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A única resposta ao fascismo

Não é o Judiciário, mas as ruas que vão barrar o bolsonarismo

É preciso garantir que milhares de pessoas ocupem as ruas de todo país e barrem a ofensiva fascista, levando à frente a derrubada de todo regime golpista

Em meio ao crescimento da mobilização fascista para o dia 7 de setembro, inúmeros setores dos aparatos de repressão já começaram a se movimentar, organizando caravanas de todo país, principalmente para o ato de São Paulo, colocando assim a verdadeira militância bolsonarista nas ruas.

As forças armadas nas manifestações

Com esta participação cada vez mais oficial da Polícia Militar e das Forças Armadas nas manifestações da extrema-direita, abriu-se mais uma vez a discussão no interior da esquerda sobre quem seria capaz de conter o avanço do fascismo. Notícias divulgadas na imprensa da esquerda sobre uma decisão judicial ocorrida no Paraná contra um policial militar e um militar reformado aumentam de maneira ilusória as esperanças institucionais da esquerda pequeno-burguesa.

Neste caso, ambos os militares pediram salvo-contudo à justiça para poderem participar, de maneira oficial, na manifestação, sem qualquer risco de prisão ou restrição, dado o fato que, representando suas corporações, nenhum militar pode atuar politicamente nas manifestações. O pretexto utilizado pelos mesmos era o problema da possível inviabilização ou dificultação das manifestações por parte de um dos setores da burguesia. De acordo com os militares, alguns governadores pretendem colocar as forças de repressão contra as manifestações fascistas, o que bem poderia ser verdade, se não fosse o apoio expresso de todo um forte setor da burguesia a estas manifestações e próprio apoio no seio das polícias.

Com a notícia de que o pedido a esses militares foi negado, alguns já passaram a declarar que a justiça burguesa estaria agindo em nome da democracia. Nada poderia ser mais equivocado.

A mesma justiça que hoje é a fonte das esperanças de uma série de grupos da esquerda pequeno-burguesa, é a mesma que não apenas foi a base de sustentação do golpe de estado, e teve presença chave na prisão de Lula, mas também, são um dos principais responsáveis pelo crescimento das manifestações fascistas em todo país.

Instituições da justiça burguesa, como o Superior Tribunal Federal (STF), estiveram na linha de frente no momento em que o principal setor da burguesia golpista decidiu adotar uma política de pressão ao governo Bolsonaro, na tentativa de alavancar a candidatura da terceira via, hoje representada por João Doria (PSDB), para 2022.

A justiça burguesa impulsiona o fascismo

A pressão e as ações antidemocráticas da justiça burguesa foi o que deu munição para Bolsonaro responder à altura e mobilizar toda sua base. Graças à perseguição política e à ação cada vez mais ditatorial destas organizações, Jair Bolsonaro começou a se apresentar para a população como um suposto democrata (!), defensor das liberdades individuais, enquanto todo o restante da burguesia se colocava em uma política abertamente ditatorial, acompanhada a seu reboque, pela esquerda pequeno-burguesa.

Bolsonaro assim utiliza como fonte de munição a política do judiciário golpista como principal forma de impulsionar a mobilização fascista. Foi assim com o voto impresso, foi assim com a prisão de Roberto Jefferson, foi assim com grande parte das medidas tomadas pelo STF no último período. Todas medidas antipopulares que apenas serviram para fortalecer o bolsonarismo.

Esta situação demonstra que a justiça burguesa não apenas não é capaz de conter a horda fascista, como também é seu principal impulsionador. Outro problema que também é revelado trata-se da política levada a frente por parte de toda a esquerda pequeno-burguesa.

Bolsonaro muito só conseguiu reverter esta política ditatorial da burguesia em uma campanha pseudodemocrática e “popular” graças à ausência de uma verdadeira alternativa à população. Com toda esquerda pequeno-burguesa entrando de cabeça na política do principal setor da burguesia – vale dizer também, o mais falido politicamente para a população- ,  o que deveria ser a verdadeira oposição ao regime golpista e a ditadura que vem sendo implantada no país, ficou complemente anulado em meio à crise da burguesia.

A ausência de uma política própria permitiu assim ao bolsonarismo poder se aproveitar da situação e mobilizar suas bases. No entanto, esta disputa está também muito longe de ser perdida.

A resposta ao fascismo está na mobilização dos trabalhadores

Com o chamado dos bolsonaristas para sua base tomar as ruas no dia 7 de setembro, em uma demonstração de força do governo, os setores mais combativos da esquerda e de toda população passaram a agir em resposta à ação fascista.

Com isso, a convocação para os mais de 200 atos nacionais pelo Fora Bolsonaro não para de crescer. Há cerca de uma semana, sequer os locais estavam definidos, agora a CUT, PT, e desde o primeiro momento, o PCO, estão se mobilizando para convocar suas bases.

Em resposta à operação fascista, o PCO inclusive preparou uma verdadeira operação de guerra, convocando na casa das dezenas de milhares os trabalhadores de todo país, junto às panfletagens e colagens.

O ato do dia 7 será assim muito importante para a mobilização dos trabalhadores. As manifestações tendem a crescer em relação aos últimos atos, podendo ser muito expressivas nas principais cidades do país, como São Paulo e Rio de Janeiro. Estes fatores servem para mostrar que o único caminho que será responsável por levar à derrota do fascismo e a vitória da população pobre e oprimida é a mobilização nas ruas da classe trabalhadora.

A frente ampla se mostrou na prática uma verdadeira política de boicote às mobilizações. PSOL, PCB e PCdoB, além de outras organizações apoiadoras desta política, se tornaram ainda mais inexpressivos na mobilização dos trabalhadores. Por outro lado, a CUT e seus sindicatos, assim como o PT e o PCO crescem nas manifestações, sobretudo junto à candidatura de Lula, a resposta imediata a Jair Bolsonaro.

Por isso, é necessário intensificar a convocação nestes últimos dias antes da mobilização. É preciso garantir que milhares de pessoas ocupem as ruas de todo país e barrem a ofensiva fascista, levando à frente a derrubada de todo o regime golpista e a candidatura do ex-presidente Lula.

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