Em artigo publicado no sítio do PCdoB, o secretário de comunicação do partido Adalberto Monteiro comemorou a derrota da proposta da direita sobre o “distritão” e afirmou que essa derrota do governo foi fruto da unidade das forças progressistas para manter a ‘democracia’.
“A derrota do distritão, a manutenção do sistema proporcional, o retorno das coligações e a inovação da Federação de Partidos, no seu conjunto, constituem uma vitória da democracia. Essa vitória foi construída com muita habilidade, pelas forças democráticas, e, entre elas, destaca-se a Bancada do PCdoB, liderada pelo deputado federal Renildo Calheiros, com forte participação da presidenta do Partido, Luciana Santos”, diz o artigo.
O PCdoB comemorou duas supostas vitórias: uma vitória da democracia e outra do funcionamento da frente ampla, mas não passa de fachada e não há nenhuma vitória da democracia e muito menos da frente ampla.
Isso porque não há nenhuma democracia dentro do Congresso Nacional. Essa é apenas uma ‘vitória’ na Câmara dos Deputados e depois vai ao Senado Federal e retorna a Câmara, então não tem vitória nenhuma e um segundo ponto é que não se pode comemorar afirmando que é uma vitória da democracia.
Não há vitória democrática porque está sendo imposto um regime de exceção e após 2016, o pouco que se dizia de democracia foi por água abaixo com o golpe, proibição de Lula participar das eleições e de uma política de controle total das eleições pela burguesia nacional.
Outro ponto é a vitória da política da frente ampla. Essa defesa aberta e, nesse caso, falsa da frente ampla e da unidade das forças progressistas na Câmara deu um resultado. Essa política não tem nada de vitória progressista porque representa apenas interesses mesquinhos e particulares dos partidos do centrão e base do governo que seriam afetados pela mudança, ou seja, não há nada de frente ampla democrática ou progressista.
Frente ampla é uma armadilha
A frente ampla não garantirá nenhuma conquista efetiva para os trabalhadores e para a luta contra o golpe. Isso porque são grupos políticos que possuem interesses totalmente contrários a esquerda e aos trabalhadores. Um bom exemplo disso foi a eleição para presidente da Câmara dos Deputados onde todos os partidos da frente ampla debandaram por uns trocados para o lado do governo Bolsonaro e apenas a esquerda ficou apoiando o candidato da frente ampla.
Apesar de ser apresentada pelo PCdoB como uma política para derrotar o bolsonarismo e os ataques contra o povo e contra a democracia, a frente ampla é uma enorme armadilha porque serve para colocar os trabalhadores e as manifestações pelo fora Bolsonaro a reboque da direita golpista e na busca por uma terceira via para derrotar o candidato dos trabalhadores: Lula.
O único resultado dessa política é a derrota certa e o fortalecimento da terceira via para derrotar Lula nas eleições em 2022.