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Um golpe na mobilização

Está em marcha uma tentativa de sequestro do movimento

Os ocorridos em todo Brasil, principalmente em São Paulo, são significativos para o futuro do movimento. A esquerda pequeno-burguesa visa abrir as portas para todos os golpistas

O ato do dia 2 de outubro foi importante para demonstrar pela prática a investida dada pelos setores da frente ampla e da direita golpista na tentativa de sequestrar a mobilização dos trabalhadores pelo Fora Bolsonaro, que explodiu no país desde maio deste ano. Contudo, também deixou claro que cresce de maneira exponencial dentro das bases do movimento uma revolta cada vez maior contra a direita e a frente ampla no geral, na defesa da candidatura do ex-presidente Lula.

A política da frente ampla

O que pôde ser visto no último sábado (02) foi o desenvolvimento de toda a tentativa de setores da esquerda pequeno-burguesa, defensora da frente ampla, em infiltrar para o interior do movimento Fora Bolsonaro verdadeiros criminosos políticos, fascistas como MBL e PSDB, que foram peça fundamental no golpe de estado e na eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro. Essas organizações até o momento nem sequer se colocaram ao lado da política pelo Fora Bolsonaro, mas ensaiam desde o dia 3 de julho o sequestro do movimento, como forma de criar uma base artificial para a candidatura da terceira via.

Cumprindo o papel de ponte para estes vagabundos políticos, partidos da pequena burguesia como PCdoB e PSOL se colocaram em uma intensa campanha para trazer a direita para as manifestações. Na primeira tentativa, PSDB e companhia foram escorraçados da Avenida Paulista por militantes de um setor mais combativo da esquerda, demonstrando a grande impopularidade dessa política.

No ato seguinte, sequer foram capazes de falar no carro de som, e assim, desenhou-se uma nova operação farsa, apoiada pela esquerda pequeno-burguesa, na organização do ato do dia 12 de setembro. Nesse ato, que ficou visivelmente destacado como um comício fabricado para a candidatura de João Doria, a direita, com MBL, Vem Pra Rua, PSDB e PSL, tentou dar a volta por cima após ter sido expulsa pela base do movimento Fora Bolsonaro, mas afundou em um fracasso de mobilização. O dia 12, mesmo com apoio de PSOL e PCdoB, foi um desastre, uma derrota da frente ampla na tentativa de criar sua própria e artificial manifestação.

Um grande investimento da burguesia

Dado o fracasso dessa operação, os defensores da frente ampla partiram para uma outra operação criminosa contra o movimento dos trabalhadores. Em uma operação montada por cima, sem o consentimento das bases do movimento, preparou-se para o 2 de outubro uma verdadeira manobra da frente ampla, traficando para a manifestação partidos como DEM, PSDB, Solidariedade e muitos outros, que protegidos por seguranças e grades, foram colocados no carro de som da principal manifestação do país, na Avenida Paulista.

A operação de colocar a direita nos atos custou caro, em todos os sentidos. Se até agora a esquerda praticamente não gastava para convocar os trabalhadores para a mobilização, no dia 2 montou-se um aparato de grande porte, com carro de som de mais de 100 mil reais, equipado o suficiente para abafar vaias e protestos da base, rede de seguranças e grades, em toda uma operação para defender a direita do povo que estava nas ruas.  Contudo, esta tentativa de sequestro do movimento acabou que não custou caro apenas em valor, mas também politicamente.

Frente à presença de Ciro Gomes, Paulinho da Força, entre outros golpistas, a base de trabalhadores se revoltou e o que era considerado “meia dúzia” de pessoas pela esquerda pequeno-burguesa, se tornou na prática um amplo movimento contra a terceira via, criando uma ruptura de posições na mobilização: as direções querem a conciliação, mas a base quer a independência de classe.

A potência do carro de som não foi o suficiente para esconder as vaias e os xingamentos feitos pelos manifestantes contra Ciro Gomes, enquanto o mesmo falava ao público. Em um dia em que, corroborando com a operação, a esquerda frente-amplista falava em “unidade” até com o diabo, os trabalhadores presentes se tornaram notícia em todo país por avançarem contra Ciro Gomes e toda sua corja, trocando socos e ponta-pés e expulsando, assim como deve ser feito, o golpista da manifestação.

O povo não quer golpista na manifestação

O nome de Lula era quem estava na boca do povo enquanto Ciro falava e também nas faixas e palavras de ordem durante a manifestação. O repúdio à frente ampla foi enorme na manifestação em São Paulo, como também no Rio de Janeiro, e de maneira também explícita em Florianópolis, onde os frente-amplistas cancelaram o ato, mas os trabalhadores foram e realizaram uma das maiores manifestações do ano na cidade.

Os ocorridos em todo Brasil, principalmente em São Paulo, são significativos para o futuro do movimento. A esquerda pequeno-burguesa, sobretudo PSOL e PCdoB, visam abrir as portas para toda corja da direita golpista no interior do movimento. O sequestro da manifestação está sendo preparado, mas sofre cada dia com mais dificuldades, graças à demonstrada impopularidade desta política.

Em São Paulo, foram os trabalhadores da CUT e do PT que escorraçaram Ciro Gomes, sendo prontamente atacados por Guilherme Boulos e as chamadas “centrais” pelegas. Contudo, os bravos companheiros receberam enorme apoio de todos os manifestantes de esquerda e de todos que de fato lutam em defesa dos interesses dos trabalhadores.

Esta resposta nas ruas não impede a operação golpista, financiada pelo próprio imperialismo que apoia a terceira via no país, contudo mostra desde já que a tentativa de sequestro da manifestação por parte da direita irá sofrer ainda mais resistência dos trabalhadores. E para que isso ocorra, é necessário que o PT e a CUT tomem de fato a frente do movimento, que a Frente Fora Bolsonaro seja reorganizada, sem a presença dos golpistas, e que os trabalhadores sejam mobilizados. Apenas dessa forma é possível defender e reerguer os atos da esquerda, como também impulsionar nas ruas a candidatura de Lula.

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