Sabemos que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é fruto do golpe de Estado de 2016 arquitetado por todas as instituições burguesas no Brasil, fiéis aliadas do imperialismo americano, inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF), a corte de “notáveis” que hoje quer monopolizar o poder em detrimento da Constituição e do povo.
Depois de criarem a serpente Bolsonaro, querem controlá-lo, calar sua boca e fazê-lo aguardar as novas definições golpistas que virão contra as eleições, assim como ocorreram nas eleições de 2018, as quais levaram esse Bolsonaro e companhia ao poder.
Jair Bolsonaro, sabendo que as eleições podem ser fraudadas ou manipuladas, pois não há eleição 100% segura, sobretudo as do Brasil, cujos órgãos eleitorais criam diversas leis draconianas para controlar o processo e prejudicar sobretudo a classe trabalhadora e os partidos de esquerda, avisa que fará “auditoria” privada nas urnas eletrônicas.
O presidente informou que o Partido Liberal (PL) irá contratar a empresa para fazer a manipulação, ou seja, a “auditoria”, informação esta que desagradou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro, como um membro golpista e rebelde da burguesia, disse que a empresa contratada pode constatar que é “impossível auditar o processo”, o que poderia complicar o Tribunal.
“[A empresa] pode daqui a 30, 40 dias, chegar à conclusão que, dada a documentação que tem na mão, dado o que já foi feito até o momento para melhor termos eleições livres de qualquer suspeita de ingerência externa, pode falar que é impossível auditar e não aceitar fazer o trabalho”, afirmou Bolsonaro em suas redes sociais.
Bolsonaro, TSE e STF estão querendo para si o protagonismo de quem irá de fato manipular as eleições a favor do imperialismo no Brasil, que significa prejudicar Lula de todas as formas, com uma tradicional receita golpista aplicada no país: não deixar Lula se candidatar. Se conseguir, não deixar ser eleito. Se for eleito, não tomar posse. Se tomar posse, não assumir. Se assumir, não governar. Governando, poderá sofrer um atentado ou outro golpe político.
Além de ameaçar contratar uma empresa para auditar as eleições, Bolsonaro propõe ainda que outra instituição golpista, o Exército, tenha uma participação mais efetiva no controle das eleições.
“Deixo claro, adianto ao TSE, essa auditoria não vai ser feita após as eleições. Uma vez contratada, a empresa começa a trabalhar, a empresa vai pedir ao TSE, com toda certeza, quantidade grande de informações. Ela vai pedir às Forças Armadas o trabalho que fez até agora”, disse Bolsonaro.
“As Forças Armadas não vão fazer papel de chancelar apenas o processo eleitoral, participar como espectadoras do mesmo. Não vão fazer isso. As Forças Armadas não estão se metendo no processo eleitoral, elas foram convidadas e são bastante zelosas”, declarou o presidente, que emprega milhares de militares em seu governo.
A serviço da burguesia, embora não seja seu candidato ideal, Bolsonaro joga com cinismo e ironia quando se refere ao ex-presidente Lula, contra o qual ele e essas instituições que ele vem criticando estarão juntos no serviço sujo logo que as perspectivas da terceira via forem enterradas definitivamente.
“Já que pesquisas dizem que o senhor Lula tem 40%, o Lula vai ganhar, quero garantir a eleição do Lula com esse processo aqui [de auditoria]”, afirmou cinicamente o presidente.
Bolsonaro percebe que a direita dita “civilizada” vem aumentando a censura, pegando agora os membros da extrema-direita, mas o objetivo principal é calar e criminalizar os movimentos sociais, a esquerda e o direito de greve dos trabalhadores, que vem aumentando seus protestos Brasil a fora devido ao recrudescimento da crise financeira, política e social.
“Ninguém precisa fazer campanha pro Lula, não. Não precisa, por exemplo, uma autoridade ou outra, que a gente vê acontecendo, ficar desmonetizando páginas de pessoa que nos apoiam, retirando páginas de pessoas que nos apoiam, ameaçando ou prendendo pessoas que nos apoiam”, criticou Bolsonaro em referência ao TSE e STF, aproveitando de uma pauta da esquerda, que no momento está à deriva de seus verdadeiros princípios, para fazer demagogia e cativar a classe trabalhadora.
Enfim, é preciso que a esquerda cobre uma auditoria de fato popular nas eleições, pois nenhuma dessas instituições burguesas auditará o processo de forma transparente, senão para prejudicar a volta do ex-presidente Lula ao poder.
O TSE e o STF, embora queiram um outro candidato que não Bolsonaro para manter o Golpe de Estado, na impossibilidade da vitória da terceira via, poderão manipular em favor dela ou novamente em favor de Bolsonaro.
