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Lula Presidente

Lula é o candidato dos favelados; Bolsonaro, dos endinheirados

Resultado do primeiro turno no pleito de 2022 é coerente com o apresentado na pesquisa BR-007422/2022, Lula é maioria entre a população pobre

Lula é o candidato dos favelados, enquanto Bolsonaro representa os interesses dos abastados. Resultado do primeiro turno no pleito de 2022, é coerente com o apresentado na pesquisa BR-007422/2022, Lula é maioria entre a população pobre.

Lula tem 57% dos votos de quem recebe menos de 2 salários mínimos

O ponto mais revelador da pesquisa, que foi bastante coerente com o resultado das urnas, é a indicação de que 57% dos entrevistados que recebem menos de 2 Salários Mínimos (SM) apoiam a candidatura Lula. Nesse mesmo estrato econômico, apenas 26% apoia Bolsonaro, menos da metade do eleitorado de Lula nessa população.

É a população mais pobre, que mais sofreu com os golpes de Estado, que defende mais intensamente a candidatura Lula em oposição às consequências dos golpes. Essa população teve suas condições de vida atacadas de forma mais severa, com a inflação corroendo o seu poder de compra para o essencial a sobrevivência.

Nordeste e Sudeste, com Lula

Nordeste com ao menos quatro de seus estados contendo ao menos 40% da população na linha da pobreza, foi um dos bastiões da campanha Lula. No pleito Lula obteve 62% dos votos, em oposição aos 23% de Bolsonaro.

Outro baluarte foi o Sudeste, onde encontra-se a maior massa de operários atacados nos seus diretos pelas reformas da previdências e desmonte da CLT. Pela concentração de trabalhadores e situação sociopolítica, essa região foi a principal área de confronto, com resultado de 44% dos votos ao Lula, contra 37% para Bolsonaro.

Preferência dos abastados

É comum estratificar o eleitorado brasileiro por faixa de remuneração. Sendo composta em 50% por aqueles que recebem até 2 SM. Em 36%, os que recebem de 2 a 5 SM. Em 8%, quem recebe de 5 a 10 SM, e 3% os que recebem mais de 10 SM.

Se entre aqueles que recebem até dois salários mínimos Lula liderar inquestionável. Há um empate técnico na faixa de 2 a 5 SM, e Bolsonaro assume a liderança após essa população.

Nos eleitores com mais recursos, que têm uma remuneração após 5 SM, Bolsonaro lidera a preferência. Essa predileção tornou-se mais expressiva na última faixa considerada, aqueles que recebem acima de 10 SM, um grupo que representa 3% da população, mas detém a maioria do poder econômico do país.

Um aspecto que refletia nessa questão de classe não era apenas o econômico. Além da remuneração, outro peso considerável foi, por exemplo, entre os eleitores com curso superior, onde Bolsonaro obteve 40%.

O ataque ao Estado de Direito da direita religiosa

A Susan George, mesma autora do Relatório Lugano, no seu livro “Hijacking America: How the Secular and Religious Right Changed What Americans Think” já apontava a investida das direitas leiga e religiosa, e o perigo dessa marcha ao Estado de Direito Brasileiro.

Nessa eleição 50% dos “evangélicos” votaram com Bolsonaro. Esses números  demonstram que o abandono da esquerda a debate de ideias, deixou uma parcela da população, e até mesmo da classe operária sob os grilhões ideológicos da direita religiosa. 

Bolsonaro unificou parte da direita

A votação de Lula atingiu um patamar histórico, foi a maior de um candidato presidencial até hoje. Mas mesmo assim não foi suficiente para definir o pleito em um turno como apregoava a esquerda pequena-burguesa e parte da imprensa.

Ficou claro durante a campanha que ao realizar uma série de ataques as condições de vida dos trabalhadores. Ataques esses que permitiram o surgimento de 42 bilionários no Brasil apenas em 2021.

As outras candidaturas da direita foram no geral inexpressivas, houve um verdadeiro esvaziamento das demais raias tradicionais da direita em benefício de Bolsonaro. A 3 via novamente não conseguiu se impor e acabou tendo um resultado pífio. Setores expressivos da burguesia nacional, que lucraram ao super explorar os trabalhadores na gestão Bolsonaro, estão apoiando sua reeleição.

Um fato que ajudou muito esse fenômeno foi o monumental orçamento de 50 bilhões entregue pelo parlamento, com o apoio dos parlamentares de esquerda, nas mãos de Bolsonaro. Isso somado às mobilizações contínuas de Bolsonaro, melhoraram o panorama para o mesmo.

Cenário de lutas

O primeiro turno demonstrou que o pleito, longe de ser um passeio, ainda pode reservar muito desgostos para a esquerda e a população. Os resultados foram claramente no sentido de um domínio maior da direita sobre o regime político.

Apenas o PL elegeu 99 deputados, o total cadeiras na câmara da direita seria de 273, próximo de dois terços do total, quase a maioria absoluta. Ao PT couberam 80 deputados, com um total de 138 cadeiras da esquerda.

Não podemos ter ilusões para o cenário político posto para o próximo período, está posta a necessidade luta para esquerda. Luta essa que será vitoriosa apenas com mobilizações massivas da classe trabalhadora.

O segundo turno

O primeiro embate dos confrontos posto no horizonte será o próprio segundo turno. Mobilizar pela eleição de Lula será um ponto primordial importância no novo período que se abre no país.

É preciso chamar para tomar as ruas aqueles que são os mais interessados, os que recebem menos, os que foram mais castigados com o golpe de Estado. Temos que discutir a política, mobilizar essa população nos bairros, os trabalhadores do campo, os operários nas fábricas, os jovens nas escolas e universidades.

Realizar um verdadeiro chamado, uma cruzada por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo. Essa é a única forma garantir um ambiente político favorável aos trabalhadores e à esquerda em geral no próximo período.

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