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A história como farsa da farsa

“Assembleia do povo” do PSOL: golpe de 2013 com baixo orçamento

Com golpes típicos de eleição para centro acadêmico, UP, PCB e deputados do PSOL saem debaixo da cama e se autoproclamam donos do Fora Bolsonaro

A história se repete, primeiro como tragédia, depois como farsa. E depois, como farsa da farsa. E depois como farsa da farsa da farsa. E assim será até o momento em que ela finalmente passar para as mãos da classe operária, a única capaz de enterrar a etapa selvagem da luta de classes.

O sequestro das manifestações de 2013 pela burguesia, bem ou mal, foi uma operação bem feita. Desfez um movimento com um potencial explosivo, que poderia ter liquidado de uma vez por todas o PSDB, e preparou um movimento de rua artificial para apoiar a ofensiva direitista contra o PT. É uma conspiração contra o povo, uma canalhice, algo asqueroso. Mas cumpriu o seu objetivo: salvar o regime. Hoje, no entanto, há quem queira reviver os momentos de glória da extrema-direita fascista, mas sem os recursos para isso…

No dia 1º de junho, uma massa embolorada, que não via a luz do sol há mais de um ano, decidiu convocar a “ASSEMBLEIA GERAL, POVO NA RUA #FORABOLSONARO (1/6/2021)”. E a “assembleia” — virtual, é lógico —, conforme o próprio nome em letras garrafais mostra, é uma cópia paraguaia dos “movimentos” que levaram a tomada das mobilizações pela direita em 2013. Movimentos hoje que serviram como cabo eleitoral para Alexandre Frota, Kim Kataguiri, Joice Hasselmann etc.

A cópia mal feita começa com a propaganda tosca. O “vem pra rua” se transformou em “povo na rua”. E a bandeira do Brasil, obviamente, esteve presente. Mas, como a regra é copiar mal feito, faltou tinta para que  que a bandeira ficasse verde e amarela.

Em 2013, a burguesia organizou capangas para se infiltrar nas manifestações, transformou o apresentador José Luiz Datena em guru dos atos, passou a orientar a esquerda através do Jornal nacional, distribuiu camisas do Brasil para confundir o movimento, contratou nazistas para vestir a camisa do Santos… Em resumo, fez um inferno, com muito dinheiro, para impedir que os atos fossem grandes. A burguesia encontrou grande resistência dos setores mais combativos da esquerda e só conseguiu se impor porque o movimento ainda era incipiente. Hoje, depois de uma longa experiência acumulada, o verde e amarelo, o “sem partido” e esses outro expedientes fascistas despertam reação instantânea.

O PSOL quer fazer a mesma coisa que a burguesia fez em 2013, mas em um cenário muito diferente. É um golpe de orçamento baixo, tosco, desorganizado, que não dá para levar a sério. E, por outro lado, isso se dá em um momento muito mais complicado, quando o povo já está muito mais resistente a essas manobras. É por essas e outras, inclusive, que o PSOL não aparece como “PSOL”. A “assembleia” foi terceirizada para as suas correntes internas — em especial o MES e o Juntos, sob direção da esquerdista golpista Luciana Genro — e a suas correntes externas — PCB e UP.

A assembleia, obviamente, é uma farsa do início ao fim. Se a “assembleia” fosse algo sério, ela deveria ser tratada com muita importância: caberia a ela convocar o próximo grande ato de rua. Mas nem de longe foi o que aconteceu: apenas no dia da “assembleia”, surgiu em vários grupos de whatsapp a chamada para que as pessoas pudessem participar. É o famoso golpe de eleição de centro acadêmico, quando o edital de inscrição de chapas é afixado no mural de avisos faltando uma hora para o fim do prazo…

E a coisa fica ainda bem pior. Nem mesmo os sortudos que viram o anúncio a tempo tiveram a oportunidade de participar. Segundo os organizadores, 5 mil pessoas teriam se inscrito e, dessas 5 mil, 800 teriam pedido a palavra. A solução “genial” encontrada foi: convidar as “forças” que “chamaram” o ato do dia 29 para falar e sortear meia dúzia dos inscritos para se pronunciar.  Quem já conhece esses golpes da esquerda pequeno-burguesa, já sabe: os “sorteados”, curiosamente, fazem parte das mesmas organizações que estavam organizando a “assembleia”.

O que é ainda mais curioso é que o partido do Fora Bolsonaro, o partido que vem, há um ano e meio, dizendo que a esquerda deve sair às ruas e que, efetivamente, foi às ruas, foi completamente ignorado na “assembleia”. O PCO, partido que, inclusive, organizou o ato de 1° de maio, que foi o ato que quebrou de vez a barreira do “fique em casa”, e ainda foi quem mais convocou os atos do dia 29, não foi convidado. Seria um “deslize”? Teriam o PSOL e os seus satélites “esquecido”? Não, até porque, diante da deselegância de não ter sido convidado, o PCO se inscreveu para falar. Mas seus militantes não foram “sorteados”…

O golpe se deu contra o PCO não por acaso, mas sim porque o partido expressa de maneira perfeita exatamente o oposto do que o PSOL quer. O objetivo da grande “assembleia” é o mesmo de 2013: remover o caráter radical das manifestações, despolitizá-la, expulsar os partidos e, como sempre, colocá-los a reboque da burguesia.

Para a desgraça dessa esquerda golpista, no dia seguinte houve a aprovação pelas frentes de massas de um novo ato, para o dia 19 de junho, a fim de dar prosseguimento às mobilizações pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, abaixo a frente ampla e o regime político, auxílio emergencial, vacina e emprego. Nessa, o PCO participou. O resultado foi a vitória da política de mobilização.

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