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Dia 29 mostrou

É possível fazer gigantescas mobilizações e derrubar Bolsonaro

Acompanhando toda onda de revolta na América Latina, os partidos de esquerda e organizações populares precisam levar a frente um programa de luta e uma série de mobilizações

As mobilizações do dia 29 de maio tornaram-se um grande exemplo de que não apenas é possível lutar na pandemia, como também que a população brasileira está disposta a realizar gigantescos atos de rua e efetivamente derrubar Bolsonaro e todos os golpistas.

Em todo o País, os atos foram expressivos, mesmo com repressão como no caso de Recife ou anuncio de lockdown como em Curitiba. Manifestações como no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo concentraram dezenas de milhares de pessoas. No total, especula-se que, a nível nacional, mais de 200 mil pessoas teriam ido às ruas nesta data.

Uma mudança qualitativa

Apenas a manifestação de São Paulo, ocorrida na Avenida Paulista, concentrou uma grande quantidade de manifestantes. Organizações como a Frente Brasil Popular e a CUT, colocam que pode ter havido naquele dia cerca de 80 mil pessoas protestando por auxílio, vacina, emprego e por Fora Bolsonaro e todos os golpistas.

Estes resultados expressam uma verdadeira mudança na situação política brasileira, que tende cada vez mais à esquerda. Estas foram de longe as maiores mobilizações já feitas em toda a pandemia no País. Mesmo os expressivos atos realizados pelas torcidas organizadas aos domingos, no início do ano de 2020, não foram tão grandes como estes do dia 29.

Contudo, esta mudança não foi meramente numérica, mas sim qualitativa no que diz respeito ao avanço da consciência da classe operária nestes últimos cinco anos, desde o início das mobilizações contra o golpe de estado. Se colocado em comparação os primeiros atos contra o golpe em 2015 e 2016, a diferença nas manifestações é perceptível.

Naquele período, a polarização política começava aos poucos a se desenvolver. De um lado, uma intensa campanha da imprensa golpista e de toda burguesia brasileira a favor do golpe contra Dilma, do outro iniciava-se as primeiras manifestações contra os golpistas, que no primeiro momento reuniram algumas milhares de pessoas em todo o País.

Foi apenas quando as direções, forçadas pelos ataques realizados pela burguesia, agiram que grandes manifestações, nas quais centenas de milhares de pessoas tomaram às ruas em todo país, passaram a ocorrer. Naquele momento, o esforço em grande medida ocorria de cima para baixo. Cabia às direções movimentar todo o seu aparato, mobilizar suas bases e impulsionar as manifestações. Para os trabalhadores, crescia aos poucos a radicalização e a compreensão da necessidade de sair às ruas.

Radicalização e a consciência dos trabalhadores aumenta cada vez mais

Em meio a esta situação, a luta contra o golpe demorou cerca de um ano para tomar a amplitude que os atos do dia 29 tiveram. Os atos realizados neste sábado revelaram um grande caráter explosivo das manifestações, maior do que o auge daquelas realizadas contra o impeachment de Dilma a nível nacional.

Tudo isso ocorreu em um tempo muito mais curto, em que as primeiras mobilizações iniciaram-se no dia 31 de março e tiveram como ponto fundamental o ato nacional de 1º de maio em São Paulo. Contudo, desta vez um fator foi crucial para a mobilização: o grande avanço da consciência da classe trabalhadora.

Ao contrário de 2016, desta vez as direções de toda esquerda pequeno-burguesa, inclusive dos principais sindicatos do País, se mantiveram totalmente paralisadas frente aos ataques do governo Bolsonaro e todo genocídio realizado na pandemia.

A política central era ficar em casa, ou seja, uma política explicitamente contra a mobilização. Porém, se desta vez não foram os aparatos dos sindicatos e partidos que chamaram as mobilizações, foram suas bases e toda a classe trabalhadora que decidiu sair às ruas, quebrando o imobilismo de suas direções.

Desta maneira, foi perceptível a ausência de dirigentes das principais organizações da esquerda brasileira nas manifestações, que em grande medida eram ocupadas por uma juventude extremamente radicalizada e desorganizada. Agora as manifestações são impulsionadas de baixo para cima e de forma muito mais explosiva, deixando claro uma mudança de patamar.

É necessário e possível ampliar ainda mais as mobilizações

Caso as direções populares, que oficialmente declararam apoio as manifestações, tivessem mobilizado os seus aparatos como feito no passado, as manifestações do dia 29 seriam várias vezes maiores, certamente entrando para a história como uma das principais dos últimos 10 anos.

O caminho que tende a mobilização política é semelhante, em termos de capacidade, com aquelas realizadas pelo Fora Collor e as grandes mobilizações de 2013. Contudo, dessa vez sem a presença da direita, o que demonstra uma grande evolução na luta política e na polarização contra o regime golpista.

A radicalização é ainda muito perceptível quando colocado em questão a maneira que se deus as manifestações. Em São Paulo, o grande contingente de jovens revoltados tratou com indiferença as principais figuras da esquerda pequeno-burguesa, que até o último momento defenderam a política do “fique em casa”, totalmente antagônica aos interesses da população e que refletia claramente uma grande capitulação ao golpe de estado.

Nas manifestações o Fora Bolsonaro e todos os golpistas tomou conta, e pode ser visto nas intervenções combativas, como a realizada pelo dirigente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Antônio Carlos, que a população está disposta a enfrentar o golpe nas ruas, custe o que custar, e não se esconder em suas casas.

Agora o momento é de prosseguir com as mobilizações em todo país. Os trabalhadores e a juventude brasileira já deu o recado: é necessário tomar às ruas.

Acompanhando toda onda de revolta na América Latina, os partidos de esquerda e organizações populares precisam levar a frente um programa de luta e uma série de mobilizações em todo país. É necessário não só continuar mas também expandir as manifestações.

Para isso, o Partido da Causa Operária convoca desde já um novo ato nacional, no dia 3 de julho na Avenida Paulista em São Paulo. Até lá, vários outros atos e atividades de rua devem ser realizadas criando uma grande campanha de mobilização contra o genocídio e o regime golpista, exigindo vacina, emprego, auxílio e Fora Bolsonaro e todos os golpistas.

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