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Uma defesa do golpe

O manifesto dos banqueiros não é um apoio a Lula, mas à 3ª Via

É com este papel, é em nome desta "democracia" que os banqueiros vem se unindo nas vésperas das eleições

Nesta semana, o jornal golpista Folha de S. Paulo, anunciou que os banqueiros Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, ambos copresidentes do conselho de administração do Itáu Unibanco, o maior banco privado do Brasil, e também, Candido Bracher, ex-presidente da instituição e também membro presente de seu conselho, assinaram um manifesto que anuncia ser uma defesa da democracia. O documento está sendo anunciado para ser lançado no dia 11 de agosto, em uma parceria com a Faculdade de Direito da USP e por outras entidades.

Tendo como nome “Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito”, o documento é considerado pela imprensa golpista uma “resposta” às ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro. A carta também teve adesão de outros empresários, como Fabio Barbosa, da Natura, Horacio Lafer Piva, da Klabin e Walter Schalka, da Suzano.

Além destes, o ex-presidente do banco Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, também vem se juntando a iniciativa “democrática”, revelando a enorme farsa por de trás de toda esta operação.

Ao contrário do que aparenta ser para diversos setores da esquerda pequeno-burguesa, a carta não representa uma união do principal setor da burguesia brasileira à candidatura de Lula em uma luta contra Bolsonaro, mas sim, uma declaração de apoio a candidatura dos banqueiros, Simone Tebet, a representante oficial da terceira-via.

Destacando a necessidade de “deixar de lado divergências em prol de algo muito maior”, o documento é recheado de frases vagas em defesa de uma suposta democracia defendida pelos banqueiros que financiaram o golpe, ao mesmo tempo que prega a união nacional contra tudo aquilo que represente algo contrário a “defesa da ordem democrática”.

O documento em si vem sendo apresentado pela imprensa burguesa como um grande ato em defesa da democracia. O truque, está no fato de que a iniciativa, visando dar credibilidade a ação dos banqueiros e capitalistas do principal setor da burguesia brasileira, vem contando também com a adesão de figuras da esquerda e do campo democrático no geral, como Chico Buarque e o padre Júlio Lancelotti. Estas figuras que foram convidadas a participar do evento estão sendo usadas para buscar mostrar que a iniciativa é “plural”, popular. No entanto, a enorme adesão de diferentes grupos de capitalistas e de importantes banqueiros, apenas coloca o fato de que esta iniciativa pode ser tudo, menos popular.

O que está em jogo é uma nova tentativa do principal setor da burguesia brasileira, o mais diretamente ligado ao imperialismo, em investir pesado no seu apoio a terceira-via. A luta contra os extremos, colocada de maneira indireta na carta, é a luta não contra Bolsonaro, mas sim, sobretudo contra Lula, a candidatura dos trabalhadores.

Com a proximidade das eleições, a burguesia vem se organizando para impulsionar a candidatura da terceira-via. Nesta segunda-feira, Simone Tebet foi entrevistada por longas horas em horário nobre na Globo News, em uma entrevista chapa branca e com grande dosagem de demagogia, sobretudo identitária, o demonstra como será o caráter oportunista da terceira-via nas eleições.

A carta inclusive, começando primeiro se destinando as mulheres brasileiras e depois aos homens, como coloca o texto, é exatamente o mesmo método demagógico que a terceira-via vem realizando com Simone Tebet, que em sua mais recente entrevista, afirmou que sempre irá primeiro cumprimentar as mulheres, para após conversar com os homens. Uma política extremamente demagógica e cínica, porém que representa na prática a campanha identitária que a burguesia irá travar nestas eleições.

Não é possível esperar nada dos banqueiros do Itaú, dos capitalistas da Natura ou de qualquer outro grande capitalista brasileiro, ou pior em alguns casos, do imperialismo. A campanha pseudo-democrática da burguesia não é a luta contra o fascismo de Bolsonaro, mas sim a da defesa do aprofundamento e endurecimento do regime golpista, ou seja, a verdadeira ditadura que está presente no país.

É com este papel, é em nome desta “democracia” que os banqueiros vem se unindo nas vésperas das eleições. E quanto a isso, a esquerda tem apenas o que perder apoiando estas iniciativas.

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