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CPI Palanque

CPI do MEC, mais um oportunismo eleitoreiro a serviço da 3ª Via

Mais um espetáculo com cunho eleitoreiro. Esse tipo de ação não mobiliza os trabalhadores e pode até servir de apoio à terceira via.

Com a prisão temporária de Milton Ribeiro, ex-ministro do MEC, e de pastores ligados ao ministério no último dia 22 de junho após uma ação da Polícia Federal que apura a atuação destes mesmos pastores na liberação de recursos do ministério, o caso tornou-se o centro das atenções da campanha parlamentar e eleitoral.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou nessa terça-feira um pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que tem como objetivo investigar as denúncias envolvendo casos de corrupção no Ministério da Educação. A criação da mais nova CPI no governo Bolsonaro agora só depende da aprovação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o seu início.

A CPI vem ganhando força desde a prisão de Milton Ribeiro, sobretudo nos setores parlamentares da esquerda pequeno-burguesa e do chamado “centrão”, que se colocam como uma pretensa “oposição” parlamentar ao governo Bolsonaro. Em resposta, Bolsonaro tenta barrar no STF a criação da comissão e libera ao mesmo tempo verbas do orçamento secreto para contornar a crise há poucos meses das eleições.

A crise iniciou com a revelação de um orçamento paralelo no Ministério da Educação, divulgado pela própria imprensa burguesa. O governo Bolsonaro dessa maneira, busca controlar a crise liberando bilhões em verbas e manobrando com os parlamentares em momentos de maior crise no interior do regime, o que pode ser visto mais de R$3 bilhões enviados pelo governo após a prisão de Milton Ribeiro, um valor que corresponde a 20% do total previsto para todo o ano de 2022.

A liberação dos recursos tem como intenção mobilizar parte do centrão para defender o governo e impedir a abertura da CPI, no senado é encabeçado por Flávio Bolsonaro e Davi Alcolumbre.

No entanto, esta nova crise no interior do governo Bolsonaro está para mais uma vez ser contornada com uma típica manobra parlamentar do principal setor da burguesia brasileira. Assim como no caso da CPI do Covid, a mais nova CPI tem como intenção servir muito mais como uma campanha eleitoral para setor da terceira-via, do qualquer combate ao governo Bolsonaro, muito menos, ao regime golpista de conjunto.

Para a CPI ganhar legitimidade, a burguesia vem cooptando setores da esquerda pequeno-burguesa parlamentar a se juntarem a campanha pró-inquérito no senado. Dessa forma, como ocorreu durante as investigações envolvendo as vacinas contra o coronavírus, a CPI do MEC tem como finalidade alavancar setores do centrão, com o apoio central de partidos da esquerda parlamentar.

A campanha em si é feita para não ter resultados reais. Em primeiro lugar está posto mais uma vez a política da esquerda pequeno-burguesa que, no lugar de mobilizar os trabalhadores, coloca como único meio de atacar o golpe recorrer à própria justiça golpista. A política cada vez mais judicializada da esquerda parlamentar não só é um erro, como acaba por fim apenas fortalecendo a burguesia e o regime golpista de conjunto.

A esquerda pequeno-burguesa fortalece a justiça golpista, confiando a ela a luta dos trabalhadores, além disso, se coloca a reboque da política de partidos da direita golpista que supostamente são “contra Bolsonaro”, ou seja, da chamada terceira-via. O resultado da CPI será nulo, mais uma vez, no entanto servirá para a esquerda continuar a dar legitimidade ao regime golpista e impulsionar a terceira-via, que busca por meio da imprensa burguesa, ganhar apoio para as eleições presidenciais.

O que a esquerda pequeno-burguesa faz na CPI é colocar na mão de políticos golpistas, de partidos como MDB, PSD e REDE o destino da “luta contra Bolsonaro”. Para esta mesma esquerda, está claro que seu único objetivo é a promoção individual de cada senador, focando em conquistar votos para as eleições de 2022.

É mais uma manobra eleitoral, sem qualquer finalidade. Uma política oportunista que estes mesmos setores classificam como o “único meio” possível de combater Bolsonaro. As manifestações de rua foram abandonadas por completo, a esquerda deixou as ruas para a extrema-direita, e de maneira oportunista considera que seu futuro eleitoral depende de manobras farsa com o principal setor da burguesia, os golpistas “democráticos”.

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