As últimas pesquisas eleitoras acerca do Rio de Janeiro indicam a derrota eleitoral da esquerda ante a extrema direita mais uma vez. A diferença entre Lula e Bolsonaro está cada vez menor e, ao mesmo tempo,o candidato apoiado pelo PT, Marcelo Freixo, do PSB, está perdendo do atual governador fascista, ligado a Bolsonaro, Claudio Castro, PL. Apesar de nunca serem confiáveis, essas pesquisas da burguesia indicam uma realidade do Rio de Janeiro, a esmagadora maioria da esquerda, e em especial o PT, seguem abdicando do estado, algo que sempre leva a vitórias da direita.
O Rio de Janeiro teve seu último governo progressista ainda na década de 1990 com o segundo governo do pedetista Leonel Brizola. Com a desmoralização do PDT o natural seria que o partido mais popular do país, o partido da maior liderança popular nacional, o ex presidente Lula, estivesse sempre nas disputas de governo do segundo mais importante e mais industrializado estado do Brasil. O que ocorreu na verdade foi o oposto total, o único momento em que o PT governou foi por alguns meses em 2002 quando Benedita da Silva assumiu o governo após Garotinho sair do cargo para disputar a presidência.
Os acordos nacionais do PT sempre colocaram o Rio de Janeiro com o domínio dos partidos tradicionais da direita, Garotinho PDT/PSB, Rosinha PDT/PMDB, Sérgio Cabral, PMDB, Pezão, PMDB, algo que aconteceu até o golpe de Estado de 2016, em que essas alianças do PT no estado foram atacadas pela lava jato de Bretas. A crise estourou em 2018 quando o governo Temer realizou a intervenção militar que assumiu o governo e em seguida com a eleição, extremamente suspeita, do juiz desconhecido Wilson Witzel, que foi derrubado pelo STJ em prol do atual governador bolsonarista Claudio Castro.
A política de alianças da direção do PT desaminou as bases e fortaleceu os partidos como oportunistas como PSOL que se colocavam supostamente à esquerda do governo federal. O golpe de 2016 também modificou essa realidade, a militância vem se tornando cada vez mais ativa desde luta contra o impeachment, pela liberdade de Lula, pelo fora Bolsonaro e agora na campanha em defesa de Lula presidente. Enquanto as bases do partido se radicalizam a direção estadual assume a posição totalmente oposta.
O vice presidente do PT, Washington Quaquá, é quem tem o maior poder internamente no partido no Rio de Janeiro. Ele é conhecido por suas posições direitistas como o ataque à ex presidenta Dilma e a tentativa de apoiar o atual governador, Claudio Castro, nas eleições de 2022. Ele também está ligado ao candidato do PT ao senado André Ceciliano, que faz parte de seu acordo com o atual governo pois o PT, mesmo sendo minoria, possui a presidência da ALERJ na figura de Ceciliano. Ou seja, na prática a direção do PT do Rio de Janeiro atua não como um partido de luta dos trabalhadores, mas como um partido burguês, disposto a se aliar até com o candidato de Bolsonaro.
Por outro lado ala esquerda do PT também errou ao firmar o apoio à Marcelo Freixo como candidato a governo do estado. O ex psolista não levanta ânimos de quase ninguém, ao concorrer contra o bispo Crivella para a prefeitura ele teve apoio aberto da Rede Globo e mesmo assim perdeu as eleições. É um claro aliado do golpista Eduardo Paes e em nenhum momento em toda a campanha de luta contra o golpe e em defesa de Lula saiu em defesa real do PT. Ele é mais um dos direitistas que finge apoiar Lula para na verdade se apoiar em Lula tentando conquistar mais um cargo.
Marcelo Freixo além de todas as relações espúrias, é famoso principalmente por ser um dos maiores defensores da PM já avistado. A polícia que mata ao menos 5 pessoas todos os dias no estado é mais defendida por Freixo do que pelo próprio governador fascista Claudio Castro, responsável pelas chacinas do Jacarezinho e do Salgueiro. A campanha de freixo em muitos momentos chega a parecer da extrema direita devido a seu verde amarelismo e a suas propagandas pró polícia. Isso sem falar em seu apoio aberto a conspiração golpista Lava Jato.
Ante a essa campanha morna cheia de direitistas a vitória da esquerda nas eleições não esta nada garantida. Para o governo, nem sequer há candidato de esquerda além do que será lançado pelo PCO. Para animar os trabalhadores o partido do presidente Lula poderia lançar um candidato próprio, um candidato independente, alguém dos movimentos sociais como, por exemplo o companheiro André Constantine, destacado militante do PT e do movimento de favelas do Rio de Janeiro.
E necessário uma campanha mobilizadora no Rio de Janeiro, que não envolva os direitistas impopulares, que defenda as principais reivindicações da classe operária. A reestatização de tudo que foi roubado da Petrobrás, o fim imediato de todos os processos da Lava Jato, que destruíram o estado, a reestatização da Companhia Siderúrgica Nacional, a semana de trabalho de 35h semanais, salário-mínimo vital, expulsão da política de todas as favelas, fim da polícia militar. Todas essas pautas unificadas na luta por Lula presidente e por um governo dos trabalhadores. Esse é o caminho para a vitória eleitoral da esquerda bem como para a vitória de toda a classe trabalhadora.