Após o ato deste último dia 12 em São Paulo, organizado pelos golpistas do MBL, Isa Penna (PSOL-SP) declarou que havia um acordo para que a palavra de ordem “nem Bolsonaro, nem Lula” fosse abandonada, assim como qualquer tipo de bandeira relacionada a reivindicações como esta.
A declaração veio após polêmica envolvendo o movimento Vem Pra Rua, que, no meio da manifestação, inflou um boneco de Lula em uma roupa de presidiário e Bolsonaro numa roupa de manicómio. Segundo a deputada, o MBL e o PSOL tentaram dialogar para a retirada do boneco, mas o Vem Pra Rua não cedeu.
“Infelizmente o Vem Pra Rua quebrou um acordo que existia neste ato. Todo mundo está baixando as bandeiras. Há bandeiras do MBL, do PDT, do PSOL. Era evidente que teria gente de esquerda. Não fazia sentido quem me segue estar aqui e eu não estar”, disse Penna.
A deputada foi além e citou o próprio PCO, colocando que houve problemas no dia 7, quando o Partido “se recusou a sair” do Vale do Anhangabaú, comparando a situação com a quebra de acordo por parte do Vem Pra Rua.
Na atual etapa da situação política, a polarização é tamanha que escatologias como a presença de Partidos ditos de esquerda, como é o caso do PCdoB, do PDT e do PSOL, nos atos do MBL acontecem. Agora, fica claro quem está do lado dos trabalhadores e quem está do lado da burguesia, da ordem política burguesa vigente. Afinal de contas, a política do “abaixar as bandeiras” é um golpe da direita, golpe este que conseguiu derrotar as manifestações de 2014, cooptando-as para a burguesia.
Agora, o novo golpe é a criação da chamada terceira via, a política principal do “nem Bolsonaro, nem Lula”. É pra isso que o MBL foi às ruas, é pra isso que Dória tem sido ovacionado pela imprensa burguesa como o salvador da pátria. O objetivo da burguesia é acabar com Lula e, nesse sentido, a política levada pelo PSOL e demais citados é uma política que favorece a frente ampla, nada mais.
Por isso, é imprescindível que a esquerda abandone suas ilusões e deixe de estar à reboque da política da burguesia. A luta deve ser dos trabalhadores e, por isso, a direita golpista não pode ter espaço no movimento pelo Fora Bolsonaro. É preciso, portanto, defender a candidatura de Lula em 2022 até suas últimas consequências para que, finalmente, possamos pôr um basta no processo golpista que assola o Brasil há muito.