e lançaram apoio à candidatura própria do golpista Alessandro Molon. No entanto, de maneira acertada, houve reação. Com o golpe dado pela direção do PSB, o PT no Rio de Janeiro deu um basta e se lançou na iniciativa de lançar uma candidatura própria para o governo do estado com o propósito de formar um forte palanque do ex-presidente Lula.
É preciso seguir o exemplo do Rio de Janeiro
Nas redes sociais Ceciliano saiu em defesa do PT e Alberto Cantalice, da direção nacional, deu fortes declarações em defesa do Partido dos Trabalhadores e contra a ação golpista do PSB. Mostrando poder de reação e o caminho a ser seguido pelos demais setores do partido a nível nacional, o PT no Rio de Janeiro está abrindo uma crise de extrema importância, ao contrário do que afirma a imprensa burguesa, não para “prejudicar” o partido mas sim fortalecê-lo nas eleições e não ficar a mercê dos golpistas.
Cantalice destacou “Nós vamos dar prioridade máxima para a campanha do Lula. O mesmo Lula que quando criminalizado e perseguido, foi abandonado por meia-dúzia de pseudos progressistas, que agora são Lula até debaixo d’água”, destacando o oportunismo que cerca os partidos da burguesia como o PSB. Além disso, o dirigente afirmou que “a vaidade exacerbada e a mesquinharia superam o interesse coletivo”, ou seja, no lugar de defender Lula o PSB queria apenas cargos aproveitando-se da sua popularidade.
Um fato curioso desta crise, revelando ainda mais o que valem os supostos “aliados” que tentam se utilizar a popularidade de Lula, é o apoio da cantora Anitta, que recém declarou que votará supostamente em Lula, afirmando seu apoio a Molon, “meu candidato” contra a direção estadual do Partido dos Trabalhadores. A ação reflete um plano da burguesia em isolar o PT no Rio de Janeiro, um dos principais estados do país, e revela que estes partidos que agora buscam anunciar “apoio” ao PT, na realidade querem apenas sugar a popularidade de Lula para se elegerem.
É hora de romper com todos os golpistas
A situação no Rio de Janeiro é um sintoma de como serão as eleições de 2022 para o Partido dos Trabalhadores. Como também mostra o caminho a ser seguido na luta contra o golpe e contra os falsos “aliados” da burguesia que hoje tentam boicotar a candidatura petista.
A burguesia golpeando mais uma vez as candidaturas do PT e minando até mesmo um eventual governo Lula, o Partido dos Trabalhadores deve seguir o exemplo dado no Rio de Janeiro e romper de vez com todos os golpistas.
Esta crise certamente tende a se espalhar para todo país, e a reação só pode ser a mesma. Os PT seguindo o exemplo dado da militância no Rio de Janeiro, deve se apoiar nas bases de trabalhadores, na sua militância que quer Lula Presidente e lutar contra o golpe de Estado. Este caminho é o caminho do fortalecimento de Lula e da mobilização daqueles que de fato querem vê-lo presidente da República.
É preciso reagir, seguir o exemplo dado e lutar contra todos os golpistas, fortalecendo o PT e a candidatura de Lula contra os ataques da burguesia.
O futuro está na mobilização dos trabalhadores
Não há futuro nessas “alianças” que apenas servem para boicotar o partido e sobretudo a candidatura de Lula em um momento decisivo da luta contra o regime golpista. A única forma de fortalecer verdadeiramente Lula é com o PT se apoiando nas amplas massas de trabalhadores e mobilizando a população.
Ao contrário do que tentam explicar a imprensa burguesa, a força do PT não está em suas alianças mas sim na força que Lula e sua base de trabalhadores possuí, e a militância petista sabe muito bem deste problema. Junto ao PT a CUT possuí em suas bases milhões de trabalhadores de todo país, quem de fato sustenta a luta contra o golpe e a campanha por Lula Presidente são estas pessoas, e não os golpistas que se apresentam como supostos aliados para no final golpear por trás, de forma traiçoeira, o PT e todos os trabalhadores de conjunto.
Romper com os golpistas tirará o peso que segura a candidatura de Lula e as mobilizações populares, permitindo ao partido confrontar diretamente o regime golpista e não ser novamente vítima de um novo golpe da burguesia e do imperialismo. É preciso aproveitar esta oportunidade, fazer como no Rio de Janeiro e coloca abaixo qualquer acordo com os golpistas.
