O sétimo ato contra o governo criminoso, marcado pela Frente Fora Bolsonaro Nacional para o último dia 2 de outubro, sofreu mais um ataque dos frente amplistas na região Sul do País. Em Santa Catarina, a manifestação chegou a ser desmarcada pelo PDT, PCdoB e PSOL horas antes de acontecer. Motivo? nenhum. Alegação usada pelas lideranças dos partidos citados para tentar barrar a mobilização era que supostamente iria chover, o que de fato não aconteceu. A desculpa é tão fajuta e sem sentido que a militância de esquerda de Florianópolis ignorou completamente a decisão traíra da “Frente” e foram às ruas.
Através de um comunicado enviado pelo Whatsapp, a “Operativa” da Frente Fora Bolsonaro de Florianópolis, desmarca o ato. “A Frente Fora Bolsonaro de Florianópolis e Região comunica o adiamento do ato planejado para este sábado, 2 de outubro, devido à previsão de chuvas para esta tarde. Pensando os cuidados com a militância e a representatividade, adiamos o ATO PARA O DIA 16 DE OUTUBRO” (sic). Por 10 votos a 9 – em votação secreta – o cancelamento do ato foi aprovado.
De acordo com os militantes que participaram da atividade na capital catarinense, a manifestação foi a maior que aconteceu desde do dia 29 de maio – quando iniciou as mobilizações pela esquerda contra o governo fraudulento. Perceba que o grande inimigo imaginário da esquerda pequena burguesa, a chuva, não afeta o setor mais combativo e mais à esquerda das manifestações, que são os verdadeiros ativistas na luta contra Bolsonaro e o regime golpista. A decisão de cancelamento do ato, foi encarado pelas bases dos próprios partidos traidores, como absurda e com muita indignação.
O Bloco Vermelho e sindicatos cutistas e setores ligados aos trabalhadores e ao povo mais esmagados pelo golpe de Estado, não se intimidaram com a tentativa de acabar com o ato, reforçaram o chamado e passaram por cima da decisão antidemocrática, arbitrária, tomada por meia dúzia de lideranças que, em busca de cargos políticos, e possivelmente sem interesse algum em derrubar o Bolsonaro, vão à manifestação apenas manter a aparência de serem de “esquerda” ou “populares”. Quando na realidade não passam de um bando de covardes carreiristas e não ligam a mínima para o sofrimento da população.
“Setores do PCdoB, PSOL e PDT decidiram suspender. Mas, por conta da situação atual do país, a gente entendeu que seria até criminoso desmarcar em cima da hora. Sem contar que muitas pessoas já tinham se programado e o protesto foi organizado nacionalmente”, explica o presidente do Sintrasem, Renê Marcos Munaro, para o site de noticias UOL. A decisão de manter o ato foi aderida pelo PT, CUT, Sintrasem, PCO e Comitês de Luta.
Essa situação já aconteceu em outros momentos em Santa Catarina. Um cidadão sai debaixo da sua cama, vai até a rua, olha para o céu, vê uma nuvem, acha que vai chover, e se coloca no direito – sem consultar aqueles que verdadeiramente compõe o ato – de decidir se terá ou não a mobilização. Esse tipo de canalhice contra o movimento fora Bolsonaro, no sul do país é somada a outras atitudes farsescas, orquestradas, com objetivo concreto de retirar o caráter combativo do movimento e coloca-lo a reboque da direita. Inclusive o PCO por se posicionar contra essas artimanhas da esquerda pequena burguesa na Frente, chegou a ser expulso do comitê (Operativa) que compõe a organização dos atos.
A expulsão do PCO e do Bloco Vermelho é caraterística da frente ampla, que quer enfiar goela abaixo, partidos de direita dentro das manifestação, e que se chocam diretamente com setor mais à esquerda, que não aceitam golpistas e supostos”ex-apoiadores” do Bolsonaro nos atos. A frente ampla quer que os manifestantes e ativistas engulam a terceira via – em campanha nos atos – para as eleições de 2022, para isso tentam passar um verniz de democrático em organizações que apoiaram abertamente o golpe de Estado em 2016. Por isso, precisam isolar, estancar a ala lulista que vão às mobilizações. Não a toa, se esforçam de todas as formas para esconder a palavra de ordem mais popular de toda a mobilização que é Lula presidente.
Há também a possibilidade, de que, para não passarem vergonha e nem correr nenhum risco de serem escorraçados do ato popular, os guarda-costas da direita, PDT, PCdoB e PSOL de Florianópolis, preferem cancelar o ato, ao invés de expor o quanto a população odeia a direita, que esses frente-amplistas querem tanto na manifestação. Sabem exatamente que esquerda de verdade e os trabalhadores, que vão à mobilização não simpatizam de forma alguma, com seus algozes, que votam nas assembleias e congressos da vida contra o povo brasileiro. Além de traidores do movimento se colocam como covardes, diante da polarização politica que toma de conta do país.
Visto que esses setores, por serem impopulares, não convocam a população e não levam ninguém aos atos da esquerda, a mobilização (cancelada pela esquerda frente-amplista) ocorreu, e foi maior que as outras em Santa Catarina. O tom dos discursos no carro de som foram bem mais radicalizados, contra a frente ampla e a terceira via, falou-se também sobre reorganizar o movimento pela base e colocar para fora da organização partidos golpistas. Faça chuva ou faça sol, os atos fora Bolsonaro devem continuar, a convocação deve acontecer nos bairros populares, nas fábricas, enfim, chegar nos trabalhadores e a população em geral.
A política da frente ampla a reboque da terceira via é inimiga da esquerda e do povo brasileiro. Para impedir que se repita o que aconteceu em 2013 – quando as manifestações foram sequestradas pela direita golpista – é preciso ampliar os blocos vermelhos, fortalecer a política de unidade da esquerda pela candidatura de Lula presidente. A CUT e o PT devem tomar a frente das manifestações, Lula deve se colocar como principal representante de oposição ao governo ilegítimo de Bolsonaro e ir às mobilizações à frente de todo movimento.