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Esquerda golpista

Boulos foi escalado para liderar a campanha até a queda do PT

No período prévio ao golpe de Estado de 2016, Guilherme Boulos desviava a luta para o Ajuste Fiscal e dividia o movimento popular.

guilherme boulos11 mtst

O atual dirigente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Guilherme Boulos, teve um papel de destaque na divisão do movimento de luta contra o golpe de Estado contra a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) em 2016.

Quando o golpe organizado em conjunto pelo imperialismo, pelos partidos da burguesia no Congresso Nacional (PSDB, MDB, DEM, Progressistas, Republicanos, PTB, SD, PL, PSC), pelo Alto Comando das Forças Armadas, pelo Supremo Tribunal Federal, pela Polícia Federal e pela Agência Central de Inteligência (CIA) já estava em andamento, a função do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) era desviar o foco da luta central e abrir um flanco de ataque para acuar o governo “pela esquerda”.

Após a vitória nas eleições presidenciais de 2014, Dilma Rousseff nomeou o banqueiro Joaquim Levy, número 2 do banco Bradesco, para ocupar o Ministério da Fazenda e fazer uma política de ajuste fiscal em favor dos interesses daqueles. Esta política consistia na implementação de uma política direitista de fazer concessões à burguesia, com a ilusão de que isto impediria o desenvolvimento do golpe. A experiência comprovou que as concessões à direita somente serviram para desmoralizar o governo e, ao invés de dificultar, facilitou sua derrubada.

O Partido da Causa Operária (PCO) chamou a esquerda a se unificar em defesa do governo Dilma, que, por sua vez, estava sendo acuado pela pressão dos golpistas sustentados pelo imperialismo. O PCO argumentava que a política do ajuste fiscal, por mais direitista que fosse, não tinha importância em vista do que aconteceria se o golpe de Estado fosse consumado. Literalmente a política direitista da Dilma não passaria de um passeio de tão insignificante perto da devastação econômica e social que seria operada pelos golpistas. Após 5 anos de golpe, são dezenas de milhões de brasileiros lançados na miséria e diversos direitos históricos foram extintos com as “reformas” trabalhista, previdenciária e o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos (2016-2036).

O Partido dos Trabalhadores (PT) e as organizações de massas criaram a Frente Brasil Popular (FBP), composta pelo próprio PT, PCO, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central dos Movimentos Populares (CMP). A ideia era ter um instrumento de mobilização para se contrapor à ofensiva golpista que já estava evidente. Guilherme Boulos, por sua vez, criou uma outra frente, a Frente Povo Sem Medo. Quando a FBP chamava atos de luta contra o golpe, a FPSM chamava outros atos com reivindicações abstratas e, inclusive, colocava a questão da luta contra o ajuste fiscal.

Em determinado momento, o líder do MTST disse que o governo Dilma era “indefensável”, publicou um manifesto  e prometeu radicalizar as ações políticas contra o governo Dilma em virtude do ajuste. Enquanto o PCO, o PT e a FBP convocavam mobilizações e chamava a atenção sobre a centralidade da contra o golpe, em contraposição Boulos – apoiado de conjunto pela imprensa golpista – reafirmava a necessidade de se mobilizar contra a política econômica.

O plano da burguesia para Boulos era que este atacasse o governo Dilma “pela esquerda” e servisse – como efetivamente aconteceu – como um elemento de confusão entre a esquerda e a juventude. A confusão política serviu para retardar a compreensão de determinados setores sobre o que realmente se processava no País.

A reação popular ao golpe de Estado nas ruas, que resultou em grande manifestação na Avenida Paulista (SP), impactou politicamente Boulos. Isso fez com que ele baixasse o tom das críticas ao governo Dilma Rousseff. A mobilização nas ruas impediu que ele fosse até o fim e se dedicasse à mobilização pela derrubada do governo petista. O Movimento Não  Vai Ter Copa, que visava impedir a Copa do Mundo em 2014 e já era voltado a criar as condições para o golpe. Vale destacar que o Boulos ganhou coluna na Folha de São Paulo e era apresentado como o líder do Movimento.

O imperialismo mundial atua para desmantelar os partidos nacionalistas (PT, chavismo, correísmo, MAS, peronismo) na América Latina e criar uma esquerda dócil, adaptada e inofensiva, ideologicamente identitária e incapaz de ameaçar seus interesses políticos e econômicos. O problema com esses partidos, na concepção do imperialismo, é seu apoio popular e grande influência sobre os regimes políticos. Estes dois fatores fazem com que seja difícil manter o controle em determinadas situações, particularmente nos contextos de crise econômica e radicalização da luta de classes.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), agremiação a qual Boulos se filiou em 2018 para ser candidatar para a presidência da República -no momento  em que Lula havia sido preso pela Lava Jato e a eleições estavam sendo fraudadas – não participou da luta contra o golpe, apoiou a Operação Lava Jato e também não teve qualquer participação no movimento de luta pela libertação de Lula.

O desenvolvimento da luta política comprova que Boulos foi escalado pelo imperialismo para atacar o PT “pela esquerda”. O PSOL é o principal partido da esquerda pró-imperialista no Brasil. A ideologia do identitarismo é forte nesse partido, que também é adepto da política da Frente Ampla com os partidos da direita golpista.

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