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Em favor do inimigo

PSOL quer transformar atos da esquerda em comícios de Doria

Unidade com a direita defendida pelo PSOL é o caminho que leva a derrota

O fracasso retumbante dos atos da direita realizados no dia 12 de setembro, com o mote “nem Lula, nem Bolsonaro” — isto é, “Lula de jeito nenhum, Bolsonaro, se necessário for” —, expôs diante de todos a artificialidade da chamada “terceira via”, da direita tradicional, de qualquer apoio popular em qualquer medida. Nem mesmo se valendo de uma campanha popular como o Fora Bolsonaro, e com uma ajuda de setores da esquerda, a direita conseguiu enganar a população, mostrando claramente que são muito mais rejeitados que o próprio Bolsonaro.

No entanto, a “terceira via” soube aprender com o fracasso. Tirou uma lição importante! Para que sua política tenha alguma possibilidade de se concretizar, isto é, para que possam emplacar seu candidato nas próximas eleições presidenciais, necessitam de algum apoio popular real ou aparente. Mesmo de posse de um poderoso aparato eleitoral e de posse de “poderes mágicos” que atuam no interior dos sistemas de contabilização de votos, necessitam, contudo, para uma eleição nacional, de uma base, mesmo que aparente. Não é à toa que a principal alternativa da terceira via seja justamente João Doria (PSDB), o candidato mais plástico da direita, que saiu de BolsoDoria para IdentiDoria, do fascismo para o identitarismo, tudo em busca de um certo apoio.

É preciso ir aonde o povo está, mesmo que seja para enganá-los! Essa é a lição aprendida com o fracasso. O povo, no entanto, está com a esquerda, com a campanha Fora Bolsonaro, tudo que a direita necessita é tomar essa base da esquerda apresentando-se como única possibilidade de derrotar Jair Bolsonaro. Tornar a campanha Fora Bolsonaro um grande comício eleitoral do IdentiDoria como se fosse um político popular e com base social capaz de rivalizar com Bolsonaro, eis aí a estratégia da terceira via.

Nessa empreitada a direita necessita do apoio da própria esquerda ou pelo menos de setores dela. E não foi difícil encontrar quem estivesse a postos para ajudá-lo no campo inimigo, notadamente o PSOL e o PCdoB.

Estes já haviam participado do ato do dia 12 de setembro, embora não oficialmente devido a repercussão em suas próprias bases da criticas feita a essa atitude; tiveram, a contragosto, de recuar, enviando apenas representantes.

Como a deputada estadual do PSOL em São Paulo, Isa Penna, que compareceu ao ato no qual discursou o próprio João Doria. Para justificar sua adesão à direita, Penna citou de maneira cínica Luiz Carlos Prestes, como se seu ato de se juntar com os fascista do MBL e com a direita fosse um ação em prol da humanidade e não um ato de oportunismo atroz:

Mas já se articulam para dar uma passo mais largo, querem traficar a direita abertamente para dentro dos atos da campanha Fora Bolsonaro. Juliano Medeiros, presidente do PSOL, cantou a bola. Na última quarta-feira (15) uma esdrúxula reunião foi realizada entre a esquerda e setores da frente-ampla. Medeiros saldou vivamente uma suposta resolução adotada entre estes setores e quer mesmo ampliá-la.

Medeiros afirmou em suas redes sociais:

E ainda continuando ele seus impropérios, convidando mesmo o bolsonarista de calças apertadas João Doria:

Estelionato evidente. Os milhões que participam do movimento Fora Bolsonaro não foram consultados da participação desta direita, que são verdadeiros sabotadores, e nem deu poder a esses indivíduos para firmar tais e quais acordos.

O PDT, partido golpista que faz parte da unidade sonhada por Medeiros, revelou de maneira mais clara a que se resume tal unidade, possibilitar a participação do PSDB. Segundo seu presidente Carlos Lupi, após a fatídica reunião:

“Estamos conversando com vários partidos mais de centro, PSB, o próprio MDB, o DEM, estamos conversando também com PSDB. Cada um tem seu tempo, seu processo de consulta, mas estamos conversando”.

É preciso esclarecer: a direita de maneira alguma pretende derrubar Bolsonaro, atuam no movimento no sentido contrário, para impedir a radicalização e a natural vinculação deste amplo movimento, que tem potencial para transformar-se em um movimento de milhões, com a candidatura do ex-presidente Lula. Por outro lado, difundirão a candidatura do governador de São Paulo, IdentiDoria. Assim, mantêm Bolsonaro no poder, já que consideram que sua queda aumentaria a crise e beneficiaria a esquerda, contendo assim o ímpeto da campanha, de outro terão uma ampla base social para se valer.

Essa direita que Medeiros louva não se diferencia em quase nada de Bolsonaro, são até mais privatistas e destrutivos, no campo da repressão são equivalentes.

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