A presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, criticou a política econômica do governo ilegítimo de Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e seu ministro da Economia, o Chicago Boy Paulo Guedes, na quinta-feira, 8 de setembro.
Santos considera que Bolsonaro deveria estar preocupado em governar, recuperar o País da situação crítica na qual se encontra, como se não fosse uma política deliberada a responsável por levar a nação a tal situação. Sua opinião é a de que se verifica um descompasso entre as necessidades do povo e as ações do presidente fascista. No desenvolvimento de sua crítica, Luciana elabora um quadro da situação social e econômica que revela uma catástrofe.
“Bolsonaro e Paulo Guedes não só trouxeram de volta o fantasma da inflação, como estão alimentando ele com a política de preços da Petrobras, o aumento na conta de energia, a desvalorização da nossa moeda, a destruição de cadeias produtivas, a instabilidade política e o estímulo ao caos social e institucional”.
Bolsonaro “prefere se dedicar ao golpismo” e a política neoliberal “minou o poder de compra do povo, sobretudo dos mais pobres, muitos já desempregados, que se veem sem ter como pagar itens essenciais como luz, gás e alimentação. E, enquanto isso, o foco do presidente é o STF. Total desconexão com a realidade”
A impressão que se passa pelas palavras de Luciana é que Jair Bolsonaro, um político fascista, fruto de um golpe de Estado e de uma fraude eleitoral, que atua para atender aos interesses dos banqueiros, capitalistas nacionais e internacionais, latifundiários e do imperialismo norte-americano, se quisesse, poderia ter uma política diferente da atual.
Luciana reivindica um Bolsonaro que não esteja preocupado com o golpismo, mas que formule políticas governamentais que ataquem os problemas da população. Ou seja, um Bolsonaro que não seja o Bolsonaro real, porém um outro Bolsonaro, humanista e preocupado com a resolução da situação de penúria, que é uma consequência de sua política neoliberal.
O presidente ilegítimo tem tido diversos choques com o Supremo Tribunal Federal (STF). A presidenta do PCdoB e atual vice-governadora de Paulo Câmara (PSB), em Pernambuco, não compreende a luta política que se desenvolve no interior do bloco dominante do País. É como se fosse uma questão de preferência pessoal de Bolsonaro não resolver os problemas do povo e sim chocar-se com o STF. E pode-se deduzir de seu comentário que o choque com o STF é um fato negativo e desnecessário, um fator que atrapalha a resolução dos problemas nacionais.
Não obstante, deve-se esclarecer que o STF é um dos pilares do golpe de Estado de 2016 e da fraude eleitoral de 2018 que colocaram a extrema-direita fascista na presidência da República. A Suprema Corte apoiou a Operação Lava Jato, legalizou a prisão em segunda instância somente para prender Lula e negar seus direitos democráticos processuais, legalizou as “reformas” trabalhista, previdenciária, a lei das terceirizações, privatizações, entrega do Pré-Sal e congelamento dos investimentos públicos por 20 anos (2016-2036). A luta entre Bolsonaro e o STF caracteriza-se como uma briga de quadrilha de criminosos, bandidos políticos que são inimigos dos direitos e interesses dos trabalhadores.
As declarações da presidenta do PCdoB demonstram o nível de degeneração e adaptação ao regime político golpista por parte deste partido político de esquerda. Vale destacar que o PCdoB comprovou em todas as oportunidades que é um partido cada vez mais alinhado com a burguesia e o imperialismo.
O PCdoB é o principal propagandista da política da Frente Ampla, que consiste na aliança dos partidos de esquerda com os partidos burgueses “democráticos”, como o PSDB, MDB, DEM. Nas mobilizações de rua, este partido defendeu a substituição da cor vermelha pelo verde-amarelismo e se aliou com o político neoliberal João Doria (PSDB) em São Paulo, chegando a defendê-lo com unhas e dentes quando aconteceu um entrevero entre os militantes da esquerda e os infiltrados do PSDB. Além disso, os “comunistas” sabotam as mobilizações para impedir um desenvolvimento da luta que possa colocar em xeque o regime político golpista e até mesmo o governo Jair Bolsonaro.
A política do PCdoB de adaptação à extrema-direita verde-amarela não deixa dúvidas de qual lado está o partido. Portanto, não surpreende o conteúdo político das declarações de Luciana Santos, que não pedem a derrubada do governo, não convocam o povo a se mobilizar nas ruas, apesar da situação a qual está sendo submetido. A cereja do bolo é o comparecimento do PCdoB aos atos do dia 12 de setembro, convocados pelo MBL, PSDB, DEM, Vem Pra Rua, com o pretexto de “defender a democracia”, mas que na prática é um palanque eleitoral da “terceira via”.