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Golpismo de esquerda

PSOL intensifica ataques a Lula às vésperas de sua convenção

Comportamento de setores do partido mostram que há risco de que apoio a Lula seja derrotado

Conforme as eleições se aproximam, todos os grupos que mantinham uma posição ambígua em relação à candidatura Lula começam a deixar mais nítido aquilo que pretendem fazer: dividir. Nenhum partido ou grupo declarou apoio ao ex-presidente, tirando o PCO, que reconhece nele o único capaz de vencer Bolsonaro e, consequentemente, fazer tremer as bases do golpe que foi aplicado em 2016.

O ambiente contra o petista está se acirrando, vimos isso nas pré-candidaturas do PCB, UP e também nas movimentações internas do PSOL, com setores importantes se opondo que praticamente racharam o partido. MES, MRT, Revolução Brasileira são exemplos de como as coisas estão recrudescendo.

Vejamos, por exemplo, algumas colocações de Nildo Ouriques, da Revolução Brasileira, que foram ditas em um debate com Rui Costa Pimenta em agosto último (assista) e que mostram o ânimo desse setor para com o PT, o qual acusa de ser responsável pelo golpe que sofreu:

A transformação capitalista que o capitalismo global queria ocorreu no Brasil sob o comando da esquerda liberal”.
Os governos petistas foram funcionais à ordem burguesa global. Não importa a destituição da Dilma que só ocorreu porque a Dilma não queria a transformação radical e rápida, queria a transformação radical mas em termos negociados com a classe dominante.”
O PT colheu, o PT está diante de seu rebento”
Lula não é de esquerda”
Caminhar com Lula e o petismo é caminhar com aquele adversário que nos come amanhã.
Lula quer ser o candidato da classe dominante”.

O MRT, por seu turno, conforme publicamos, critica a direção do PSOL e chama ao rompimento com o partido por este se federar com a Rede e declarar apoio a Lula que tem Alckmin como seu vice. Segundo o MRT, Lula teria sido “reabilitado” pelo STF e pelo Congresso “para se candidatar e poder ser um estabilizador e administrador de toda essa obra econômica de ataques”.

…nos dirigimos especialmente aos militantes do PSOL que assinam a carta “PSOL na encruzilhada” com um claro chamado a que rompam com o PSOL e sejam parte da batalha por construir um polo de independência de classes nas eleições que seja uma alternativa à diluição do PSOL no projeto Lula-Alckmin”.

Assim como o MRT, o deputado Glauber Braga se utiliza da figura “inaceitável” de Geraldo Alckmin para pressionar o PSOL para lançar candidato próprio (ele mesmo) à presidência. O PSOL está indo para sua Conferência, marcada para o dia 30 de abril, totalmente dividido.

Boulos: “não haverá trégua”

Guilherme Boulos, que desistiu de concorrer ao governo do Estado de São Paulo para tentar uma vaga no Congresso como deputado federal, deu entrevista para o sítio dos Jornalistas Livres (assista). Chama a atenção que Boulos apresente a si a seu partido como seres políticos que estão fazendo o favor de desistir da candidatura de maneira totalmente resignada, pois não queriam qualquer tipo de barganha com o PT.

O que Boulos esconde é o fato de que estava lá atrás nas pesquisas e não teria a menor chance de vencer, o fiasco seria inevitável. Além do mais, a imprensa de esquerda estava acusando o PSOL de tirar votos de Haddad, o que é um fato e até razão de ser da candidatura psolista.

Durante a entrevista, Guilherme Boulos bateu na tecla de que é preciso, para definir o apoio , discutir um programa com o PT dos quais destaca três pontos: 1) A revogação das reformas ocorridas desde 2016 e fim do Teto de Gastos; 2) Reforma Tributária e 3) Agenda Ambiental, pois afinal, o Planeta estaria ‘pedindo socorro’. Obviamente não podiam ficar de fora as ‘pautas identitárias’.

Tanto o identitarismo, quanto as tais ‘pautas ambientais’, são flancos abertos pelo imperialismo para desestabilizar os governos de países atrasados. A CIA financia ONG’s e grupos ‘ambientalistas’ para impedir que países atrasados, como o Brasil, ampliem sua matriz energética ou explorem suas imensas riquezas naturais.

Recentemente, Lula foi criticado em uma coluna de autoria de Thiago Amparo na Folha de S. Paulo (pra variar) por aparecer na “foto branca Lula-Alckmin”. O identitarismo vai pleitear vagas para mulheres, negros, minorias sexuais, o que abre caminho para candidaturas como Simone Tebet, mulher; ou Eduardo Leite, que se declarou gay com intenções claramente eleitoreiras.

A entrevista é basicamente um amontado de críticas ao PT e a Lula que têm o intuito de impedir ou protelar o eventual apoio. O PSOL sabe que não tem condições de impor nada, pois é um partido muito menor. Se estivesse realmente interessado em apoiar, Boulos e o PSOL deveriam centrar fogo nos golpistas, deveriam fomentar a criação de Comitês de Luta, ir atrás de apoio; organizar manifestações de rua em vez de sabotá-las como vêm fazendo sistematicamente.

Político de laboratório

A Folha de S. Paulo, um dos principais órgãos golpistas da grande imprensa, publicou uma matéria (14/abr) levantando a bola de Boulos. Seu título é Caetano Veloso, Frei Betto e dezenas de personalidades assinam manifesto em apoio a Boulos. O candidato a deputado federal é apresentado como líder do PSOL e do MTST, e mostra uma lista de diversos artistas que o apoiam. Chama atenção, porém, três advogados: Silvio Almeida, Walfrido Warde – ambos do IREE – e Pedro Serrano, que recentemente, em março se tornou o sócio no escritório de Warde. Publicamos extenso material sobre as relações de Boulos com Warde e o Instituto IREE que, por sua vez, tem relações perigosas com think tanks dos EUA.

Na verdade, como se vê, Boulos é um político fabricado, que tem espaço na imprensa corporativa e é vendido como grande liderança e assim vai sendo inflado. Sua base social é praticamente nula, por isso precisa de buscar apoio, não no povo, mas em setores intelectuais ou pequeno-burgueses.

Esse tipo de candidato não tem compromisso com a classe trabalhadora, mas com a própria carreira, por isso não se importa em fazer esse jogo que, no final das contas, tem o mesmo significado e efeito do que estão fazendo MRT, MES e Revolução Brasileira: estão minando a principal candidatura de esquerda e se colocando do lado do imperialismo e da grande burguesia nacional.

A resposta da classe trabalhadora tem que se dar na luta, nas ruas. Por isso é preciso criar milhares de Comitês de Luta e se engajar para que possamos dar o primeiro passo para derrotar os golpistas.

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