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Uma frente com a direita

Pré-candidatura de Glauber Braga é contra Alckmin ou contra Lula?

PSOL avalia lançar candidatura própria, uma forma de conter o ímpeto da campanha Lula presidente, bem ao gosto da burguesia

psol

O deputado federal do PSOL, Glauber Braga, apresenta-se como pré-candidato do partido à presidência da República nas próximas eleições, embora a proposta de lançamento de uma candidatura própria tenha sido derrotada no Congresso deste partido que ocorreu no segundo semestre deste ano. Nessa ocasião, aprovou-se, de maneira genérica, a prioridade da formação de uma frente de esquerda com um programa comum em detrimento do lançamento de candidatura própria. Sobre a frente óbvia, o apoio do PSOL à candidatura Lula, nada foi definido.

A decisão congressual, no entanto, não é a palavra final, Braga continua como pré-candidato, inclusive concedendo entrevistas nessa qualidade, e o escrutínio entre lançar candidatura própria e apoiar a tal frente ficará para Conferência que será realizada no primeiro semestre de 2022, segundo Juliano Medeiros, presidente do Partido.

Um fato, no entanto, reacendeu a disputa e lança mais luz às disputas internas do PSOL. A imprensa capitalista dá destaque para o retorno de debate interno no sentido de o PSOL lançar candidatura própria à presidência. E não é um mero destaque, trata-se de uma sugestão. O pretexto para deixar a suposta política de “construção” de frente de esquerda programática é a possibilidade de Geraldo Alckmin ser candidato a vice na chapa do ex-presidente Lula.

Para Braga, a presença de Alckmin, que até o momento não passa de especulação, reforçaria a necessidade de se opor ao PT evidentemente pela “esquerda”. Torna-se claro, deixando de lado o frase pesado-revolucionário do pré-candidato, a candidatura própria neste momento é na realidade a formação de uma frente, mas com a direita contra o PT.

O jornal golpista O Globo publicou uma matéria afirmando que a ideia ganha mais força no interior do partido. Braga afirma que a posição de apoiar uma frente em detrimento de candidatura própria venceu apertado no Congresso (56% contra 44%) e que, portanto, poderá ser substituída pelo lançamento da candidatura própria. E é isso mesmo que a imprensa capitalista impulsiona.

Por sua vez, o presidente do PSOL afirmou em entrevista ao portal Poder360:

“Do nosso ponto de vista é um erro ter a presença do Geraldo Alckmin numa frente das esquerdas, da centro-esquerda. Para nós isso não faz sentido. Agora se isso será suficiente para que inviabilize uma unidade das esquerdas é algo que vamos ter que avaliar”.

Sem dúvida alguma o nome de Geraldo Alckmin circular como possível vice do ex-presidente Lula é extremamente negativo, Alckmin é um elemento dos setores mais reacionários da burguesia, um notório inimigo dos trabalhadores, embora seja hoje um elemento marginal da classe dominante. É preciso, no entanto, ponderar: seria o PSOL assim tão avesso a alianças com a burguesia?

O PSOL foi um dos partidos que mais trabalharam pela chamada frente ampla, da aliança com a direita tradicional e mesmo embustes do imperialismo estadunidense como o MBL, supostamente para combater Bolsonaro. É também notória a ação do presidente do PSOL que convidou publicamente a direita paras os atos da esquerda por fora Bolsonaro, houveram mesmo políticos do PSOL que participaram de atos do MBL e políticos do partido que receberam dinheiro do banqueiro enquanto membros do partido e sofreram punição alguma, dentre muitas outras relações espúrias que este partido ou membros mantém com a direita, como é o caso do principal quadro do partido, Guilherme Boulos, denunciado por este sítio.

É de se concluir que não é por pura aversão a Alckmin ou a direita que se coloca a questão do não apoio a candidatura Lula, que aliás não foi feita até hoje pelo PSOL. É bem disso que se trata, a direção do PSOL procura um subterfúgio para não apoiar a candidatura Lula, justamente pelas relações que mantém com a direita tradicional.

Essa posição, no entanto, não encontrou terreno fértil no Congresso, adotou-se uma solução intermediária para não levar o partido a mais uma cisão: apoiar genericamente a construção de uma frente de esquerda programática, que para muitos membros da base e eleitores deste partido aparece evidentemente como apoio a candidatura Lula. Agora usam a questão Alckmin para colocar contra a parede a ala que defende o apoio à candidatura Lula.

É de se destacar, que o PT até o momento conta com o apoio partidário apenas do PCO; os partidos de direita, que chamam de partidos de centro são apenas cavalos de troia, e mesmo os partidos de esquerda impõem mil condições para apoiar a candidatura e formar a frente por Lula presidente; a burguesia estimula a fragmentação da esquerda, não para dividir o voto apenas, que no caso do PSOL e outros é relativamente insignificante, mas para impedir a unidade de ação, a formação de um movimento popular por Lula presidente, uma maneira de frear o ímpeto que poderia adquirir a campanha caso toda a esquerda se unificasse verdadeiramente e trabalhasse verdadeiramente por Lula candidato.

A própria especulação sobre Alckmin em alguma medida é fruto do isolamento do PT que acontece por falta de unidade da esquerda. Fica evidente que a candidatura Glauber Braga não meramente um reflexo aliança do PT com setores da direita, alianças que o próprio PSOL já fez, mais um instrumento, estando o próprio e seus correligionários cientes ou não
contra a candidatura Lula, que depende, para ser vitoriosa, não apenas do voto, mas principalmente da mobilização popular.

Um dos argumentos do PSOL justificar a sua política de frente ampla era o combate ao fascismo, outro comum a toda a esquerda pequeno-burguesa era o mal menor, com esse argumento apoiaram Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro, quando se trata, poderem de formar uma frente para mobilizar o povo pela eleição do principal líder popular do país e o partido que mais perseguido pelo golpe de Estado, o único candidato capaz de derrotar o fascista e todos os outros candidatos da burguesia, o PSOL luta para não se aliar.

Não tem nada haver com Alckmin, que tem de ser derrotado pela força do movimento que apoia Lula, trata-se de uma política da direção do PSOL de servir aos interesses de setores da direita, essa política da direção atual encontra certa resistência, nesse embate veremos em breve qual posição sairá vitoriosa.

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