A extrema-direita vem crescendo de forma assustadora no Brasil e no mundo. Dentre outros fatores, muito dessa ascensão deve-se à crise da “democracia” burguesa, que estrategicamente, para sobreviver diante da iminência de revoltas sociais, usa esses fascistas insatisfeitos para manter o regime vivo, apesar de cambaleante.
O número de candidaturas de policiais, explícitos militantes da extrema-direita bolsonarista, vem crescendo muito no Brasil, sobretudo em São Paulo. Isso é um sinal de alerta para a esquerda, pois significa um fortalecimento das bancadas de direita e extrema-direita no Congresso, o que resulta em frequentes ataques à classe trabalhadora e a soberania nacional. Para o deputado Capitão Augusto, direitista do PL-SP, Coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, a quantidade grande de candidatos policiais é “absurda e exagerada”. Serão candidatos 80 policiais da ativa e igual número de aposentados, um total cinco vezes maior do que a média em anos anteriores, segundo essa Frente Parlamentar. Segundo Capitão Augusto, “É um absurdo porque pulveriza, divide os votos. Vai ser muito difícil manter a nossa representatividade na próxima legislatura”.
Em 2018, com a onda bolsonarista no auge, oito deputados estaduais, seis federais e um senador foram eleitos para representar a categoria, braço armado da burguesia. Para o capitão Augusto, a PM tem capacidade de angariar um milhão de votos e eleger cerca de 10 deputados federais.
Esse aumento do contingente de policiais militares da ativa e aposentados como candidato mostra que o Bolsonarismo não está em decadência como pode parecer ou a imprensa hegemônica queira passar. Acreditar apenas na luta política no Congresso e nas instituições burguesas e seus métodos autoritários para conter a violência bolsonarista é um engodo. Todas essas instituições atuarão de forma autoritária contra os bolsonaristas para na verdade atingir seu alvo principal: a esquerda, Lula e toda classe operária, que vem se insurgindo contra os ataques e a crise instalada no País. O ataque da burguesia ao bolsonarismo é jogo de cena, pois ela poderá novamente utilizar Bolsonaro para derrotar a esquerda. A recente aprovação da PEC da compra de votos é uma prova de como o jogo da burguesia é sujo e fora das próprias leis criadas por ela.
Para derrotar o bolsonarismo e toda a extrema-direita é necessário mobilizar o povo, chamá-lo para as ruas, formar comitês de luta e de autodefesa e, com formação política, lutar na prática para que elejamos um presidente vinculado à classe operária. Esse candidato hoje é Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de seu programa partidário ainda ser muito tímido e ainda estabelecer relações com a burguesia.
Nessa batalha política por dentro do sistema e para combatê-lo, o Partido da Causa Operária (PCO), apesar de sofrer perseguição das instituições burguesas, vem crescendo significativamente em temos de filiados, foi o partido de esquerda que mais cresceu, vem de forma incansável mobilizando a população e formando comitês de luta para derrotar a extrema-direita e fortalecer os interesses da classe operária – única forma de derrotar o bolsonarismo.