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“Globalismo”

Seria Lula o candidato de George Soros e dos bancos?

Apesar de tentarem identificar Lula como candidato do imperialismo, sua política é muito mais nacionalista que a de Bolsonaro, que é um capacho dos interesses do grande capital

Existe no debate político, abrangendo diversos setores, uma propensão a acreditar que Lula seja o candidato do imperialismo, ou do globalismo, para alguns.

Para sermos rigorosos, nem mesmo Bolsonaro pode, dentro das candidaturas apresentadas para concorrer a presidência, neste ano, ser considerado o candidato legítimo do imperialismo, esse papel pertence, em primeiro lugar, à Simone Tebet. Bolsonaro, quando muito, poderá ser o plano B, papel que desempenhou na eleição passada. No caso de Tebet não emplacar nas pesquisas, será novamente apoiado contra o candidato da esquerda.

Por enquanto, Bolsonaro vem sendo o espantalho, aquele candidato que serve para ser rejeitado e forçar o voto em um outro considerado mais progressista, ou um mal menor. O melhor exemplo, atualmente, foi a manobra eleitoral que fizeram nos EUA, por conta da disputa entre Donald Trump e Joe Biden.

Biden era o verdadeiro candidato do imperialismo, um representante do setor armamentista e do grande capital financeiro, contra Donald Trump, um sujeito que atrai a extrema-direita e elementos confusos que estão revoltados com os rumos da economia americana. Trump tinha a intenção de investir menos em guerras e atrair o capital para investir na economia doméstica. Apesar de beneficiar a alta burguesia industrial dos EUA, esse setor perdeu a queda de braço para o setor mais poderoso do capital.

O truque para fazer a esquerda apoiar Biden foi pintar o espantalho e colocar a luta política como sendo a ‘civilização x barbárie’, ‘democracia x fascismo’. Pois, bem, o ‘civilizado’ e ‘democrata’, Joe Biden, venceu e está colocando o Planeta à beira de uma terceira guerra mundial.

Não podemos nos esquecer das ‘pautas identitárias’ que foram amplamente utilizadas. A vice é mulher, negra. Há vários funcionário de alto escalão que são negros ou mulheres. Enfim, um grande teatro. Como o no Brasil, onde existe uma grande campanha, mesmo do TSE, dizendo que as mulheres devem participar mais da política. Simone Tebet é mulher, sua vice é cadeirante. Apelo é que não falta.

Espantalhos

Bolsonaro não é o único espantalho da eleição. A grande imprensa tem feito, há tempos, um grande esforço para tentar convencer as pessoas de que Bolsonaro e Lula são a mesma coisa.

No primeiro debate televisionado, na Rede Bandeirantes, foram os candidatos mais atacados por todos os outros, como se se tratasse de um jogo de cartas marcadas.

Em contraponto aos espantalhos, existe a ‘mãe dos pobres’, mulher corajosa que atacou mais Bolsonaro que Lula. A quase queridinha da esquerda pequeno-burguesa, a latifundiária, Simone Tebet.

Eleições de 2018

A prova de que Lula não é o candidato do imperialismo, foi a grande fraude processual da qual foi vítima.

O ex-presidente sofreu, e sofre, uma verdadeira perseguição por parte da imprensa burguesa. Foi em noticiário da Globo que surgiu a tal história o tríplex do Guarujá, que depois acabou caindo nas mãos do juiz corrupto, Sergio Moro, pop-star dos grandes veículos de comunicação burgueses.

Lula foi preso sem que fosse apresentada uma única prova contra ele. Passou 580 dias na prisão, em Curitiba. Não sem antes a ação criminosa do TRF-4, que burlou o sistema para passar o processo de Lula na frente de outros e de terem dado sentença condenatória sem antes ter lido os autos.

Por fim, o Supremo Tribunal Federal, STF, inclusive com voto de Alexandre de Moraes, o atual paladino da democracia, autorizou a prisão do ex-presidente e cassou seus direitos, impedindo-o de concorrer. Toda essa operação gigantesca foi idealizada e conduzida pelo imperialismo para impedir que Lula concorresse.

Bolsonaro não era o candidato do imperialismo, e sim Geraldo Alckmin, à época no PSDB. Ocorre que sua candidatura não decolou. A burguesia recorreu mandou seu capacho, Ciro Gomes, retirar apoio de Fernando Haddad, substituto de Lula, e Bolsonaro se elegeu.

Fim do golpe

Lula se eleger significa um duro revés no golpe de Estado que deram em 2016. De lá para cá, conseguiram extinguir direitos trabalhistas, entregaram o petróleo e a Eletrobrás para o grande capital e o petista pode ser um verdadeiro problema, caso se eleja.

O problema para o imperialismo de Lula e do PT, é que existe uma classe social que dá suporte e tem expectativas quanto a sua política. Tanto Lula, quanto o PT, jamais conseguiriam fazer os ataques à classe trabalhadora como vimos no governo Temer.

Mesmo que Lula se dispusesse a fazer todo tipo de concessões ao imperialismo (o que não é o caso), este não teria confiança, pois a base empurra Lula para a esquerda. Não podemos nos esquecer que o PT controla a CUT, o MST. O imperialismo precisa de um candidato como Temer, sem compromisso com a classe trabalhadora ou base social.

Nacionalismo

O PT teve, ainda que com muitas limitações, uma gestão nacionalista da economia. Um dos projetos do governo Dilma seria o uso de royalties do Pré-sal para financiar saúde e educação. No governo Lula houve um florescimento da indústria naval, começou um certo investimento em setores sociais. Acontece que tudo isso, os gastos sociais, representam menos dinheiro para os bancos, os verdadeiros sanguessugas da economia brasileira.

Sob um governo Lula, jamais a Petrobrás, nem mesmo a Eletrobrás, teriam esse destino. Hoje, a Petrobrás é a maior pagadora de dividendos do mundo, parou de investir e transfere praticamente todo seu lucro para o exterior. Enquanto isso, o brasileiro paga combustíveis em dólar, e os preços caíram um pouco porque se aproximam as eleições.

O nacionalismo, portanto, está em contradição com o imperialismo. Podemos ver isso na Venezuela, na Rússia, na Nicarágua. Os setores nacionalistas tendem a proteger a economia local e restringem a exploração do imperialismo que está ávido por novas fontes de riquezas para continuar sua dominação mundial.

O fator Alckmin

Com certeza esse é um grande erro da política de alianças do PT, colocar Alckmin como vice na chapa de Lula. O (ex)tucano era justamente o candidato do imperialismo na última eleição. Mas, nem mesmo sua presença detestável representa uma guinada ou que transforme Lula no candidato do grande capital.

Lula é o candidato com forte apelo popular, existe uma grande expectativa de que um governo seu represente uma volta ao desenvolvimento e é por isso que o coloca em choque com o imperialismo. Mais um motivo para o PT e Lula buscarem apoio nas massas, a verdadeira força que pode derrotar essa força que domina o mundo, mas que vem perdendo cada vez mais o controle da situação. E, com certeza, esse é o momento para, junto com a classe trabalhadora, iniciarmos uma nova etapa de ascenso da esquerda na luta de classes.

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