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A tarefa do momento

Esquerda precisa fomentar a revolta popular

A crise social de grande profundidade que passa o país enseja a mobilização das massas contra a carnificina que a direita comete, a esquerda tem o dever de ser a ponta de lança dessa necessária mobilização

A profunda crise social no Brasil, que se estabeleceu pós-golpe de Estado de 2016, agravada enormemente pelo governo de extrema-direita neoliberal, pela pandemia de coronavírus, assim como pela incompetência absoluta dos governos em contê-la, alcança um patamar insuportável. Nessa situação de profunda crise que abala todos os fundamentos do regime político, a revolta popular torna-se, não apenas algo desejável, como uma necessidade vital e inevitável para as massas trabalhadoras, que estão sendo massacradas pelo vírus, pelo desemprego, pela carestia e pela repressão estatal. Nessa conjuntura a tarefa da esquerda é fomentar, facilitar, organizar e direcionar essa revolta.

O País chega à marca de 280.000 mortos em números oficiais, com uma média diária de mortes, nas últimas semanas, em torno de 2.000 pessoas. Para se ter uma noção correta da gravidade da situação brasileira, no último dia 10 foram registrados 2.286 mortes por covid-19 no Brasil, número que é o dobro de mortes registradas em toda a Ásia, continente mais populoso do mundo, no mesmo período.

Além desse desastre humanitário, que somente pode ser comparado a guerras de grandes proporções, o sistema de saúde nacional entrou em colapso, que impacta nas pessoas vítimas de Covid-19 que não recebem atendimento ou atendimento adequado, muitos morreram à espera de oxigênio em falta, como também para pessoas acometidas de outras doenças que disputam vagas de atendimento com vítimas da pandemia. Em 23 estados a ocupação de leitos de UTI já ultrapassa 80%, muitas cidades estão com leitos 100% ocupados.

Há uma falta gigantesca de profissionais de saúde, sobretudo médicos intensivistas, especialista em tratamento intensivo, o Brasil tem apenas 6.500 médicos intensivistas registrados, quando seria necessário ao menos 40 mil segundo especialistas, também a desigualdade regional impacta, os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram 50% de toda a mão de obra médica nacional, dos cerca de 422 mil médicos considerados aptos a trabalhar na pandemia, que corresponde a 80% dos médicos que dispõe o País. O Norte e o Nordeste são as regiões que mais sofrem com a falta de médicos.

Inversamente proporcional à infecção e às mortes que aumentam exponencialmente dia a dia, a vacinação caminha a passos de tartaruga, segundo boletim divulgado na última segunda-feira (15) cerca de 10 milhões de pessoas (4,7% da população) receberam a primeira dose e pouco mais de 3 milhões as duas doses, o que significa que temos 1,73% da população imunizada.

Esses são apenas alguns aspectos desse drama da crise sanitária. Esse quadro caótico descrito sucintamente acima resulta do completo descaso dos governos, federal e estaduais em conter o avanço da pandemia, foram o governo federal de Bolsonaro e os governos estaduais da direita tradicional que permitiram que a situação chegasse ao ponto em que estamos, de verdadeiro massacre do povo brasileiro. São eles os responsáveis por se omitirem completamente do combate ao vírus, pois julgam mais vantajoso deixar o povo morrer do que investir pesadamente no combate ao vírus.

Essa catástrofe não era inevitável, ao contrário, totalmente evitável, tomando medidas relativamente simples, como contratação de pessoal, testagem em massa e isolamento dos infectados em hotéis e centros organizados pelo governo, se preparar e investir pesadamente na vacina, quebrando a patente e produzindo se necessário, isolamento com condições, auxílio emergencial de um salário mínimo vital para todos, condições para pequenas e médias empresas não falirem dentre outras medidas, mas nada foi feito, a não ser o lockdown fajuto de Doria, que é um ato de propaganda mais do que de prevenção de infecção, mas um crime contra o povo jogado sem nenhuma condição financeira de se isolar, além do impacto econômico nas pequenas e médias empresas que estão indo à bancarrota. Esse genocídio é resultado das escolhas políticas de Bolsonaro e dos bolsonaristas, assim como da direita tradicional que controla muitos Estados e por ele deve ser responsabilizados.

A crise econômica e política também não fica atrás, o país alcança a marca de 14 milhões, somados ao subemprego e a aos desalentados, que não procuram emprego, chegamos a um número próximo de 50% da mão de obra nacional desempregada ou subempregada, sem carteira assinada. A inflação corrói o salário do trabalhador, a carestia torna difícil até o consumo básico de produtos alimentícios como carnes, ou produtos fundamentais como gás de cozinha e combustíveis, cujos preços subiram exponencialmente. Do ponto de vista político, as medidas do governo Bolsonaro e o constante arbítrio na perseguição à esquerda expôs de maneira muito evidente o caráter do regime burguês para toda a população, não passa de um comitê que representa os grandes capitalistas. A ilusão no Estado democrático de direito; no regime democrático são cada vez menores.

A situação nacional é explosiva. Em diversos países, como atualmente o Paraguai, como houve na Colômbia e muitos outros países, houve explosões populares mesmo sendo a crise menor que a que estamos vivenciando aqui. Por isso a direita teme uma explosão no Brasil, uma vez que devido à profundidade da crise, pode atingir proporções incalculáveis.

As forças reacionárias da direita e da extrema-direita, em permanente luta pelo domínio do aparato estatal, sabedoras do perigo, se unem para combater a esquerda, impedir a candidatura do ex-presidente Lula, ao mesmo tempo em que recrudescem a repressão contra o povo como meio de se preparar para a inevitável revolta popular que já mapearam.

Uma verdadeira campanha de censura e de perseguição se estabeleceu nas redes contra os críticos dos governos, utilizam a pandemia para impedir manifestações e eliminar direitos e garantias, passam por cima da legalidade para conter a radicalização, como no caso do deputado bolsonarista preso por falar, as forças armadas estão realizando Operações de Lei e Ordem (GLO) em diversas cidades do País, um claro sinal de preparação para intervir, se necessário, em grande escala. As PMs estão ainda mais violentas e descontroladas. Enquanto tudo isso acontece, parte significativa da esquerda dorme e já está há mais de um ano em casa, obedecendo a campanha “científica” da direita.

O povo trabalhador brasileiro está sem emprego, sem comida, sem perspectiva e sob as botas da repressão, sua única missão é levantar e sacudir toda essa canalha que se encontra sobre suas costas e que lhe oprime. A tarefa da esquerda nesse momento é estar na dianteira deste movimento ascensional da classe trabalhadora, colocando as questões fundamentais; oferecendo as palavras de ordem e as reivindicações necessárias para sair desta crise. É preciso criar um grande movimento para exigir, por todos os meios necessários, a vacinação em massa imediatamente, para contratação de pessoal de saúde necessário, redução da jornada de trabalho, trabalhar menos para que todos possam trabalhar, salário mínimo vital de acordo com as necessidades do cidadão. Abaixo as privatizações, expropriação das empresas estatais que foram roubadas pelo imperialismo, fim da Polícia Militar, assassinos do povo pobre e negro.

Por um movimento pela candidatura do ex-presidente Lula, levar as massas, por meio dela, a se chocarem com a direita e a extrema-direita. Fora Bolsonaro e todos os golpistas deve ser a palavra de ordem repetida e explicada incansavelmente para toda a população.

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