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João Pimenta

Estudante da USP. Colunista do Diário Causa Operária, membro da Coordenação da AJR e do Comitê Estadual do PCO de São Paulo. Autor do Livro “A era da Censura das Massas”.

Desvirtuar Lula

Paridade de gênero num eventual governo Lula

Ideias gestadas em universidades estrangeiras são perniciosas à candidatura de Lula

O jornalista Mauro Lopes, do Brasil 247, publicou no último dia 4 um artigo questionando sobre como será a questão da chamada “paridade de gênero” e da “paridade racial” num eventual governo Lula. Ele diz que a medida foi aplicada em países como a Alemanha, no novo ministério do socialdemocrata Olaf Scholz, bem como no Chile e Espanha. Ele pergunta ainda sobre a questão da chamada “paridade racial”. Antes de qualquer coisa somos obrigados a reconhecer, ainda que discordemos da opinião de Mauro, que o portal Brasil 247 é um dos poucos veículos que declarou desde já o apoio ao presidente Lula.

O tema tem se tornado mais frequente, o próprio Mauro Lopes perguntou isso ao presidente Lula na coletiva dele com os veículos de esquerda. O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, em entrevista para a Globo News, também levantou a lebre das chamadas pautas identitárias e disse que uma aliança com Lula estaria sujeita à concordância em vários pontos, que não são necessariamente econômicos, mas “muito importantes, como a questão ambiental.

A ideia de paridade de genêro, racial e até do ambientalismo como posto por muitos setores, é uma importação ideológica. Tivemos o desprazer de noticiar neste diário, por exemplo, que uma vereadora de esquerda no interior de São Paulo havia proposto montar uma usina de energia solar para substituir o uso de energia elétrica não-renovável. Mal sabia a pobre coitada que a cidade é abastecida pela limpíssima usina de Itaipu.

Guiados por esta importação, setores do PSOL, como a vice de Boulos Sonia Guajajara, se aliaram à Globo para buscar inviabilizar a realização da usina de Belo Monte, um projeto vital para a segurança energética nacional e desenvolvimento da região norte, tudo isso durante o governo do PT. Exigir que se tenha um desenvolvimento sustentável é uma coisa, embarreirar o desenvolvimento de uma nação é outra. Portanto, as tais pautas identitárias e o ambientalismo, colocado como essencial para o presidente do PSOL devem ser visto com muito cuidado pelo conjunto do movimento operário.

A questão da paridade no ministério de Lula é mais uma cortina de fumaça. Boric acaba de indicar uma mulher para a presidência do Banco Central, a senhora, apesar de mulher, é uma neoliberal e carrasco de todos os chilenos. Gênero não define política. A pessoa pode ser negra e ser uma aberração racista, veja o caso da Fundação Palmares. A paridade de membros no gabinete de ministros é apenas e tão somente demagogia. Se no ministério da Agricultura tivemos um homem branco cis que seja um militante de fato do MST, estaremos muito mais bem servidos do que com um índio neoliberal, como Ailton Krenak, que compôs o governo de Aécio Neves. 

Não temos que exigir paridade alguma. O movimento tem que ser para os que os movimentos, sejam eles sindicais, estudantis, populares, etc… tenham voz ativa no governo. Que ele responda às massas, não que coloque técnicos que cumpram determinadas cotas. Um é a representatividade real, o outro é apenas uma farsa.

O gabinete de Lênin após a revolução russa não tinha paridade, mas prestava contas ao povo, respondia a ele. Lênin era o primeiro-ministro, na agricultura o comissário popular era Miliyutin, um economista e militante urbano. Nenhum ministro e nenhum governo fez mais pelos camponeses que eles. Não havia uma única mulher no primeiro escalão do governo. Não apontamos isso como bom ou como ruim, era consequência de um partido organizado majoritariamente nas fábricas e no Exército, onde haviam poucas mulheres comparativamente. Nenhum governo, na história da humanidade, fez tanto pelas mulheres quanto o de Lênin. O direito ao voto, ao estudo, de ser votada a qualquer cargo, de divorciar-se sem acordo com o marido. As mulheres, principalmente as operárias, estiveram sempre representadas. Isso acontecia não por uma boa consciência dos homens no gabinete, mas pelo fato destes senhores representarem organizações, seja o Partido Bolchevique ou os Sovietes, onde o povo, mulheres inclusas, eram o motor central das decisões. Mulheres burguesas são piores às mulheres que homens operários. Temos que lutar para que gabinete de Lula seja composto por militantes do movimento de massa, pessoas com histórico reconhecido, com um programa claro, com um comprometimento público e que possam ser pressionadas pelos setores interessados do povo por aquela parte do governo. O resto é apenas fumaça. 

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