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Lutar ou lacrar?

Se a esquerda combatesse Bolsonaro como combate um atleta…

Ao invés de lutar para derrubar um governo que ataca as condições de vida da população de conjunto, esquerda cai na arapuca identitária e pede mais repressão

O caso do jogador de voleibol Maurício Souza continua repercutindo e tendo novos desdobramentos. Mesmo após o linchamento nas redes sociais e na imprensa burguesa, que resultou na demissão do atleta do Minas Tênis Clube, parlamentares LGBT da direita e da esquerda se uniram para cobrar medidas do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e do Facebook/ Instagram.

A articulação entre parlamentares foi majoritariamente composta por políticos filiados a partidos de esquerda: PT, PSOL e PCdoB. Mas contou também com integrantes da direita, como políticos do PDT, Rede, PV e PROS. Enfim, como se trata apenas cobrar por mais repressão às liberdades democráticas, nada mais natural que a direita estivesse envolvida.

A representação encaminhada ao MPMG pede a abertura de ação penal pública contra o jogador e indenização por “dano moral coletivo” de R$50 mil. Mas não para por aí: os parlamentares querem ainda que Maurício Souza seja obrigado a apagar as postagens consideradas “homofóbicas”. Quem sabe não peçam também para que ele seja obrigado a fazer postagens favoráveis aos direitos dos LGBTs, por que parar por aí?

Para o Facebook, dono da rede social Instagram, onde ocorreram as postagens, o pedido foi para receber os parlamentares e discutir políticas de combate à “homofobia” e “discurso de ódio”. Ou seja, querem que as já arbitrárias censuras nas redes sociais se intensifiquem. Para esses políticos, o Facebook censura pouco.

Em resumo, essa aliança parlamentar de LGBTs pede para que o mais antidemocrático dos três poderes do Estado seja ainda mais punitivista, o que só pode implicar no fortalecimento do judiciário golpista. O mesmo que encarcera em massa a população mais pobre e acoberta os assassinatos cometidos pelas polícias por todo o país.

Da parte do Facebook/Instagram, trata-se de um monopólio capitalista envolvido em uma série interminável de escândalos de vazamentos de dados e censura seletiva ao longo dos últimos anos. Eis que políticos da esquerda pegam carona na repercussão do caso e se propõem a avalizar o poder moderador dessa empresa sobre o que pode e o que não pode ser expressado na internet.

A um ano das eleições de 2022, cegos pela sanha carreirista, esses parlamentares de esquerda estão na verdade ajudando a montar uma armadilha para si mesmos. Qual será o limite para os crimes de opinião? Criticar direitistas, por suas ações, pode entrar configurar crime se a pessoa for negra, mulher ou LGBT? Defender a palavra de ordem Fora Bolsonaro pode ser considerado um atentado contra as instituições, pois ocorreram eleições avalizadas pelo TSE?

Aliás, é bastante oportuno que toda essa gritaria ocorra ao mesmo tempo em que a maioria das direções da esquerda procura fazer naufragar a campanha Fora Bolsonaro. Ao não obter sucesso na infiltração da direita nos atos, por resistência dos militantes de base da esquerda, os carreiristas profissionais tentam novamente desorganizar e confundir os setores que querem sair às ruas contra esse governo, fruto do golpe eleitoral de 2018.

A censura é uma arma importante da burguesia para impor sua ideologia e sua política. O poder de censurar não está nas mãos da esquerda e nem dos parlamentares LGBT, mas dos monopólios capitalistas e pelas instituições que eles controlam no Estado. Quem hoje pensa estar silenciando uma opinião errada, pode ser silenciado amanhã. Ou a liberdade de expressão é a mais ampla o possível ou não é um direito.

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