Para o ato nacional do dia 2 de outubro, setores da cúpula do movimento, de maneira arbitrária, reuniram-se com dirigentes do MBL e “decidiram” – como se tivessem poder para isso – utilizar as cores verde e amarela, a bandeira nacional, o hino e demais símbolos bolsonaristas na manifestação. Existe uma coordenação dos atos, que é a Frente Fora Bolsonaro, que conta com a presença do PCO, e é a legítima organizadora, mas está sendo constantemente atropelada por uma frente formada pela esquerda parlamentar.
Essa notícia foi divulgada, primeiramente, pela Folha de S. Paulo, jornal da família Frias, responsável por impulsionar a campanha do golpe de 2016. Isso mostra todo o caráter reacionário da iniciativa: de maneira antidemocrática, sem consultar as bases do movimento ou sequer a organização oficial, os dirigentes da esquerda se reuniram com os inimigos do povo de modo paralelo. Esses partidos que promoveram a ação não o puderam fazer dentro da Frente Fora Bolsonaro, muito por conta da posição do PCO de se opor ao acordo com esses inimigos do povo e de denunciá-los energicamente.
PSOL, PCdoB e até mesmo o PT participaram dessa reunião com o MBL. O acordo com aqueles que elegeram e mantém Bolsonaro pode apenas levar o movimento para o mais alto grau de descrédito para com as massas. É preciso uma política independente da direita e da frente ampla, apenas isso pode combater de fato o poder de Bolsonaro.
Não se pode esquecer de um grande detalhe: foi a Folha de S. Paulo que divulgou a notícia. Ou seja, além de se reunirem com os inimigos do povo, debaterem com eles, estarem tentando viabilizar a sua participação no ato, ainda vazaram o conteúdo da reunião para a imprensa burguesa. Isso não pode demonstrar outra coisa senão o fato de que é a burguesia que sai ganhando com essas manobras, portanto são custosas ao povo e ao movimento independente dos trabalhadores.
A única saída para impedir esses golpes de cúpula, impedir que líderes, de forma antidemocrática e sem consultar a organização oficial dos atos tentem entregá-los para a direita – que já demonstrou não mobilizar ninguém – é retirar das mãos destes todo o poder de decisão a respeito dos atos. É preciso pôr sob o controle dos trabalhadores, sob o controle da base o movimento todo. Assim, não estaremos mais sujeitos à esse tipo de manobra espúria.
É preciso que se tenha claro que a ação do PCO, em conjuntos com alguns setores da CUT e a base do PT, em expulsar o MBL e o PSDB dos atos, em protestar e gritar contra essa tentativa de apagar o vermelho e substituí-lo pelas cores dos bolsonaristas, entre outras tantas ações de luta é que impedem os organizadores do movimento de jogarem a direita para o comando e, por fim, acabar com os atos. De tal modo, devemos manter a mobilização e a exigência por não só fora Bolsonaro, mas fora todos os golpistas!
