No dia 25 de fevereiro, diversas organizações de esquerda irão se reunir no Brasil e no mundo inteiro para protestar contra a situação do jornalista Julian Assange, perseguido e censurado pelo imperialismo, realizando o chamado Dia Internacional de Atos pela Liberdade de Assange.
Em São Paulo o ato ocorrerá às 11h, em frente ao Consulado do Reino Unido (R. Ferreira de Araújo, 741 – Pinheiros). Também ocorrerão atos em Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, etc. Apesar de alguns locais ainda não estarem confirmados, as manifestações serão realizadas em frente às embaixadas do Reino Unido ou dos Estados Unidos. É possível verificar os locais confirmados no final desta matéria.
O Caso Assange
Julian Assange começou a ser perseguido pelo imperialismo quando publicou em seu sítio, a WikiLeaks, diversos documentos e arquivos sigilosos que denunciavam atrocidades do governo norte-americano e de outros países imperialistas, sendo o mais famoso deles um vídeo datado de 2007, durante a guerra no Iraque, em que um helicóptero apache norte-americano mata pelo menos 12 pessoas, incluindo jornalistas.
A campanha contra a WikiLeaks começa forte e logo se concentra na figura de seu representante, Julian Assange. O jornalista é caluniado diversas vezes, além de ser constantemente ameaçado e monitorado pelo imperialismo. Em 2012, Assange pede asilo na embaixada do Equador em Londres, tendo permanecido lá durante 7 anos até ser retirado à força pela polícia britânica a serviço dos EUA, após o golpe de Lenin Moreno, sucessor de Evo Morales, no Equador, que revogou o pedido de asilo e comprovou seu capachismo aos EUA. Ao longo dos anos seriam reveladas diversas informações que descreveram a ação do imperialismo durante o asilo do jornalista, como a espionagem constante do jornalista e até mesmo a elaboração de planos para o seu assassinato.
Ao ser preso em uma prisão de segurança máxima em Londres, em 2019, Assange não tinha mais comunicação com o mundo e o imperialismo intensificou sua campanha de calúnias. O jornalista, isolado do resto do mundo, ainda está preso e diversos relatos de seus familiares e advogados relatam que seu estado de saúde é péssimo, tendo Assange sido debilitado inclusive por um derrame cerebral.
Os EUA têm tentado constantemente realizar a extradição do jornalista para o país, apesar deste nunca ter colocado um pé no local. A extradição foi inclusive recusada por uma juíza britânica, ou seja, a serviço do imperialismo, por esta considerar que a extradição poderia implicar em uma série de torturas psicológicas e até físicas ao jornalista, podendo o levar até mesmo ao suicídio.
Liberdade de expressão
O caso de Julian Assange, assim como o caso de Edward Snowden e de tantos outros jornalistas e ativistas políticos são claros exemplos de até onde o imperialismo pode ir para calar seus opositores. O aparato repressivo deste trespassa fronteiras e é extremamente persecutório, a ponto de levar alguém a beira da morte apenas com a pressão psicológica.
Este, entre tantos outros, é um claro exemplo de ataque à liberdade de expressão. Estes atendados contra um direito democrático servem apenas a um propósito: calar os opositores da burguesia. A ferramenta da repressão de pensamento e expressão é uma arma da burguesia para calar os trabalhadores frente a suas reivindicações, impedindo sua organização e estabelecendo uma verdadeira ditadura.
Casos semelhantes ocorrem no Brasil, como a do apresentador Monark, que tem sido perseguido por expressar sua opinião na internet. Independentemente da ideia expressada, é preciso defender o direito de nos expressarmos, e não promover uma verdadeira caça às bruxas por uma opinião divergente, assim como faz o imperialismo.
Atualmente, a extrema-direita no Brasil é utilizada como bode expiatório do Estado e dos capitalistas, sendo estes reprimidos para tentar promover algum tipo de apelo popular nas questões relativas à limitação da liberdade de expressão. O objetivo disso é atacar a classe trabalhadora e a esquerda, utilizando desses artifícios para calar a população e perseguir os opositores da burguesia, tudo isso com respaldo da Constituição — a censura irá sempre se virar contra a esquerda, e Julian Assange é o maior exemplo disso atualmente. É portanto necessário que este direito democrático e fundamental seja defendido em todas as suas instâncias, independentemente da opinião que esteja do outro lado.
Veja a lista de locais confirmados para os atos do Dia Internacional de Atos pela Liberdade de Assange:
São Paulo: 11h – Consulado Geral do Reino Unido – Rua Ferreira de Araújo, 741 – Pinheiros
Brasília: A confirmar horário e local
Porto Alegre: 12h – Consulado dos EUA; Av. Assis Brasil, 1889
Rio de Janeiro: 10h – local a confirmar
Belo Horizonte: 10h – Embaixada dos Estados Unidos – Avenida do Contorno, 4520