Guilherme Boulos, do PSOL, disse recentemente, em entrevista, que a suposta vice-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) para a presidência da república, na chapa de Lula (PT), era “mau sinal”.
O homem do IREE afirmou que tal composição tem um “simbolismo negativo”, e enumera as inúmeras atrocidades cometidas pelo tucano, ex-governador de São Paulo, que justificariam uma repulsa à uma chapa como essa.
Antes, de fato, é preciso denunciar desde já essa possibilidade de chapa. Alckmin representa todo o sofrimento do povo trabalhador brasileiro nas mãos do PSDB, especialmente na época de Fernando Henrique Cardoso, na presidência, e a maldição do tucanato no estado de São Paulo, onde, embora ninguém apoie esse partido, ele é seguidamente reeleito, especialmente por conta do controle das urnas feito pela direita.
Por outro lado, Guilherme Boulos foi um político fundamental para o golpe de Estado, dando o ar esquerdista para aquele que foi uma das maiores farsas da história política nacional, que foi a deposição do Partido dos Trabalhadores do Executivo Federal.
Enquanto Dilma Rousseff sofria o golpe, Boulos e setores da esquerda pequeno-burguesa criaram a “Frente Povo Sem Medo”, que afirmava lutar contra o ajuste de Dilma, se somando na frente contra a ex-presidenta e por sua derrubada.
Boulos também foi o homem do “não vai ter Copa”, durante o campeonato mundial de futebol em 2014, organizando protestos contra o governo federal e, agora ainda mais bem provado, financiado pelo dinheiro internacional para desestabilizar o governo petista no Brasil. E tudo feito com grande cobertura da imprensa golpista, que buscava, com isso, dar o caráter esquerdista da luta contra o PT.
O resultado foi a deposição de Dilma Rousseff e a prisão, em seguida, de Luiz Inácio Lula da Silva, em razão de uma farsa montada pelo Ministério Público e a Polícia Federal. Para completar, todo o processo resultou na eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro, candidato à reeleição em 2022.
Fato é que Boulos fez mais pelo golpe de Estado que o próprio Alckmin, especialmente por promover dentro da esquerda uma grande confusão e dar um verniz esquerdista para o golpe dado pela direita.
Nesse sentido, a crítica encomendada de Boulos contra a candidatura de Lula com o suposto vice Alckmin é só mais uma das ações promovidas por Boulos e o PSOL para fazer uma campanha direitista contra a campanha de Lula, mas com uma fachada de esquerda.
Tanto é assim que dentro da esquerda uma das estrelas preferidas da imprensa burguesa é Guilherme Boulos, sempre convidado pela imprensa para fazer campanha especial contra Lula e o PT.