Já faz cerca de um ano e meio que o Partido da Causa Operária participou, na TV 247, de um debate entre os principais partidos da esquerda brasileira. Estando presentes os presidentes do PCO, PT, PCdoB e PSOL, os partidos discutiram na época os principais temas do momento: pandemia, Fora Bolsonaro e a saída para a crise gerada pelo golpe de Estado.
Naquele dia, 17 de agosto de 2020, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, anunciou oficialmente que o Partido da Causa Operária iria levar às ruas a campanha “Fora Bolsonaro, Lula Presidente”, sendo a única saída para os trabalhadores na luta contra o golpe. Explicando a importância de defender desde aquele momento a candidatura de Lula em meio à campanha contra o golpe, o presidente do PCO propôs que todos os partidos se unissem em torno da campanha por Lula Presidente, pelos motivos o que hoje já estão claros, de que Lula é o candidato capaz de mobilizar os trabalhadores e o único capaz de derrotar o golpe.
No entanto, naquele momento, tirando o próprio PT, nenhum outro partido decidiu apoiar Lula, na realidade se colocaram como uma decisão incerta apoiar o ex-presidente, mesmo em um momento crucial da luta contra o golpe, onde nenhum outro candidato está sendo colocado em perspectiva. Naquele período, a desculpa era o problema do “programa político”, sobretudo do PSOL, que afirmava de que deveria discutir um programa para apoiar Lula.
O tempo passou, Lula desponta cada vez mais nas pesquisas eleitorais, sendo hoje colocado como favorito absoluto para ganhar as eleições. Lula mesmo assim está em meio a um caso atípico para uma mera eleição, mesmo sendo o favorito disparado em todas as pesquisas conta, até hoje, apenas com o apoio do Partido da Causa Operária.
As desculpas evoluíram e rapidamente se revelaram em manobras políticas não apenas para não apoiar Lula, mas sim boicotar sua candidatura. É o que faz hoje o PSOL, que com a liderança de Guilherme Boulos iniciou a campanha de roubar votos de Fernando Haddad, candidato do PT no principal estado do país. Além disso, em todo o país o PSOL organiza alianças com o PDT, partido do golpe e que faz dura campanha anti-Lula desde as últimas eleições.
Dentro da esquerda pequeno-burguesa, e isso fica evidente sobretudo no caso do PSOL, há uma divisão clara em torno do problema Lula: há aqueles que se juntaram completamente à campanha anti-Lula, se aliando a partidos como o PDT ou criando uma suposta “ala esquerda” contra Lula, que vem se apoiando na suposta aliança entre Lula e Alckmin, como também há o setor da esquerda pequeno-burguesa vem se movimentando no sentido de Lula com claras intensões de assegurar cargos em um eventual governo.
Apoio de fato, isto é, aqueles que fazem de fato campanha nas ruas, mobiliza o partido em torno da candidatura de Lula e colocam na ordem do dia a sua eleição, só existe no Partido da Causa Operária. Os motivos disso são mais simples que parecem, o PCO é o único que apoia Lula fora do PT pois é um partido que se baseia em princípios políticos. O partido defende Lula não por um problema meramente ideológico, como inventam partidos como o PSOL, mesmo com um programa totalmente diferente, o PCO defende a candidatura de Lula, pois o ex-presidente é visto pela maioria dos trabalhadores como o representante da luta contra o golpe nas eleições.
Com Lula, mobiliza-se a classe trabalhadora, todos os setores oprimidos que se encontram cada vez mais radicalizados na população. O apoio à candidatura de Lula é um apoio à mobilização contra o golpe e contra o imperialismo, ou seja, um dever de toda a esquerda. É preciso denunciar a “esquerda” anti-Lula, que vem boicotando sua candidatura cada vez mais em uma campanha ligada aos interesses do regime golpista e do imperialismo.
