Em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo, Eliane Cantanhêde, uma das principais articulistas da imprensa burguesa, destacou mais uma vez a importância do novo debate realizado no SBT para divulgar as candidaturas da terceira-via.
O debate realizado neste sábado teve como principal destaque não qualquer discussão, mas sim a ausência do candidato do Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva. Com a ausência do petista no programa, a burguesia armou uma grande operação de ataque ao candidato dos trabalhadores e de promoção da terceira-via, sobretudo das candidatas Simone Tebet e Soraya Thronicke.
As paladinas do golpe
Em sua coluna, Cantanhêde afirmou que ambas as candidatadas “marcaram boa presença e foram firmes, em geral contundentes” enquanto “o ex-presidente Lula fez o papelão de não comparecer”. A colunista golpista vai além e destaca a ação contundente das candidatas respondendo os ataques de Bolsonaro.
Nesse sentido, a articulista destaca que “é assim que as duas mulheres da linha de frente da disputa vão conquistando, senão votos, conhecimento, curiosidade e respeito.” A sinalização destaca sobretudo a campanha que a burguesia golpista vem fazendo em cima das candidatas, sobretudo Simone Tebet, para se não for vencer as eleições, se tornar uma alternativa do principal setor do regime golpista aos “extremos” de Lula e Bolsonaro.
É nesse sentido que Cantanhêde destaca a participação de ambas as candidatas. Segundo a mesma, “são candidatas a sair muito maiores da eleição do que entraram, diferentemente de Ciro, que não tem chances de vitória e perde muito do que tinha e não ganha o que não tinha”.
Terceira-via acabou?
De maneira breve e direta, a articulista destaca o plano que a burguesia vem criando em cima da terceira-via. Em primeiro lugar, mostra que o plano central da burguesia sempre foi este, de impulsionar uma alternativa golpista à Bolsonaro e Lula para a campanha eleitoral.
No entanto, agora revela em meio as dificuldades da burguesia em colocar a terceira-via no segundo turno, de que esta campanha vai muito além das próprias eleições. O principal setor do golpe de Estado vem montando uma grande operação para fabricar novos nomes para a manutenção do regime político. Simone Tebet é a principal destas figuras.
Mulher, que auto se intitula feminista, a imprensa burguesa transformou a latifundiária golpista e assassina de índios em uma grande democrata, defensora das mulheres e até mesmo da população mais pobre. Tebet foi criada em meio a CPI da Covid, a manobra parlamentar da burguesia já em preparo das eleições, e agora tem sua campanha inflada por rasgados elogios dos principais articulistas da imprensa golpista.
Independente do resultado final das eleições, a campanha realizada pela burguesia mostra que há um objetivo maior, que vai diretamente contra os interesses da população e deixa claro que seu candidato não é Lula. Essa situação comprova que em um eventual governo Lula, a pressão da direita golpista será imensa para controlar e derrubar o governo. Tebet é peça chave desta operação.
Dessa maneira, o debate realizado neste fim de semana, ainda mais com a ausência de Lula, serviu para sedimentar a campanha em torno das mulheres da terceira-via, da oposição “democrática” a Lula e Bolsonaro, ou seja, serviu para fortalecer a campanha golpista independente do resultado das eleições.