Luciano Bivar, do União Brasil, declarou no último dia 4, que sairá como candidato pelo seu partido, deixando de participar das negociações pela “frente democrática”, quer dizer, pela formação da terceira via. Ele declara, inclusive, que os candidatos do PSDB e do MDB “não têm chancela executiva” para serem candidatos pelos seus partidos ao pleito nacional. Dessa forma, a formação da chapa da terceira via, que envolve nomes como Simone Tebet, do MDB, João Dória, do PSDB, Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB), ainda está incerta.
A promessa de formação definitiva dessa chapa, marcada para o dia 18 de maio, ainda pode ser surpreendida por novos acordos entre os partidos. A desistência de Bivar da participação na frente, inclusive, ainda pode ser considerada como um blefe no sentido de forçar a saída de Dória do pleito. Figuras como Eduardo Leite, que se colocaram ativas para a participação da chapa mesmo com a negativa das prévias do partido em relação ao seu nome, agora são escanteadas pela falta de apoio.
Tebet falou que não abre mão. O União Brasil saiu do grupo da Terceira Via, do candidato Bivar.
As possibilidades incluem Simone Tebet como candidata ao Planalto
Simone Tebet é a mais bem quista pelo seu partido, o MDB, para participar como cabeça de chapa para o Planalto. Apesar das suas intenções de voto indicarem um apoio baixo, apenas 2%, o fato de ser uma mulher em meio a uma eleição polarizada e cuja a pauta feminina está em voga, são fatores positivos para a sua indicação a candidata à presidência da república.
Nesse sentido, a vaga da vice-presidência ficaria aberta para o partido mais indeciso do nome que irá levar às eleições do Planalto neste ano. O PSDB, cujo candidato eleito pelas prévias do final do ano passado, João Dória, é mal visto por uma grande parte do partido, ainda pretende nomes como o senador Tasso Jereissati (PSDB).
Essa indecisão coloca em questão a própria viabilidade da candidatura da terceira via que, apesar de tudo, tende a ser a via de apoio oficial do imperialismo. A tendência da conformação de uma chapa encabeçada por uma mulher é um elemento sintomático. De fato, a burguesia imperialista está realizando toda uma campanha no sentido da participação dos muito jovens nas eleições deste ano.
Essa campanha, inclusive, realizada por figuras estrangeiras, como Leonardo Dicaprio, mostra que a intenção do imperialismo é manipular o pleito de 2022 com pautas despolitizadas que tenham um apelo a setores da juventude. A questão identitária da mulher é uma delas.
A grande tendência de apoiar Bolsonaro
Por outro lado, a burguesia está pavimentando o caminho para o apoio a Bolsonaro se não der certo a terceira via, como mostra a notícia de que 70% do MDB apoiaria Bolsonaro caso não houvesse candidatura própria. Segundo o Editorial do Estadão do dia quatro de maio, denominado “Vendilhões da Democracia”, tanto o MDB, quanto o PSDB têm uma grande tendência de apoiar Bolsonaro nas eleições deste ano. A política de acordos parlamentares que compraram o centrão nas eleições que elegeram Arthur Lira, o candidato bolsonarista, em detrimento de Baleia Rossi, para presidente da câmara no ano passado, se mostra muito mais profunda.