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Ditadura

Desfile militar: crise se acirra e risco de golpe permanece

Nesta terça-feira, a Marinha brasileira organizou um exercício militar intitulado “Operação Formosa”, uma operação que ocorre desde 1988. No entanto, a diferença deste ano foi que pela primeira vez o comboio com os veículos usados passou por Brasília, em especial, na frente do Palácio do Planalto, no mesmo dia em que o Congresso Nacional votaria o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que apresentava a proposta do voto auditável nas eleições de 2022.

A presença dos militares

O projeto defendido pelo fascista Jair Bolsonaro tornou-se uma bandeira de demagogia popular que vem enfrentando dura resistência de toda a burguesa, que de forma visível pretende fraudar as eleições utilizando o sistema eletrônico.

A Marinha nega a relação da presença do maquinário de guerra com a votação da PEC, e afirma apenas pretender entregar pessoalmente um convite a Jair Bolsonaro, chamando-o a participar do treinamento, que pela primeira vez conta com a presença do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira.

Alguns setores da esquerda indicam que a utilização do exército serve como uma espécie de amostra do golpe militar e de uma forte pressão contra o STF e o Congresso. No entanto, pelos baixíssimos resultados obtidos quanto à aprovação do voto auditável, fica claro que a real intenção de Bolsonaro não era pressionar em si o parlamento, mas sim demonstrar força política para sua base.

O exercício da Marinha tornou-se um novo palco para sua campanha política. A tentativa é demonstrar “empenho”, “luta” e “poder” mesmo à frente da gigantesca crise que o país e o próprio governo atravessam. Os tanques são uma política de intimidação, mas não está claro que haja uma política de golpe militar, isso pode ser visto pelas declarações da própria direita que se deram de maneira extremamente atenuadas se for levada em conta a gravidade que seria este problema.

Golpe em marcha?

Contudo, mesmo que o golpe militar não esteja na ordem do dia da burguesia brasileira, o aprofundamento da ditadura é eminente e as eleições de 2022 mostram-se cada vez mais como um verdadeiro campo de guerra. Em uma situação de estabilidade, a presença do exército no planalto não seria vista, o que demonstra haver uma inclinação ainda mais à direita destes setores ao passo que nas ruas os trabalhadores encontram-se ainda mais radicalizados contra o regime golpista.

Outro problema que marcou esta terça-feira foi a continuidade da polêmica envolvendo o voto auditável. Acompanhando a campanha feita pela imprensa burguesa, toda esquerda parlamentar se somou ao principal setor da burguesia golpista contra o voto auditável, considerando-o uma política “bolsonarista”. No entanto, mesmo em meio a tanta campanha, o que nenhum defensor desta tese conseguiu explicar seria sobre os reais riscos da população poder auditar seu próprio voto.

A confusão impera

A proposta defendida por Bolsonaro é moderada e em grande medida demagógica com a população. É fato que uma grande parcela da população brasileira desconfia do processo eleitoral totalmente eletrônico e isso não poderia ser diferente. Após inúmeras eleições visivelmente fraudadas, sobretudo as eleições de 2018 que elegeram governadores desconhecidos em todo país, onde o único fator em comum seria sua aliança ao bolsonarismo que estava sendo impulsionado pela burguesia. Suplicy, Dilma, Requião e muitos outros candidatos tradicionais e conhecidos da população foram derrotados de maneira inexplicável nas eleições. Os números apenas denotam uma grande operação fraudulenta.

Em nenhum momento as urnas eletrônicas foram sinal de segurança, muito pelo contrário. É praticamente impossível definir se houve ou não fraude de maneira comprovada justamente pelo fato de que qualquer um pode alterar os dados digitalmente. Além disso, a urna eletrônica não é usada desta maneira nos principais países do mundo, onde os interesses entre os principais setores políticos envolvem históricas lutas. Este problema evidencia que ninguém vê de forma segura as urnas eletrônicas.

Contudo, em uma política sem princípios, a esquerda se coloca no mesmo barco que todo o regime golpista, que pelas declarações de seus principais representantes, como o ministro Barroso, fica claro que a real intenção por de trás da campanha contra o voto auditável é a necessidade da burguesia operar uma grande fraude eleitoral no ano de 2022. Esta questão fica evidente para todos, e apenas aumenta a confusão em relação à esquerda com a classe trabalhadora, que desconfia abertamente do sistema eleitoral

É preciso defender o voto impresso

No lugar de uma política abstrata, onde se opor ao governo Bolsonaro significa apoiar tudo o que ele não apoia, mesmo que isso signifique se aliar ao principal setor da burguesia golpista, é necessário ter como base um programa de revindicações que atendam aos interesses dos trabalhadores.

Em primeiro lugar, é um direito democrático da população ter um real controle sobre as eleições, para isso, a urna eletrônica como utilizada no Brasil é o que tem de mais antidemocrático em funcionamento. A população tem o direito de auditar seu voto e a melhor maneira de fazer isso é imprimindo-o.

Outro ponto é o problema do voto impresso, que entrou na polêmica mesmo que não esteja sendo de fato votado. O voto impresso é o principal sistema de votação utilizado em praticamente todos os países do mundo, inclusive nos países imperialistas, onde a luta política se dá em grandes proporções e por isso há muita pressão exercida em cima das eleições. O uso deste sistema se dá justamente pois qualquer cidadão pode acompanhar a checagem dos votos e verificar com mais facilidade quaisquer fraudes, sendo um sistema muito mais democrático.

Logo, a campanha que a esquerda realiza apenas serve para fortalecer Bolsonaro com sua base de apoio e confundir os trabalhadores se alinhando com os golpistas.

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