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Esmagar o fascismo nas ruas

7/9: não podemos deixar as ruas só para os bolsonaristas

Contra a mobilização fascista é preciso que todas as organizações convoquem em peso a mobilização dos trabalhadores em todo país neste dia 7

Nesta quarta-feira, em entrevista à imprensa burguesa, o governador de São Paulo, João Doria, e pré-candidato à presidência representando a chamada terceira via, declarou que proibirá as manifestações de esquerda em todo estado de São Paulo durante o dia 7 de setembro, quando ocorrerá na Avenida Paulista um ato bolsonarista. A ação ditatorial ganhou grande repercussão nacional e colocou na ordem do dia um aumento na convocação das mobilizações dos trabalhadores em todo país, frente a este novo ataque.

Uma política ditatorial

O que Doria fez é uma ação digna de uma ditadura. É totalmente inconstitucional proibir quaisquer atos públicos, por mera conveniência, como feito pelo governador de São Paulo. Segundo as desculpas do representante da ala “democrática” do golpe, a razão da esquerda estar proibida de sair nas ruas durante todo o dia 7 em todo estado deve-se à “falta de segurança”, graças à mobilização de dois setores antagônicos. A declaração feita por Doria não é apenas cínica, pois coloca como se estivesse em marcha uma guerra civil no estado, como também representa um recado para toda esquerda defensora da frente ampla, que vê em Doria uma possível aliança contra Bolsonaro: contra a esquerda e os trabalhadores, não existe a tal “burguesia democrática”.

Doria quer em primeiro lugar esmagar toda a esquerda e impedir que no principal estado do país a mobilização dos trabalhadores ocorra. Porém, também, esta política de Doria revela que o mesmo, que se coloca como um “democrático” e uma alternativa da burguesia a Bolsonaro, é na realidade, na hora de lutar contra os trabalhadores, um verdadeiro aliado dos bolsonaristas.

Contra BolsoDoria, tomar as ruas

BolsoDoria, como ficou conhecido em sua campanha eleitoral em 2018, quando se declarava um aliado de Bolsonaro visando angariar votos da extrema-direita em São Paulo, afirmou com naturalidade não “ver problema” em fazer a esquerda remarcar a mobilização, restando menos de duas semanas para a manifestação. Além disso, Doria foi um dos principais responsáveis por, antes de proibir a esquerda, entregar a Avenida Paulista para os bolsonaristas.

Mesmo que a manifestação de 7 de setembro já estivesse marcada pela esquerda desde o dia 30 de julho, o governo de São Paulo não pensou duas vezes em atender ao chamado de Jair Bolsonaro e destinar a Avenida Paulista para os fascistas. O local é tradicionalmente o ponto de mobilização dos trabalhadores, e onde sempre se realizou o chamado “Grito dos Excluídos” que ocorre anualmente nesta data. Este foi mais um golpe de Doria contra a mobilização, que terminou por proibi-la.

Em meio a este cenário os partidos defensores da frente ampla com Doria, como PCdoB e PSOL, ficaram sem reação. Ao contrário do que foi visto quando o PCO expulsou das ruas os tucanos em 3 de julho, hoje, com a ação ditatorial de Doria, nenhuma destas organizações se pronunciou oficialmente contra o ocorrido e em a favor da mobilização. Pelo contrário, estes defensores da terceira via são na realidade parte do boicote à manifestação. Como a frente ampla foi expulsa dos atos, resta para estas organizações atacarem a mobilização dos trabalhadores em defesa de uma política de alianças com a direita.

Neste caminho, há organizações que falam inclusive na desistência de sair às ruas no dia 7 de setembro em São Paulo, uma atitude covarde e capituladora frente aos golpistas. Em resposta, a Frente Fora Bolsonaro, sob pressão das bases, afirmou que manterá a manifestação no Vale no Anhangabaú, independentemente da política de Doria, uma decisão acertada, que precisa ser fortalecida com uma intensa mobilização.

Não há como sair das ruas e permitir que os fascistas se mobilizem na principal cidade do país com caminho livre. Muitos setores falam em um possível golpe de Bolsonaro, e temem como decorrerá o próximo período na luta política brasileira. Se estas organizações levarem a sério este problema não haverá alternativa a não ser mobilizar os trabalhadores contra os fascistas.

Se a esquerda deixar as ruas só para os bolsonaristas, a extrema-direita fascista se fortalecerá, ganhará confiança e Bolsonaro poderá garantir pela força a sua vitória nas eleições de 2022. O problema da mobilização é crucial para a esquerda, pois é dela que vem a força popular necessária para combater o regime golpista, seja agora, seja nas eleições.

Para esmagar o fascismo é preciso mobilizar os trabalhadores

Deixar as ruas para os bolsonaristas é crime, uma atitude extremamente covarde e capituladora, que levará toda população a ser esmagada pela extrema-direita. Os exemplos já puderam ser vistos no período do golpe e durante todo o ano anterior, a única forma de fazer os fascistas recuarem é por meio da mobilização popular, não há outra saída.

Em resposta à mobilização fascista, é preciso que a CUT, o Partido dos Trabalhadores e todas as organização que se colocam na tarefa de lutar contra o golpe de estado iniciem rapidamente uma intensa mobilização popular. É preciso chamar plenárias nas principais cidades, com toda a militância e os trabalhadores, organizar abertamente a mobilização popular e tomar as ruas desde já, estando na porta das fábricas panfletando, nos centros urbanos conversando com os trabalhadores e nos bairros populares, mobilizando toda população.

O Partido da Causa Operária estará neste sentido organizando neste final de semana plenárias do Bloco Vermelho em todo país. Em São Paulo, a plenária ocorrerá no CCBP, na Rua Serranos nº 90, no domingo, e em todas as principais capitais o partido junto aos Comitês de Luta estarão organizando esta atividade. É preciso dar um basta à paralisia e ao boicote, passar por cima dos quinta-coluna que estão presentes no movimento, os defensores de Doria e sua corja fascista, e agir.

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