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PT aprova o vice

Alckmin quer revogar a reforma Trabalhista?

Qualquer medida popular defendida por Lula será contra a vontade de Alckmin

Nesta quarta-feira (13) o diretório nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) aprovou a indicação do nome do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, antigo nome forte do PSDB e agora integrante dos quadros do PSB, para compor a chapa de Lula como vice-presidente. Foram 68 votos a favor e 16 contra.

Na sequência o tema deverá ser novamente debatido no encontro nacional do partido, cuja realização está prevista para os dias 4 e 5 de junho. A aprovação por larga vantagem de votos no diretório indica que, no encontro nacional, o resultado deve se repetir com facilidade. Isso é o mais provável, uma vez que a composição obtida na votação do diretório reflete a correlação de forças dentro do PT.

Além disso, o diretório aprovou também a proposição de que a reforma trabalhista seja revogada, devendo o pleito ser integrado ao programa da federação partidária que o PT formará com PV e PCdoB. Um documento preliminar trazia o termo “revisão” da reforma trabalhista, mas o mesmo foi alterado para “revogação” após várias discussões. A opção pela palavra “revogação” teve o apoio de todas as correntes dentro do partido, inclusive a de Lula. O que foi uma decisão acertada, pois o termo “revisão” soa leve demais quando levamos em consideração os prejuízos que a reforma, ocorrida após o golpe contra o Governo Dilma, trouxe aos trabalhadores.

A iniciativa de revogar a reforma trabalhista é uma proposta corretíssima. Corresponde exatamente ao mínimo que se espera que faça o maior partido da esquerda nacional, assim como também está em total acordo com o histórico de lutas do ex-presidente Lula.

O problema nessa questão é o fator de desequilíbrio provocado pela história política de Alckmin. Além de apoiador do golpe, além das várias ofensas e acusações caluniosas contra Lula no passado, é bom lembrarmos também de certos fatos: Geraldo Alckmin, em 2018 enquanto candidato à presidência da República pelo PSDB, em um jantar com empresários de Belo Horizonte, afirmou que não faria nenhuma modificação na reforma trabalhista. “Trabalhei muito por ela”, disse na época.

Em janeiro deste ano, em algumas publicações na imprensa de direita, divulgava-se que o ex-governador mostrava preocupação com as ideias de Lula e do PT quanto a revogação da reforma trabalhista. Assim, fica a pergunta: O “companheiro” Alckmin irá agora apoiar a revogação da reforma? Seu PSB, que votou em peso a favor do golpe contra Dilma, irá? Há uma imensa questão contraditória aí nessa coligação.

A escolha de Geraldo Alckmin para vice na chapa de Lula representa um grave erro. E esse erro se tornará completamente prejudicial à campanha. E, por consequência, um imenso prejuízo na luta contra o golpe. Todos sabem que Alckmin é, sempre foi e sempre será um inimigo dos trabalhadores. Assim como também um representante destacado da política neoliberal no Brasil. Ele e seu partido do coração, o PSDB, onde fez boa parte de sua carreira política golpista e aliada do imperialismo. Qualquer proposta progressista em favor dos trabalhadores, como a revogação da reforma trabalhista, fatalmente entrará em choque com a posição política histórica dele.

Além disso, um vice da mesma laia de Michel Temer, será sempre uma ameaça sombria a pairar sobre um eventual governo Lula.

Todos da militância mais aguerrida dentro do PT, assim como nós do PCO, perguntamos o que o PT tem a ganhar com isso? E o Brasil, e o povo brasileiro, com essa aliança com o “companheiro” Alckmin, o que têm a ganhar? Claramente nada. Apenas Alckmin leva alguma vantagem na situação. Nada a perder e tudo a ganhar. Principalmente ter seu espectro e sua relevância política revividos junto com o setor que ele representa no PSDB, que, nesse momento, está praticamente todo aninhado dentro do PSB de São Paulo.

O ex-governador estava a caminho acelerado rumo ao total ostracismo político. Levou uma rasteira vergonhosa de Dória que lhe tomou o espaço no PSDB paulista. Nos últimos tempos ele era nada mais que um indigente na política nacional. Com essa oportunidade que o PT lhe concede, todo esse quadro se reverte. Não é a toa que ele está sempre sorridente e com expressão satisfeita em todas as fotos recentes.

Uma coisa é certa, Alckmin não é companheiro de Lula, nem dos trabalhadores, nem da esquerda, nem do Brasil. Alckmin é companheiro apenas de si mesmo, assim como qualquer político burguês. E, apesar de suas afirmações, Lula sabe disso muito bem. Quando a imprensa golpista acirrar os ataques e falsificações contra Lula, vamos ver o quanto ele é companheiro.

Podemos aqui registrar nossas críticas e considerações contrárias, mas o PCO, que foi o primeiro e único partido a propor uma aliança de toda a esquerda em torno da candidatura de Lula, se mantém firme em seu apoio a recondução do ex-presidente ao Planalto. Mesmo com o vice escolhido.

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