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3ª fase do golpe

Alckmin a caminho do PSD?

O encontro de Alckmin com Kassab indica a possibilidade real de o político tucano migrar para o PSD. A burguesia articula alternativas políticas e aposta na divisão da esquerda

Na sexta-feira, 13 de julho, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) se reuniu com o presidente nacional do PSD, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro (dos governos Dilma e Temer), Gilberto Kassab, ca capital paulista.

O motivo do encontro é a montagem de uma articulação política para lançar uma chapa para a disputa do governo de São Paulo em 2022. Márcio França (PSB) e o ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) estiveram presentes.

Gilberto Kassab divulgou na internet uma foto onde aparecem também o ex-presidente do PSDB e ex-deputado estadual, Pedro Tobias, o secretário municipal de Ricardo Tripoli (PSDB) e do presidente estadual do Partido Verde (PV),  Marcos Belizário.

Alckmin anunciou que pretende sair do PSDB e se filiar a outro partido para disputar as eleições. O encontro indica a possibilidade real de o político tucano migrar para o PSD. Márcio França, que foi vice-governador na chapa de Alckmin por vários anos, é cotado para ser vice novamente. Paulo Skaf, que já foi candidato a governador em outras ocasiões, é cotado para concorrer a uma vaga no Senado Federal e se desfiliar do MDB.

As divisões políticas no interior da burguesia expressam fraturas que são consequências do avanço das crises econômica, política e social. A direita tradicional neoliberal, desgastada em virtude dos duros ataques implementados às condições de vida da população, procura se reciclar politicamente e aparecer com uma nova roupagem, desta vez como “democrática”, “civilizada” e até mesmo como oposição ao presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido). Geraldo Alckmin, um reconhecido repressor e privatizador em São Paulo, tenta se apresentar dessa maneira.

A burguesia aposta também na divisão da esquerda, além de construir suas próprias alternativas políticas. Márcio França é do PSB  e discute alianças com o PDT de Ciro Gomes. Por sua vez, Guilherme Boulos (PSOL) é um recurso para tentar dividir o eleitorado do PT, em especial a juventude e setores da classe média.

Do ponto de vista estritamente eleitoral, a candidatura de Fernando Haddad (PT) é a candidatura da esquerda capaz de derrotar os tucanos em São Paulo. Inclusive, mesmo nas pesquisas de intenção de voto da burguesia, o ex-candidato presidencial – que teve 45 milhões de votos em uma eleição fraudulenta – aparece em primeiro colocado. Naturalmente que a burguesia fará de tudo para impedir que o PT chegue, pela primeira vez na história, ao controle do governo de São Paulo. O controle do aparelho governamental de São Paulo é um pilar do domínio do imperialismo e da burguesia, dos bancos e grandes capitalistas sobre o País. Por isso mesmo, a direita há quase três décadas, apoia os tucanos no comando do Estado e sua política neoliberal e de ataque aos trabalhadores.

A manobra contra o PT, que permitirá que os tucanos continuem no governo estadual por mais quatro anos, é o sentido das candidatura de Márcio França e Guilherme Boulos. Este último, por sua vez, pretende repetir a manobra realizada nas eleições para a prefeitura de São Paulo, quando foi apoiado pela imprensa capitalista com a finalidade de engolir o eleitorado petista e permitir que Bruno Covas (PSDB), por fim, ganhasse as eleições “democraticamente”. O ganho que Boulos teve foi sua projeção pessoal em âmbito nacional como uma “liderança da esquerda”, uma espécie de “nova esquerda”, o que demonstra seu carreirismo político e sua ânsia por conseguir um lugar ao sol no aparelho do Estado capitalista.

O objetivo fundamental da burguesia é impedir o retorno do PT ao governo em todos os níveis, diminuir no curto prazo e extinguir no médio e longo prazos sua influência sobre o regime político. O resultado das eleições municipais de 2020 foi saudado pela burguesia em decorrência da derrota eleitoral deste partido em diversos municípios pelo país.

No âmbito nacional, a prioridade é impedir a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e impulsionar a vitória da candidatura da “terceira via”. A estruturação dos palanques estaduais entre a burguesia e setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa como PSOL, PDT, PCdoB e Rede tem este objeutvo. A burguesia pretende fraudar as eleições e impedir a expressão da vontade popular, porém isto precisa ser feito com habilidade. A cassação ou outras formas de ataque à candidatura de Lula, precisa ser encoberta com a participação de outros candidatos da esquerda, de maneira passar a impressão de que a eleição foi legítima e democrática.

O atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se dedica a organizar sua candidatura para a presidência da República. No âmbito estadual, Alckmin procura se apresentar como uma alternativa da direita “democrática”. Haddad, do ponto de vista eleitoral, é o candidato mais competitivo do PT, que precisa ser impedido de ganhar. Boulos entra na cena para dividir o eleitorado petista, novamente apoiado pela imprensa capitalista, e garantir a vitória de um elemento diretamente ligado à burguesia paulista.

A terceira fase do golpe de Estado, disfarçado de processo eleitoral, está em pleno vapor. Para manutenção dos seus interesses de classe, a burguesia precisa manter o controle sobre o regime político e cultivar sua fachada democrática. Para isso é fundamental dar o golpe contra o povo, porém mascará-lo de eleição.

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