Neste próximo domingo (01) ocorrerão em diversas cidade do país os atos do Dia de Luta dos Trabalhadores, a data mais tradicional para a classe trabalhadora em todo o mundo. Dia em que historicamente trabalhadores se reúnem para protestar contra opressão da burguesia capitalista. Data que se consolidou através de greves e grandes mobilizações desde o século XIX, ao custo literalmente do sangue de milhares de trabalhadores, como dos sete mártires da grande greve de Chicago em 1886.
Exemplos de grandes lutas não faltam para este dia, mas parece que mais de 100 anos de história e aprendizado para a classe trabalhadora, não estão sendo suficientes para que as lideranças sindicais e dos partidos de esquerda busquem honrar a memória dos que pagaram com a vida, realizando uma manifestação de verdade, com a participação ativa dos trabalhadores e de suas organizações de luta.
Pelo contrário, até o momento o que está se desenhando para este 1º de Maio é mais um dia em que os trabalhadores serão sabotados com a falta de ação, daqueles que receberam confiança dos trabalhadores para liderar e controlar a luta contra burguesia. Dizemos isso, pois não nenhuma convocação está sendo feita, a proposta dos atos em si já é desmobilizadora com a proposta de “atos culturais”, não há nenhum trabalho de agitação e propaganda sendo feito na base das categorias, o que leva à conclusão de que, salvo pela intervenção de setores mais radicais, como o PCO e militantes revolucionários, o dia não servirá em nada para avançar no atendimento das necessidades concretas dos trabalhadores, dada a situação econômica e de ataques da burguesia.
O oportunista
Para completar o quadro, como já é conhecido a esquerda está recheada de oportunistas que, em geral, buscam se passar por defensores dos trabalhadores mesmo praticando uma política totalmente direitista dia após dia. E ninguém melhor para servir nessa carapuça do que o abutre Ciro Gomes. Enquanto setores militantes da esquerda buscam unificar o movimento de luta e levar o máximo de trabalhadores para os atos do primeiro de maio, apesar de todos os obstáculos, ele decidiu mais uma vez mostrar quem é.
Ciro Gomes, afirmou que não comparecerá ao ato do domingo em São Paulo preferindo participar de uma comemoração pelos 100 anos de nascimento de Leonel Brizola, em Brasília, o que mostra que o candidato a esquerdista não consegue conviver nem alguns poucos minutos na esquerda e entre os trabalhadores.
Ainda a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), uma organização que se propõe a ser “central” de sindicatos sem ser, dirigida pelo PDT, partido de Ciro Gomes, afirmou que se retirou da organização do ato e também não “comparecerá com seus sindicatos” ao ato, preferindo fazer um ato em Itatiba, interior de São Paulo.
A ausência de Ciro Gomes e do PDT não causará nenhum prejuízo para os atos e, muito menos, para a mobilização dos trabalhadores para o ato, muito pelo contrário. A ausência desse tipo de político burguês, que tem a capacidade de fazer qualquer coisa para atender seus interesses pessoais e de seus patrões, faz com que melhore as possibilidade de mais trabalhadores estarem no ato ativamente, vez que ao menos uma das “cobras traidoras” da classe trabalhadora não estará lá para mentir e fazer propaganda contra o ex-presidente Lula.
O 1º de Maio por Lula Presidente
Aliás, é exatamente este o motivo que o do abutre e golpista Ciro Gomes e seu partido direitista terem decidido não comparecer ao ato, pois com a aproximação das eleições a polarização política entre a direita golpista e pró-imperialista e a classe trabalhadora representada por Lula, está cada vez mais nítida. Levando os trabalhadores a se mobilizarem cada vez mais em defesa do ex-presidente.
Com a presença confirmada de Lula no ato em São Paulo, o que naturalmente levará mais trabalhadores a se motivarem a irem ao ato, apesar dos problemas, como o péssimo lugar escolhido pela burocracia sindical (praça do Pacaembú) e certamente ocorrerão grandes manifestações de apoio ao ex-presidente. O que naturalmente aumenta o risco para os oportunistas, direitistas que se arriscarem a ir ao ato, tentando fazer campanha eleitoral própria.
Comprovando isso, lembramos do ato Fora Bolsonaro do dia 02 de Outubro aonde o direitista Ciro Gomes esteve presente, exatamente porque Lula não estava, o que o encorajou a tentar a sorte e tentar capitalizar sobre a massa presente na Paulista. Se deu mau, não conseguiu falar, foi vaiado, xingado e por pouco não tomou “uns tapas” dos operários da CUT.
Infelizmente, nos atos do próximo domingo Ciro Gomes não seria o único direitista e oportunista a estar presente. Como já tem ocorrido nos últimos anos, a burocracia sindical tem “estendido o tapete vermelho” para todo o tipo de político burguês, golpista, ladrão e oportunista buscar fazer média com os trabalhadores e, principalmente, num ano eleitoral, estarão lá para mentir descaradamente, inclusive, abraçar e fazer declarações de amor ao ex-presidente Lula e aos trabalhadores.
Contudo, a ausência do abutre Ciro Gomes já é um ponto a se comemorar, mais um direitista que “desveste” a fantasia de esquerdista e deixa claro a quem serve, buscando dividir os atos.
Os militantes de esquerda, os trabalhadores que realmente entendem a necessidade de haver um protesto real no 1º de Maio devem convocar mais trabalhadores a estarem presentes e convoca-los à luta por Lula Presidente como a única via, através das eleições, que significa um enfrentamento ao golpismo, à burguesia imperialista e à sua política neoliberal.
