Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Maluf

A direita não perdoa nem seus antigos colaboradores

Ex-governador e colaborador do regime militar, aos 94 anos, vê recusado seu pedido de indulto para golpistas fazerem campanha

Em sessão realizada na última sexta-feira (20), o Supremo Tribunal Federal, conseguiu maioria para manter Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo, em liberdade condicional. 

Até as 16h do último dia 20, sete ministros tinham votado a favor da manutenção da liberdade condicional: o relator do processo, Edson Facchin, além de Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. 

Para justificar o pedido de indulto humanitário, os advogados de Paulo Maluf argumentaram que o idoso de 90 anos seria portador de doença grave e permanente. Há poucos meses o ex deputado passou por internações devido a quadros de pneumonia e de covid-19, se encontrando com saúde debilitada. No entanto, os ministros, com exceção de Toffoli, não aceitaram esse pedido. 

Após a decisão, os advogados de Paulo Maluf fizeram outro pedido: o indulto humanitário, isto é, o perdão da pena. O indulto humanitário tem como objetivo conceder liberdade a presos portadores de doenças graves e em estado terminal. O texto autoriza o indulto em casos específicos, como paraplegia, tetraplegia ou cegueira adquirida posteriormente à prática do delito ou dele consequente. A condição precisa ser comprovada por laudo médico oficial ou por médico designado pelo juiz executor da pena. No decreto sancionado em 2019, pelo governo golpista de Jair Bolsonaro e Sérgio Moro, previa também que estão beneficiados também os presos com doença grave e permanente, caso de Paulo Maluf. 

Mais uma vez a direita, usa seu ex-instrumento golpista, Paulo Maluf como “espantalho”. A mesma situação ocorrida em 2017 por ocasião da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, quando a condenação à prisão de Maluf pelo judiciário golpista do STF, procurava passar um ar de legitimidade e de justiça. Na época Maluf foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal em maio de 2017 a sete anos e nove meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro por desviar US$ 172 milhões na construção da avenida Água Espraiada (atualmente a via, recebe o nome de outro grande corrupto e impulsionador de golpes de Estado, Avenida Roberto Marinho), na capital paulista, entre 1993 e 1996, quando era prefeito da cidade. A pena pelo desvio, no entanto, prescreveu, e ele sofreu uma condenação apenas por ocultar ilegalmente US$ 15 milhões desse total. Com isso os inimputáveis ministros golpistas do STF, criavam álibis e uma suposta sustentação moral para justificar a prisão de Lula que logo depois viria a ocorrer.  

A própria condenação inicial de Paulo Maluf ocorreu no ano de 2006 e que de acordo com a tabela jurídica de prescrição de pena, que diz que para penas quatro a oito anos sua prescrição se dá em doze anos. Ou seja, a decisão de prendê-lo foi uma “anomalia jurídica”. E não por coincidência, ocorreu na véspera da prisão do ex-presidente Lula, que foi preso em 7 de abril de 2018, quando se entregou ao judiciário golpista, após milhares de trabalhadores lutarem pela sua liberdade no Sindicato dos Metalúrgicos. 

Se houvesse o real interesse da justiça em punir efetivamente a corrupção, como alegam, o processo de Maluf não demoraria mais de doze anos para que tivesse o trânsito em julgado e assim, a confirmação da sua condenação. Mesmo cumprindo os direitos legais do acusado. Entretanto, a sanha persecutória ao ex-presidente Lula fez com que o golpista STF decidisse pela condenação de Maluf na véspera da prisão da maior liderança popular do país, numa clara tentativa de criar um clima de “imparcialidade” da justiça, mesmo que seja necessário passar por cima das leis novamente. 

E para manter o espantalho, agora em 2022, o ministro Edson Fachin, relator do pedido, entendeu que o ex-prefeito da capital paulista não faz jus ao indulto. Assim o Judiciário golpista finge agir com dureza, contra um ancião de 94 anos que não detém mais nenhum poder político significativo, enquanto se curva diante dos militares, do imperialismo, e dos grandes capitalistas etc. Toda essa “encenação” visa criar novas e melhores condições para atacar Lula, bem mais “jovem” do que Maluf, pois nos próximos meses, em razão das eleições presidenciais de outubro deste ano, a burguesia golpista sabe que estas são decisivas para os seus interesses contra o futuro da classe trabalhadora e da luta de classes no país. 

E fiquemos atentos, a receita outrora usada e que agora volta ao forno em mais um capítulo, com Paulo Maluf como espantalho, produziu também, em 1998, a eleição para o governo de São Paulo que terminou por reeleger o tucano Mário Covas e impôs para o Estado de São Paulo, 24 anos de uma ditadura fascista no Estado mais rico da federação. Paulo Maluf era o candidato favorito, tendo terminado o primeiro turno em primeiro lugar com quase 2 milhões de votos a mais do que Covas. No segundo turno, na disputa entre os dois direitistas, a burguesia utilizou Maluf para direcionar votos para Covas como um “mal menor”. Ele acabou sendo eleito e o PSDB continua no governo de São Paulo até hoje. 

Agora apesar de se estar encaminhando para a cova, a terceira via, ainda não está enterrada. 

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.