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Esquerda Online

Esquerda fica debaixo da cama e PCO sai às ruas contra a ditadura

Boa parte da esquerda ficou em casa em vez de sair às ruas para se manisfestar contra a direita que comemora a ditadura

O PCO, o Bloco Vermelho, os Comitês de Luta e militantes da base petista, saíram às ruas para protestar contra a ditadura de ontem de hoje. Foram atos em São Paulo, às 17 horas em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo), na capital paulista. E em Brasília, onde o ato ocorreu no mesmo horário na Praça Zumbi dos Palmares, próxima ao terminal rodoviário.

A esmagadora maioria da esquerda se acovardou e ficou no sofá. Pior do que isso, há setores que pregam que o Brasil passa agora por um período democrático e que é preciso defender a democracia no País. É preciso um grande esforço para enxergar democracia em um país no qual o STF legisla, ou seja, usurpa função do Legislativo. Como pode haver democracia em meio a tanta pobreza? É preciso uma ditadura para manter as pessoas na miséria e conter sua revolta.

Não faz muito tempo e os generais ameaçaram colocar os tanques na rua se o STF não votasse pela prisão, quando ainda cabiam recursos, de Luiz Inácio Lula da Silva, o principal candidato à eleição presidencial em 2018. Rasgaram a Constituição, ainda assim há quem enxergue democracia. Comentaristas “progressistas” exaltam o Supremo golpista, um deles chegou a afirmar que aquela corte é a “última linha de defesa da democracia”. Nem é de se espantar tanta paralisia no meio de uma esquerda que só consegue pensar em política nos períodos eleitorais.

Para comprovar isso que acabamos de dizer, basta relembrarmos que o PCO foi o único partido que, durante a pandemia de Covid-19, insistiu para que a esquerda saísse às ruas para exigir testagem em massa, vacinação para todos. Ou seja, lutar efetivamente contra a conduta genocida do Estado frente a esse problema tão grave. Mas, a esquerda preferiu aderir ao “fica em casa”, uma campanha golpista do governo e dos meios de comunicação. A esquerda só tirou o traseiro do sofá quando se aproximaram as eleições para as prefeituras. Não faltaram candidatos nas ruas pedindo votos. Passadas as eleições, eis que voltam para o sofá, com o qual já se acostumaram.

Retrocesso histórico

Sexta-feira, 1º de abril de 2022, nesta data se completaram 58 anos do golpe militar de 1964, momento dos mais sombrios da história do nosso País. O golpe orquestrado pelos EUA e executado por militares capacho, que mergulhou o Brasil em período de terror e enorme retrocesso. Foi uma coleção de prisões arbitrárias, tortura, terrorismo, enorme corrupção e declínio econômico.

O golpe de 2016 também teve participação ativa dos militares, na verdade, sem eles não haveria golpe. No famigerado áudio de um diálogo entre Romero Jucá (PMDB-RR) e Sérgio Machado (ex-presidente da Transpetro), aquele do “Com Supremo, com tudo”. Jucá diz o seguinte:

Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu? Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar”.

Aí está, para quem ainda duvidava, de mais uma ação nefasta das Forças Armadas agindo contra o próprio povo. O golpe de 2016 é responsável pela perda de direitos fundamentais dos trabalhadores, pelo desemprego recorde, pelo aumento exponencial da fome e da miséria que estão levando pessoas a entrarem em filas de osso para poderem ter algo para comer.

Pessoas catando osso para poder comer – Foto – Prefeitura Municipal de Bonito – MS

Ordem golpista do dia

No dia 30 de março o Ministério da Defesa lançou uma Ordem do Dia se referindo à ditadura como algo benéfico, como um “marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época”. Ora, se estão exaltando a ditadura iniciada em 1964 é porque estão dispostos sempre a recorrerem a esse tipo de expediente. Trata-se de uma ameaça contra a população em geral.

Há uma parte da imprensa independente que reclamou da Ordem do Dia de Braga Netto, e também de Bolsonaro disseram que foi crime o que cometeram. No entanto, a forma de protestar é pedindo que ‘alguém faça alguma coisa’. Esse ‘alguém’ é o Supremo Tribunal Federal, acredite quem quiser. Como é que uma instituição golpista que ajudou a colocar a extrema-direita no poder vai agir contra ela. Bolsonaro cansa de cometer crimes e nada acontece.

No meio de um comentário um jornalista esbraveja “Ninguém vai fazer nada?”. Ora, quem faria alguma coisa? Tem que ser a esquerda, e só uma pequena parcela se movimentou. Por outro lado, os militares falam grosso porque estão armados e a população está indefesa. Um povo desarmando será sempre escravo pois aqueles que têm as armas não ligam para tuitaços, notas de repúdio, memes nas redes sociais… os detentores das armas só temem mesmo o poder das massas, a única força capaz de derrotá-los.

Eleições

Uma vez que boa parte da esquerda só mexe nas eleições, é preciso aproveitar esse momento para ganharmos novamente as ruas e dali não sairmos mais. A eleição de Lula será um golpe duríssimo contra os golpistas e seu mandante: o imperialismo. É preciso também acabar com o fetiche de que basta eleger alguém para que tudo se resolva automaticamente, como se fosse a ordem natural das coisas.

A esquerda não pode se esquecer que vivemos em uma sociedade profundamente dividida em classes. A burguesia não vai medir esforços para inviabilizar um eventual governo Lula. Por isso é que será necessário que se mantenham as mobilizações. O povo nas ruas é o principal pesadelo da classe dominante.

O imperialismo, que tem perdido posições importantes na Ásia Central, com a derrota no Afeganistão, e que agora foi confrontado pela Rússia no conflito contra a Ucrânia, vai voltar suas atenções para as eleições no Brasil, um dos principais países do mundo. Portanto, podemos esperar todo tipo de ameaças contra a esquerda. Essa Ordem do Dia de Braga Netto é um sinal claro de que podem, sim, ir para o confronto. Mas, se a mobilização for grande, é plenamente possível frustrar os planos da burguesia.

As manifestações de hoje mostraram que há uma grande adesão popular contra a direita. Pessoas que passavam pela Paulista de ônibus, carros, ou os transeuntes, todos saudaram os manifestantes. Há um grande anseio por mudança e o caminho para a vitória está sendo demonstrado na prática, colocando o bloco na rua em vez de ficar debaixo da cama esperando a repressão bater à porta.

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