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PV, PSB, PDT e Cidadania

RJ: a frente ampla em ação para sabotar e destruir os atos

Além de convidar os golpistas, coordenação do ato decidiu excluir o PCO

No Rio de Janeiro, onde o ato do dia 19 de junho foi muito maior que o ato do dia 29 de maio, tornando-se uma expressão fiel da explosão em que o País se encontra, um setor profundamente direitista da esquerda nacional decidiu desferir um golpe contra o movimento. Embora a operação não se dê às claras — como todo método rasteiro —, os nomes de quem está dando o golpe não vêm à tona. No entanto, a jogada é clara.

O golpe contra o movimento consiste em, ao mesmo tempo, excluir o partido que expressa de maneira mais bem acabada o caráter combativo dos atos e contrabandear os partidos que expressam de maneira mais bem acabada a sabotagem a esse movimento. Conforme o material de divulgação do ato deixa claro, a coordenação anônima e clandestina do ato no Rio de Janeiro convidou os golpistas PV, PSB, PDT e Cidadania, além do Movimento Acredito, financiado por um dos principais capitalistas do País, que é Jorge Paulo Lehman. Por outro lado, deixou de fora e “esqueceu” de convidar o Partido da Causa Operária. Nesse caso, os picaretas sabiam que o PCO nunca assinaria algo em conjunto com essa direita.

Por que a coordenação do ato demonstrou tamanho esquecimento no caso do PCO e tanta lembrança na hora de convidar a direita golpista? Talvez, na verdade, seja amnésia em ambos os casos: esquecimento de chamar o partido que mais faz propaganda em torno da mobilização pelo Fora Bolsonaro e esquecimento de que os partidos tão “democráticos” que foram chamados são todos do bonde do “tchau, querida” que levou Bolsonaro ao poder.

Obviamente, uma coisa tão aberrante como essa não pode ser obra de nenhuma coincidência — ignorar dois dos mais importantes aspectos da luta política em curso, que são quem está nas ruas e quem está atacando quem está nas ruas. Além do mais, o movimento que está nas ruas envolve cerca de um milhão de pessoas e tem influência sobre a vida de centenas de milhões: nenhuma coordenação pode se dar ao luxo de agir sem saber o que está fazendo.

Ora, se o único partido de esquerda, sem qualquer exceção, a ser excluído da convocação do ato é justamente o partido que organizou o ato de primeiro de maio, preparando as mobilizações futuras, que convocou intensamente todos os atos, que é o único a dizer, desde o primeiro dia da pandemia, que o povo deve sair às ruas, que apresentou um programa de luta contra a crise sanitária e econômica e que denuncia quem são os inimigos dos trabalhadores e seus planos, então trata-se de um ataque deliberado contra o movimento. Uma sabotagem à sua vanguarda, à sua direção: é a tentativa de fazer com que ele se torne um movimento inconsciente, o que o levará, inevitavelmente, ao sequestro por parte da direita.

A escolha de tão “nobres” convidados como o PV, o PSB e Jorge Lehman, por outro lado, apenas comprovam que a exclusão do PCO é uma tomada de posição em relação aos golpistas. Todos eles são inimigos da mobilização e, inclusive, estavam abertamente contra os atos no dia 29 de maio. Não defendem Lula, a esquerda, a luta contra o golpe, contra a fome, contra as privatizações, nem nada do tipo: são cavalos de Troia da burguesia infiltrados para impedir que o movimento tome um caráter ainda mais radical.

A política de excluir o PCO e chamar os golpistas é, portanto, uma política da direita. É uma manobra, um golpe para que o movimento se transforme em sua antítese: de explosão popular pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, passe a movimento dos golpistas pela manutenção do regime. Isto é, por um movimento que não tenha força de derrubar o governo nas ruas ou que, se tiver algum êxito, será o de derrubar Bolsonaro para viabilizar um candidato da chamada “terceira via”. Isto é, da direita nacional, que seja ainda mais alinhado com o imperialismo e com a política neoliberal.

Essa manobra só é possível porque a coordenação dos atos é incrivelmente antidemocrática. A coordenação se autodenomina “secretaria operativa” e é uma coisa que jamais foi vista em qualquer movimento de massas no Brasil, uma verdadeira aventura. Não se trata de uma coordenação formal, com figuras públicas e que representem todos os envolvidos no movimento. É um grupo de pessoas, que não foram escolhidas por ninguém, que não representam o conjunto das organizações da esquerda, nem mesmo são conhecidas. É como se um vendedor de picolé decidisse, da noite para o dia, declarar-se dono da Microsoft.

Não bastasse esse caráter extremamente obscuro, que não permite que a coordenação seja de fato cobrada ou contestada pelos manifestantes, o seu funcionamento é também um verdadeiro circo. As reuniões são secretas, ninguém sabe o que de fato é discutido e nem mesmo quando as reuniões vão ocorrer. Na reunião em que foi tomada a decisão absurda de convocar um ato público 40 dias depois da realização do ato de 19 de junho, o PCO sequer foi convidado. E mesmo quem consegue participar da reunião, não consegue discutir coisa alguma: as reuniões são antidemocráticas, de modo que as decisões já são tomadas anteriormente por esse “operativa” e são todas reforçadas por dezenas pessoas colocadas na reunião apenas para inviabilizar qualquer reunião. Com toda essa ditadura, obviamente que ninguém vai pensar que a coordenação clandestina se preocupe em fazer plenárias para que os operários, os assentados, os sem teto e o povo em geral opine sobre o rumo do movimento.

Essa ditadura só se impõe sobre os atos porque o conjunto da esquerda nacional aceita que essas “operativas” formadas por moleques, que não representam o movimento, nem suas organizações, falem em nome do movimento. E, na medida em que aceitam essa palhaçada, que não denunciam, que não tomam medidas para desmascarar a farsa e organizar um verdadeiro movimento de massas, estão capitulando para a política da ala mais direitista da esquerda nacional: a política da frente ampla.

A política da frente, que é a política a serviço da qual estão todas as “operativas”, é a política de submeter o movimento de luta contra o golpe aos golpistas. É entregar todo o potencial do movimento de pôr abaixo o regime de conjunto, de erguer um governo dos trabalhadores, aos partidos falidos da burguesia, odiados pelo povo e que se ajoelham diante do imperialismo. É fazer, como está sendo articulado neste exato momento, uma aliança que vá desde as organizações que possuem vínculo com a classe operária até o ator pornô bolsonarista Alexandre Frota.

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