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A violência do Capital

Ditaduras de direita, como o Brasil, são as que mais matam ativistas

O discurso raivoso contra os países anti-imperialistas, taxados de ditaduras e de violentos, esconde os de direita, onde violência e desigualdade imperam

A imprensa burguesa especializou-se na arte de moldar a opinião pública internacional ao criar agencias especificas que divulgam apenas o que interessa ao imperialismo e no formato que lhe seja conveniente, contra os adversários políticos, contra governos não-alinhados, em favor de suas investidas comerciais, justificando ações contra esses adversários, inclusive a guerra.

Isso ocorre desde o final do século XIX, com o uso do telegrafo servindo para envio das ‘notícias’, direto da matriz (começando com a Inglaterra e logo seguida pelos Estados Unidos da América) para as colônias e ex-colônias. Dessa forma, o que interessava noticiar, para moldar a opinião pública, fica garantido.

Não é por outro motivo que toda imprensa burguesa, em qualquer lugar do mundo, parece igual, o que cria a sensação de que a ‘notícia’, portanto, corresponda à realidade. Assim, noticiar que o Iraque teria armas de destruição em massa foi parte da estratégia para justificar a invasão do país. Da mesma maneira, carimbar a Venezuela, o ex-presidente Hugo Chaves e seu sucessor, Nicolas Maduro, como autoritários, ditadores, corruptos, inimigos da democracia e dos valores ocidentais, está na pauta de todos os jornais ocidentais.

Aquilo que não é noticiado também tem, portanto, o mesmo objetivo: moldar a opinião pública. Nesse caso, por falta de informação, por minimizar fatos e eventos, tirar do contexto,  fazer falsas avaliações, criar relações artificiais entre fatos, momentos históricos, pessoas etc.

A imprensa capitalista atua para reafirmar o império, para justifica-lo e exaltá-lo. Ela é pró-imperialista por natureza. Escandaloso que vejamos a imprensa colombiana, hondurenha, paraguaia, chilena et caterva, servindo de linha direta do imperialismo e perseguindo países como Cuba e Venezuela, quando esses mesmos países são exemplos daquilo que imputam a terceiros.

Essa semana vemos Brasil, Colômbia e Honduras, para ficar com três capachos bem representativos, são campeões de violência, de perseguição a minorias, a ativistas, a movimentos sociais.

O Brasil é o campeão absoluto, como mostram a ONG Transgender Europe[1] e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra)[2], em assassinato e violência contra transexuais e travestis, com uma média anual de 118,2 assassinatos, segundo registros realizados desde 2008[3].

O número de mortos em conflitos no campo são crescentes, mas em 2019, as mortes de lideranças indígenas registrou o maior número em pelo menos 11 anos, segundo a Comissão Pastoral da Terra. Só em 2019, conforme contagem parcial feita até o momento, foram 27 assassinatos por por conflitos no campo, dos quais 7 eram líderes indígenas.

Segundo a organização Frontline Defenders, ao menos 23 ativistas brasileiros pelos direitos humanos foram assassinados no pais em 2019. O Brasil, assim, alcançou a 4ª posição entre os países considerados os mais violentos para quem milita.

A organização supracitada, registra também que considerando os cinco lugares mais perigosos, quatro são latino-americanos: a Colômbia vem em primeiro lugar (106 relatos de assassinatos); as Filipinas vêm em segundo lugar (43 mortos); em terceiro Honduras (31); enquanto Brasil e México ficam empatados no quarto lugar (23 casos cada); a Guatemala ficou em quinto lugar (15 mortes).

Colômbia, Brasil e México são países grandes e ricos, mas são os que registram, além de muita violência, os maiores índices de desigualdade no continente. Na Colômbia 0,4% das propriedades concentram mais de 67% da terra produtiva, enquanto no Brasil, 45% da área rural está nas mãos de menos de 1% das propriedades. O México não tem grandes propriedades, pois fez uma ‘reforma agrária’ ainda no começo do século XX.

Colômbia, Honduras e Brasil estão entre os mais desiguais no continente, sendo que o Brasil alcançou o primeiro lugar em 2019, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)[4].

Não vemos a Venezuela ou Cuba serem listadas entre os mais desiguais ou violentos, no entanto, a imprensa burguesa os apresenta como maus exemplos, que não podem/devem ser seguidos. O Chile, outro exemplo do ‘sucesso neoliberal’, hoje mostra como a desigualdade transformou o pais em uma bomba relógio, com a revolta popular se manifestando de forma ininterrupta faz meses, desmascarando a crueldade e o fracasso do projeto modelo do liberalismo, mas o problema, para a imprensa capitalista é a insistência da Venezuela em não se alinhar ou Cuba por resistir.


NOTAS:

[1] https://transrespect.org/wp-content/uploads/2019/11/TvT_TMM_TDoR2019_SimpleTable.pdf

[2] https://antrabrasil.files.wordpress.com/2020/01/dossic3aa-dos-assassinatos-e-da-violc3aancia-contra-pessoas-trans-em-2019.pdf

[3] Ou seja, uma vítima a cada 3 dias. Em 2018 foram contabilizadas 163 assassinatos e, em 2019, 124.

[4] https://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/44969/5/S1901133_es.pdf

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