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Uma ação distracionista

PSOL e sua política eleitoreira e de derrota da greve dos garis

"Socialistas" do PSOL, que apoiaram - de fato - a eleição de Eduardo Paes e a frente ampla com a direita golpista, agora querem indenização e retratação do prefeito reacionário

Em nota no seu site, o Diretório Municipal do PSOL no Rio de Janeiro, anunciou que “entrou com ação na Justiça contra o prefeito da cidade Eduardo Paes por danos morais na última quinta-feira (31)”.

Ainda, segundo o PSOL, a ação foi assinada também pelo ex-vereador do Rio Babá (PSOL) e o vereador Lindbergh Farias (PT) e teria sido motivada pelo conteúdo publicado pelo prefeito no Twitter sobre a greve dos garis, nas quais o prefeito direitista, agindo com o um verdadeiro gorila da ditadura militar ataca a greve e acusa os líderes da greve e seus apoiadores de “baderneiros” e “terroristas”.

 

Contra o quê o PSOL se indigna?

A principal reclamação do PSOL, no entanto, segundo o que comunica no seu site é que o prefeito “tenta imputar ao PSOL, sem qualquer fundamento, atos que intitula de “terrorismo, vandalismo e ameaças”.

O documento que embasa a ação do PSOL, segundo seu site, “ressalta que as postagens ‘contém crime contra a honra dos autores, pelas ofensas e condutas criminais falsamente imputadas, além da exposição indevida da imagem ali perpetrada’”.

O PSOL não se mostra preocupado com a situação de miséria a que estão submetidos os garis, que há três anos estão com salários congelados e, por isso, reivindicam 25% de reposição das perdas salariais, além de aumento no mesmo percentual no tíquete refeição. Não protesta contra os ataques do prefeito playboy e do judiciário reacionário (a quem o PSOL vai recorrer) que sob a acusação, sem qualquer fundamento, de que os grevista são terroristas, entraram com queixa crime e ameaçam demitir os grevistas e multar o sindicato da categoria em R$200 mil por dia se agrave não acabar.

Protesta o PSOL em sua ação que o prefeito “ao caluniar e difamar os autores ofendeu de forma grave suas imagens, utilizando-se de inverdades para tanto e propagando desinformação. Por esse motivo deve ser responsabilizado civilmente”.

Por conta disso, o partido pede “indenização” e que “Paes seja obrigado a remover a publicação e se retratar“.

Bem ao contrário dos garis

O PSOL afirma que “comprometido com seus filiados e com a sociedade, não pode permitir que sejam espalhadas falsas denúncias”, se apresentando como defensor da inexistente moral do Estado capitalista, criminoso pela sua natureza, pela sua função social que é garantir o interesse de um punhado de grandes tubarões capitalistas contra a maioria da população.

A inútil ação que, no máximo, poderá render alguns dividendos eleitorais e financeiros para os seus patrocinadores, procura apontar como centro das ações do partido e da esquerda a “pressão” jurídica sobre o governo, quando o problema central nesse momento é cercar de solidariedade ativa a greve dos garis que, além da ditadura de Paes e judiciário, enfrenta também os pelegos dos seu sindicato que tentaram acabar com a greve, com amplo apoio da imprensa, mesmo com decisão contrária da assembleia da categoria que votou massivamente pela continuidade da mobilização.

A mobilização dos garis, além de serem o único caminho para arrancar do governo patronal e direitista o atendimento de suas justas e necessárias reivindicações, são um exemplo para o conjunto dos trabalhadores que, para avançarem na luta diante dos governos da direita precisam ir bem além da política de aparência da esquerda identitária, precisam de um enfrentamento real, nas ruas, com os governos inimigos dos trabalhadores, inclusive, aqueles como o de Paes que foram apoiados por setores da esquerda na sua eleição, sono pretexto de que representavam um “mal menor” em relação a outros setores da direita golpista, os “bolsonaristas”.

Os garis e todo o povo trabalhador do Rio colhem os frutos da política conciliadora de setores da esquerda pequeno burguesa que defenderam e se empenham “arduamente” na defesa da frente ampla com a direita golpista, a tal ponto de alguns dos seus principais líderes como, o ex-deputado Marcelo Freixo, há bem pouco tempo a “estrela maior” do PSOL no Rio, se passarem de malas e bagagens para dentro de partidos burgueses golpistas, como o PSB, que deu 23 dos seus 29 votos, na Câmara dos Deputados a favor da derrubada da presidenta Dilma Rousseff, em 216, e que hoje age para chantagear Lula, o PT e toda a esquerda, em favor dos interesses mesquinhos e eleitoreiros, que são – para eles – bem acima dos interesses dos trabalhadores.

A ilusão no judiciário

O PSOL carioca, sinaliza para os garis, demais trabalhadores e toda a juventude, em direção a um caminho totalmente rotineiro para o partido, o de levar as demandas populares e até mesmo a defesa dos direitos democráticos (até do próprio partido) para serem decididos no reacionário judiciário golpista. Uma posição bem diferente dos garis que estão, justamente, enfrentando o judiciário com sua greve, porque com suas lutas compreenderam que justiça é uma instituição dominada pela direita, pela burguesia inimiga dos trabalhadores, que não deve ser respeitada e exaltada como árbitro das causas populares, que só podem se impor pela força da luta do povo, pelos meios que forem necessários.

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