Uma pesquisa recente do DataFolha indica que chegaram a dados que o órgão estima que são preocupantes para a candidatura de Lula e do possível vice Geraldo Alckmin (PSB). Nela, apuraram que o índice de rejeição do ex-presidente Lula segue alta entre os não petistas, e assim a disputa segue apertada.
Os dados revelados são de que Lula é rejeitado por 37% dos eleitores. Entre os sem preferência partidária sobe para 47%, entre os emedebistas é 55% e entre os simpatizantes de outros partidos 56%.
A matéria do jornal golpista Folha/Uol diz que essa rejeição deve acirrar as disputas internas no PT entre os defensores da coligação e os contra. Os defensores afirmam que ampliar o leque de coligações é o caminho para reduzir a rejeição. Os opositores argumentam que os ganhos eleitorais não compensam o desgaste político com a coligação.
Em se tratando de pesquisa feita por órgãos defensores do capitalismo monopolista, a imprensa golpista quer fazer o povo entender que se trata de resultado efetivo nas eleições. Nada mais longe da realidade. A intenção das pesquisas é clara de influenciar o voto da população a favor da direita, e portanto contra a esquerda de modo geral, portanto não podemos considerar fiéis os resultados e olhar criticamente isso.
Devemos olhar as pesquisas com o olhar da direita e procurar entender qual objetivo eles querem alcançar. A pesquisa não é importante pelos dados em si, mas pela interpretação que a imprensa golpista e a burguesia dão para os dados. Assim estaremos mais próximos de entender a realidade concreta na luta de classes.
Nesse sentido, precisamos nos perguntar o que a burguesia está tramando com essas pesquisas. Aqui não apresentaram o percentual de intenção de votos nos candidatos. Divulgaram apenas os índices de rejeição do Lula e o acirramento das disputas internas entre os pró e os contra o vice Alckmin. O que isso significa?
Desde o ano passado as pesquisas divulgadas dão larga margem de vantagem para o candidato do PT, Lula, e os demais candidatos da direita, terceira via, muito aquém de chegar com alguma chance de vencer. Recentemente houve crescimento das intenções de voto no Bolsonaros e a diferença chegou a cerca de dez pontos percentuais entre esses candidatos, indicando que a terceira via não tem apresentado chances de competir com chances, não conseguem fazer deslanchar nenhum dos candidatos ensaiados.
Apesar da divisão interna no PT, onde há setores que apoiam o Alckmin e os que rejeitam esse vice, as intenções de voto seguiam favoráveis ao Lula, inclusive com possibilidade de vitória no primeiro turno. Agora as pesquisas indicam uma disputa mais acirrada entre Lula e Bolsonaro.
E com isso podemos assistir ao acirramento da divisão do partido. Mas também precisamos considerar que a grande maioria da esquerda não quer apoiar o candidato que tem chance de vencer o candidato da direita. Querem frente ampla, até com a direita, mas sem o Lula, numa política que favorece a direita e prejudica a esquerda, apostando num candidato da terceira via.
A campanha feita pela direita através da imprensa golpista, o PIG, forçando a inclusão do Alckmin como vice, não interferiu nos resultados das pesquisas e nem favoreceu para que a esquerda não petista mudasse de postura passando a apoiar a candidatura Lula e Alckmin.
Parece que finalmente o PT começa a vislumbrar a possibilidade do vice ser o Alckmin, só
mais recentemente, isso deu uma certa vantagem para a ala petista de direita. E com o aumento da rejeição ao Lula, pode estar sinalizando que a diferença do vice pode ser negativa para a vitória do ex-presidente.
O fato é que a busca por um vice parece estar consumindo a energia do partido. Até agora não lançaram de vez a candidatura do Lula, parece que o farão no final de março. E não há nenhum ato público com a participação dele. Não estão mobilizando os militantes e nem as bases sociais, o povo, este que evidencia a total aprovação dele como futuro presidente.
Se podemos dizer isso, que o vice Alckmin não interfere nos resultados, podemos dizer que pelo contrário ele acaba desmoralizando e desmobilizando o apoio popular. E enquanto o PT se preocupa demais com essas articulações com a burguesia que não tem voto, e aqui devemos ressalvar que o PT tem os seus motivos, embora não concordarmos com eles, e ele se esquece do mais importante que é mobilizar o povo.
No resultado das pesquisas a rejeição é bem superior entre os emedebistas e os simpatizantes de outros partidos, que são de direita. A pergunta que não quer calar é por quê o PT insiste em fazer aliança com a direita quando o resultado é nulo em termos de adesão à candidatura?
As pesquisas indicam vitória do Lula sem apoio de ninguém ou de coligações. Seria só lançar a candidatura e fazer campanha junto ao povo que sempre indicou que ele é a preferência. Se tivessem optado por esta estratégia, com certeza haveria aumento das intenções de voto nele, e poderiam deixar as coligações como suporte a campanha e etc.
Não podem deixar que o resultado das pesquisas influenciam positivamente e o “já ganhou” seja substituído pela campanha, o que resultaria numa profunda derrota, pois a direita manobra e manipula as eleições desde sempre e pode encontrar, novamente, alguma fórmula mágica para chegar à presidência não o Lula, mas outro candidato alinhado a direita imperialista, e deixando o povo em maus lençóis por mais quatro anos.