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Números revelam

PSOL, o partido preferido da imprensa golpista

Até mesmo o PSDB fica atrás quando o assunto são os chamegos da imprensa capitalista com o partido de Guilherme Boulos

folha

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) é a legenda que mais recebeu menções positivas do Partido da Imprensa Golpista (PIG) — o conglomerado de imprensa canalha e pró-imperialista que fez toda a propaganda do golpe de Estado e que ajuda a sustentar o governo Bolsonaro. A informação é parte de um levantamento feito pelo Manchetômetro, um portal especializado na cobertura da chamada grande imprensa. O estudo levou em consideração o conteúdo produzido pelo telejornal Jornal Nacional e pelos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e O Globo.

A pesquisa não deixa margem para dúvidas. Não trata de quaisquer “menções” ao PSOL — o que já seria muito desproporcional à sua relevância para o regime político — mas sim de menções positivas — em outras palavras, elogios. A mesma máfia que pediu incessantemente a prisão de Lula, que organizou a campanha pelo golpe de 2016, que apoia todas as medidas econômicas da direita e que trata os militantes do MST como terrorista estaria, ao mesmo tempo, promovendo um partido que se diz de esquerda. A quem isso conviria?

À esquerda, obviamente que não convém. Uma esquerda que é tratada a pão de ló pelos inimigos dos trabalhadores — e que, principalmente, sequer critica essa imprensa — apenas se desmoraliza. Como vai falar que a Globo mente e manipula, que falsifica os números para proteger o governo e que calunia e implanta intrigas para atacar a esquerda, se a mesma Globo está lá, todo dia, pintando o PSOL como a última Coca Cola no deserto?

É óbvio que quem tem a ganhar com isso tudo é a própria imprensa golpista. Por um lado, elogiar um setor da esquerda passa a impressão de que jornais imundos como a Folha de S.Paulo e O Globo — que apoiaram a ditadura militar de 1964-1985 e que apoiam as mais aberrantes ditaduras implantadas pelo imperialismo — são órgãos “plurais”, que promovem diferentes “pontos de vista”. Seriam jornais que mereceriam o dinheiro e o crédito de todos os “brasileiros”, pois seria um jornal de “todos”, comprometido com “a verdade”, “o bem comum” etc., e não um instrumento a serviço de uma classe.

Por outro lado, a promoção de um setor da esquerda serve para cooptar esse setor. Serve para que se acostumem cada vez mais com os privilégios do regime, de tal modo que se tornem completamente dependentes da burguesia. Um político como Guilherme Boulos (PSOL), por exemplo, deve toda a sua carreira à imprensa golpista, principalmente à Folha de S. Paulo e a O Globo. Em nenhum momento de sua trajetória, Boulos procurou ter um jornal próprio, nem um esquema de agitação e propaganda militante. Ou seja, se, em algum momento, a imprensa golpista decidir não mais promover Boulos, sua carreira estará acabada, o que fará com que Boulos, para  manter sua carreira, esteja disposto a qualquer coisa que seus patrões mandarem.

A cooptação de um setor da esquerda por parte da burguesia não é um processo tão fácil, por mais que a classe dominante esbanje meios de corromper qualquer um. Normalmente, a burguesia procura cooptar aquele setor que possua alguma influência sobre a esquerda, mas que não seja verdadeiramente ligado a um movimento de massas, pois tende a ser muito pressionado em um momento de radicalização. A burguesia tem por preferência aqueles setores mais avulsos — essencialmente pequeno-burgueses —, obcecados por uma carreira no funcionalismo público, sem interesses bem definidos, que estejam, portanto, prontos para vender a alma para os capitalistas.

E é por isso que o PIG encontrou no PSOL o partido perfeito para promover. Um partido formado por professores acadêmicos, advogados, que nunca liderou uma greve, nem qualquer movimento importante e que, portanto, estará disposto a defender com unhas e dentes a política do imperialismo.

Basta olhar a história do PSOL, e qualquer um verá, como regra, o apoio ao imperialismo travestido de demagogia pseudo — e bote pseudo nisso — esquerdista.

Apenas para citar alguns exemplos, podemos mencionar as eleições presidenciais de 2006, quando a candidata do PSOL, Heloísa Helena, liderança nacional da campanha contra o direito ao aborto, se refere a Lula como “bandido”, usando a bandeira nacional ao fundo, parecendo uma verdadeira bolsonarista. Ou a campanha “Não vai ter Copa”, em 2014, quando o PSOL se juntou às ONGs financiadas pelo Departamento de Estado norte-americano para desestabilizar o governo do PT.

O principal projeto da imprensa golpista no PSOL agora é, sem dúvidas, promover Guilherme Boulos, cotado hoje a pré-candidato ao governo de São Paulo para dividir o voto de Fernando Haddad (PT). Conforme demonstrado cabalmente por reportagem deste Diário, Boulos é empregado de um instituto dirigido por Leandro Daiello, ex-chefe da Lava Jato, e pelo refundador do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen. Esse instituto ainda possui uma parceria com a think thank Global Americans, que é financiada pela CIA, a agência de inteligência do imperialismo norte-americano.

Figuras como Guilherme Boulos e partidos como o PSOL são exemplos daquilo que vem sendo chamado de “nova esquerda”, da qual o chileno Gabriel Boric é o símbolo. Isto é, uma esquerda desconectada das massas, profundamente imperialista e que usa e abusa da demagogia para atacar o nacionalismo burguês.

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