O PSOL vive hoje mais uma etapa de sua crise partidária, ao mesmo tempo que o partido se divide em torno dos interesses da burguesia e dos seus setores de base, cresce a crise em torno do principal nome dos trabalhadores para as eleições, o ex-presidente Lula.
O Partido dos Trabalhadores em grande medida vê no PSOL um importante aliado para a corrida eleitoral e para o eventual governo. O PT já buscou consolidar uma aliança com Guilherme Boulos em São Paulo, e até mesmo montar uma federação com o partido. No entanto, como vem se mostrando durante todo o período do golpe, a política do PSOL encontra-se muito longe de uma eventual aliança com o PT e sua base, mas na realidade, a uma política cada vez mais próxima aos interesses da burguesia.
O partido do qual hoje o PT aguarda a decisão para lançar de vez a candidatura de Lula, é o mesmo partido de Luciana Genro, apelidada de a “rainha da Lava Jato”, uma figura que representa o que há de mais à direita na esquerda nacional. O PSOL não apenas com Luciana Genro, mas também com Guilherme Boulos, entre outros, vem se dedicando a na prática levar a frente uma forte campanha contra o PT, desde o “Não Vai ter Copa” ao apoio à Lava Jato, como também a campanha de boicote à candidatura de Lula.
Independente da decisão da direção partidária, a política que o PSOL levará à frente não será de um real apoio à candidatura de Lula, mas sim, uma ação oportunista que nada tem a ver com os interesses dos trabalhadores. Isto pode ser comprovado com a federação recém formada entre PSOL e Rede. O PSOL, que tanto criticou o PT por suas alianças agora decidiu negar a aliança com o PT para se unificar com um partido da burguesia, ligado aos banqueiros e que apoiou o golpe de estado contra a Dilma.
A decisão por parte da executiva do PSOL, reforçada por sua direção neste mês em lançar uma nova federação partidária com a Rede, vem sendo um novo capítulo da crise partidária que se aprofunda desde o golpe de estado. Logo após o anuncio, mais de 15 correntes internas do PSOL se colocaram contrárias à federação, e um dos pré-candidatos à presidência pelo partido, Glauber Braga, endossou a campanha, se colocando contra a decisão tomada pela direção do partido, em uma tentativa de angariar apoio.
O programa desta federação, como. pode-se imaginar, está muito longe de citar qualquer defesa a luta dos trabalhadores, muito menos à apoiar Lula Presidente. Tudo o que há são tópicos genéricos, pseudo-democráticos que nada tem a ver com a luta real da população, um programa que poderia ser de qualquer partido, seja ele de direita ou esquerda.
A justificativa para tal ação, segundo a direção do PSOL, deve-se à tentativa de superar a qualquer custo a cláusula de barreira, um bloqueio criado para atacar os partidos menores, sobretudo da esquerda. No entanto, se isso fosse o caso meramente, há de se perguntar por que o PSOL, entre tantos partidos, decidiu se juntar justamente com a Rede, o partido de Marina Silva, amiga dos banqueiros e defensor do golpe de estado.
Inclusive, dentro de sua direção está ainda figuras como Heloiza Helena, ex-PSOL, uma figura defensora da luta contra o direito do aborto, e de diversas outras políticas extremamente reacionárias, contra as mulheres e a classe trabalho no geral.
É necessário denunciar o PSOL e quebrar a ideia de que este partido este à esquerda do PT. Ao contrário do que Glauber Braga coloca, que é necessário defender o “verdadeiro” PSOL, o que existe de fato é um típico partido da pequena-burguesia, que desde o primeiro momento se colocou à reboque da política da burguesia brasileira e do imperialismo.
As revelações feitas por este mesmo Diário nas quais foram comprovadas as relações de Guilherme Boulos com o IREE e a Fundação Ford, mostram a grande penetração do imperialismo na esquerda brasileira, sobretudo por meio do PSOL e seus dirigentes.
Dessa maneira, o Partido dos Trabalhadores não deve esperar um único minuto a mais para lançar a candidatura de Lula. O ex-presidente não depende do apoio do PSOL, muito pelo contrário, como pode ser visto, um apoio da direção do PSOL à sua candidatura não passará de uma farsa. Um partido que se alia com os golpistas jamais sairá às para defender a verdadeira candidatura contra o golpe e em defesa dos trabalhadores.
O PSOL na realidade, cumpre na esquerda o papel de minar as candidaturas petistas em todo Brasil, é preciso denunciar esta operação farsesca e defender nas ruas a candidatura de Lula, contra o golpe e os falsos aliados.