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Plenária do Bloco Vermelho

Um ato das bases contra a covardia das direções

Evento em São Paulo vai para seu segundo e último dia neste domingo, com transmissão da COTV

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No coração da Avenida Paulista, centro político mais importante da América Latina, irrompia, ao longo da tarde de ontem (6), uma chuva de aplausos. Era o início da Plenária Nacional Fora Bolsonaro — Lula Presidente, que reuniu, logo no primeiro dia, delegações de todas as regiões do País para discutir o futuro do movimento contra a direita.

Ativistas do movimento sem teto, representantes da luta indígena, companheiros do movimento camponês, sindicalistas, representantes do PCO, do PT e do PCPB, membros do comitês de luta, militantes do movimento feminino e do movimento negro, jovens e lideranças de bairro, organizados em caravanas dos mais diversos estados, aguardavam, ansiosos, contando os minutos, o momento em que Henrique Áreas, secretário nacional de agitação e propaganda e membro da direção nacional do PCO, subiria ao púlpito e declararia aberta a plenária.

Na mesa, uma representação bastante variada, refletindo a política que o PCO vem defendendo desde o início da ofensiva golpista: a frente única dos trabalhadores e da esquerda contra os inimigos do povo. Matheus Vetter, representando os comitês de luta, Natália Pimenta, do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, Renan Arruda, dirigente da CUT-DF, André Constantine, militante do PT do Rio de Janeiro, Antonio Carlos Silva, notório representante da Corrente Sindical Causa Operária, Rui Costa Pimenta, em nome do PCO, João Armas, representando o PCPB, Aprígio Silva, em nome do povo indígena, Henrique Simonard, membro da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), Izadora Dias, do Coletivo de Negros João Cândido, e Levi Souto, da Frente Comunista dos Trabalhadores, subiram ao palco logo no início do evento.

Elizabeth Novy, fundadora do Comitê de Luta de Viena (Áustria) foi a escolhida para iniciar as saudações à plenária. Em sua fala, criticou a política da esquerda frente-amplista, destacou o avanço da extrema-direita na Europa e ressaltou a importância da frente única. A companheira foi seguida por André Constantine, um dos mais ovacionados pelo auditório, que já iniciou sua fala criticando a ala direita do PT, conhecida por sua submissão aos inimigos dos trabalhadores:

“O PT é muito maior do que o Quaquá e a sua direção nacional”

Constantine, coordenador do Movimento Nacional das Favelas e Periferias, destacou em sua fala a importância de uma mobilização que seja capaz de empurrar um eventual governo Lula à esquerda. Essa mobilização, segundo o petista, teria de ser baseada em um programa radical, que incluísse a reforma agrária, a taxação de grandes fortunas e a expropriação dos meios de produção. Por fim, afirmou não acreditar nas instituições burguesas e que a esquerda deveria formar comitês de autodefesa para mulheres, negros, LGBTs e os trabalhadores em geral.

Ao fim da fala de André Constantine, o auditório inteiro começou a gritar “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”.

Passada a fala do militante petista, foi a vez de Davi Capistrano, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Pernambuco (Marreta) e da Frente Comunista dos Trabalhadores, fazer a sua saudação. O companheiro criticou a “política capitulacionista da frente ampla”, comparou o atual momento com o período da chamada “redemocratização” e defendeu uma intervenção intensa junto aos setores operários.

“Apoiamos criticamente, embora incondicionalmente, a candidatura de Lula”, declarou Davi Capistrano, antes de ser sucedido por Elton Lima, da CUT-RS e do PCPB.

Em sua saudação, o gaúcho optou por criticar o identitarismo e denunciar as tentativas de censurar a palavra de ordem “Lula presidente” nos atos de novembro.

“Estamos prontos para ir para a ofensiva”, disse Elton Lima.

Após a fala do camarada do PCPB, foi a vez de Adriana Machado, dos comitês de luta dos Estados Unidos, saudar o evento. Em seu discurso, fez um balanço da atuação dos ativistas brasileiros na América do Norte, denunciou as tentativas da direita de sabotar a campanha de Lula presidente e concluiu convocando todos a romper a “camisa de força” imposta ao movimento Fora Bolsonaro. A destacada companheira do PCO Internacional foi seguida por Antonio Carlos Silva.

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Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária e membro da direção do PCO, Antônio Carlos Silva.

“Essa plenária é um ato contra a covardia política da esquerda”. Foi assim que Antonio Carlos começou seu discurso, logo após agradecer a presença dos convidados. Antonio Carlos seguiu criticando a direita golpista, que vota junto com a “corja do Bolsonaro” para privatizar a Eletrobras e os Correios.

“Esse bando de vagabundos do PSDB, do MBL, do DEM, do Solidariedade, do MDB, toda essa máfia política, toda essa escória foi trazida para os atos, dentro do movimento que a esquerda construiu”, disparou o dirigente nacional do PCO.

Antonio Carlos finalizou desejando uma grande plenária, “combativa, com muita discussão”.

Os aplausos entusiasmados do público foram seguidos por gritos de “olê olê olê olá, Lula, Lula”.

Chegou, então, a parte mais esperada da Plenária. O companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, iniciou sua fala fazendo um balanço de todas as etapas do movimento Fora Bolsonaro.

“Se houve até agora um movimento de rua contra um governo que é dirigido por um elemento fascista, que está completamente dominado pelos militares (…), foi devido às pessoas que estão aqui hoje”.

Rui Pimenta criticou profundamente a política aventureira e irresponsável das direções da esquerda nacional, que desmarcaram e remarcaram atos, não discutiram sua política com o povo, impuseram a participação de direitistas etc. Essas direções, no entanto, vêm sendo derrotadas por suas bases. Desde o momento em que os petistas e os ativistas da luta contra o golpe rejeitaram o verde e amarelo, ficou claro que a direita não conseguiria repetir o sequestro que realizou em 2013. Com as hostilidades a Ciro Gomes e à direita golpista no ato de 2 de outubro, a crise chegou ao seu ponto culminante:

“Isso daí acabou com a luta do ‘Fora Bolsonaro’ para a esquerda”.

Mas não para o povo, que continua trabalhando, sofrendo, sendo atacado por todos os lados. Ao povo, o direito às férias não cabe em política.

E é por isso que Rui Pimenta, após a análise do movimento, propôs a realização de um novo ato nacional, a ser realizado no dia 11 de dezembro, com a presença de companheiros de todas as regiões do País em São Paulo.

Após a fala do presidente nacional do PCO, a plenária seguiu com falas de companheiros das caravanas. Às 19h30, os trabalhos do primeiro dia foram encerrados com uma grande roda de capoeira.

Neste domingo (7), a Plenária continua a todo vapor, com grupos de discussão e um ato de rua.

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