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Eleições 2022

A grande trama da burguesia para evitar a eleição de Lula

Ao contrário do que pensam alguns, o caminho de Lula de volta à presidência não será tranquilo. Lula só será presidente com muita luta.

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O circo da CPI da Covid está na sua reta final e só convence os muito crédulos de que algo sério está sendo levado a cabo. A maior parte da população tem a correta percepção de que se trata de um mero jogo político dentro do parlamento, quem mais se ilude com as ações da comissão parlamentar é a classe média esquerdista.

O saldo eleitoral da CPI

Com todo o esforço para desgastar o voto bolsonarista e alçar um nome mais consensual da direita ao palco principal das eleições presidenciais de 2022, as pesquisas apontam que Bolsonaro ainda mantém pouco mais do que 20% das intenções de voto. Lula, por sua vez, aparece com pouco mais do que 40%, mesmo depois de todo o massacre que sofreu nos últimos anos da imprensa e da justiça burguesa.

A próxima etapa da campanha da terceira via passa necessariamente pela busca dos votos que Lula tem. A burguesia entendeu que esse eleitorado de Bolsonaro é o seu piso, enquanto que o de Lula seria o teto alcançado pelo petista. Portanto, Bolsonaro só teria a ganhar, enquanto Lula só teria a perder.

Não importa o quanto Lula e o PT tentem agradar a burguesia, na crise atual ela precisa de um governo radicalmente neoliberal e nem querendo Lula pode desempenhar esse papel, pois seria um suicídio político.

Manobra à francesa

Nas eleições presidenciais de 2017 na França, pudemos observar uma manobra muito parecida com a que se tenta realizar hoje no Brasil. Diante da enorme impopularidade dos governos do Partido Socialista, com François Hollande à frente, que aplicou a cartilha neoliberal contra a população francesa, o voto foi muito diluído. Enquanto o Partido Socialista amargou míseros 6,36%, quatro partidos tiveram votação próxima aos 20%: Em Marcha! (24%), Frente Nacional (21,3%), Os Republicanos (20%) e A França Insubmissa (19,58).

A Frente Nacional que lançou Marine Le Pen é um partido da extrema-direita francesa, criado pelo pai de Marine em 1972 e que mudou de nome em 2018 para Reagrupamento Nacional. Os outros três não têm nem 10 anos de existência, o que dá uma ideia do tamanho da crise política no país.

Os Republicanos foi fundado em 2015 pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy, envolvido diretamente na invasão e destruição da Líbia em 2011. O único partido de esquerda nesse bolo foi A França Insubmissa, fundada em 2016 por Jean-Luc Mélenchon. Por fim, também criado em 2016, pelo próprio Emmanuel Macron que viria a se eleger no ano seguinte, A República em Macha! ou apenas Em Marcha!, com essas exclamações no final mesmo.

Mesmo sendo um funcionário do capital financeiro, Macron conseguiu captar parte dos votos da esquerda no primeiro turno e no segundo teve apoio de toda a esquerda, além da direita mais tradicional, é claro. Eleito ao final com 66% dos votos, vale lembrar que Macron contou com apenas 24% dos votos no primeiro turno.

Ou seja, a burguesia francesa conseguiu pulverizar a disputa, dividindo a esquerda para impedir a sua vitória. Se o Partido Socialista houvesse apoiado A França Insubmissa de Mélenchon, a esquerda teria passado ao segundo turno e, sem o fantasma da extrema-direita para fazer com que pulasse no colo de Macron, ela possivelmente teria vencido as eleições. Mas a burguesia tratou de dividi-la e enfraquecê-la para pavimentar o caminho para a vitória de Macron ─ no segundo turno, com o apoio da própria esquerda, com as calças borradas de medo da vitória de Le Pen.

O governo de Macron foi previsivelmente direitista e neoliberal no extremo desmoralizou ainda mais a esquerda parlamentar na França e ajudou a consolidar a influência da extrema-direita no país.

A divisão do voto da esquerda em 2022

Para uma estratégia como a francesa dar certo por aqui, o grande alvo eleitoral da burguesia se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo ilegalmente excluído do processo em 2018, a divisão do voto de esquerda que tem como principal destino o Partido dos Trabalhadores já foi um ponto importante daquelas eleições.

Mesmo ultra-minoritário, o candidato-a-qualquer-coisa do PSOL nos últimos anos Guilherme Boulos estava lá com todo o destaque na imprensa burguesa para tirar votos do PT. Mais relevante na manobra foi o oligarca Ciro Gomes, que, mesmo sendo um direitista ao longo de toda a sua vida política, surfou no antipetismo “de esquerda” propagado por PSOL e PSTU para tirar votos do candidato substituto de Lula, Fernando Haddad ─ garantindo a vitória de Bolsonaro.

Como sabemos, as pesquisas flutuam de acordo com os interesses da classe dominante. A próxima bateria de ataques contra Lula, que ─ lembre-se ─ ainda é alvo de diversos processos, pode justificar mudanças nesses percentuais que indiquem que o candidato petista não consegue derrotar Bolsonaro num eventual segundo turno.

Os já conhecidos sabotadores de votos do PT já estão à todo vapor nas movimentações rumo a 2022. Para eleger Lula é preciso lançar e defender sua candidatura nas ruas desde já. O contraponto eleitoral do golpe de estado de 2016 é Lula presidente, por um governo dos trabalhadores, sem frente ampla, sem patrões e sem golpistas.

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