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E a repressão?

O gravíssimo silêncio da esquerda sobre a violência da polícia

Única preocupação da esquerda pequeno-burguesa foi defender o PSDB

Os ataques da esquerda pequeno-burguesa, agarrada às pernas da imprensa capitalista, ao PCO após o enfrentamento com o PSDB na Avenida Paulista se acumulam às dezenas. Tem de tudo, mas sempre expressando a mesma campanha suja e moralista como a que a burguesia fez contra o PT quando estava organizando o golpe de 2016: roubaram, espancaram, foram autoritários etc. São, portanto, nada mais do que a confissão, por parte desses setores da esquerda frente-amplista, de que não têm um programa de esquerda, mas sim que ecoam o programa de pilhagem organizado pelo imperialismo – sem, no entanto, se beneficiar dele!

Outro aspecto muito chamativo dessa campanha moralista contra o PCO — que serve somente para ocultar que a esquerda pequeno-burguesa defende a participação do PSDB nos atos — é o fato de que absolutamente nenhum dos inquisidores, que tanto clamaram contra a violência, o autoritarismo, o fascismo — para os mais ousados — e tudo aquilo de que o PCO foi acusado se calaram de maneira vergonhosa diante das atrocidades realizadas pela Polícia Militar no mesmo dia.

A polícia, conforme denunciado por este diário, assistiu a um bando de infiltrados do PSDB encurralarem covardemente um pequeno grupo de militantes do PCO quando estavam indo embora do ato. Conforme nem mesmo os policiais tentaram esconder, pelo menos um dos bate-paus do PSDB que atiraram paus, pedras e garrafas contra os militantes do PCO, era conhecido da própria polícia, que só interveio quando o jogo começou a virar e os militantes do PCO, depois de serem socorridos por outros militantes que se aproximaram ao ver a cena covarde, passaram a ficar em vantagem em relação aos brucutus.

A polícia conhecia os bate-paus que encurralaram covardemente os militantes do PCO porque, finalmente, a polícia era parte da operação. Não é segredo para ninguém que a Polícia Militar é um instrumento de coerção e repressão que obedece diretamente ao PSDB, dono de todo o aparato burocrático do Estado de São Paulo há mais de duas décadas. A PM, inclusive, foi protagonista de uma série de episódios bárbaros de repressão de greves e manifestações contra professores e o povo em geral, bem como de massacres do povo pobre, como visto em Paraisópolis.

Sem falar, inclusive, que, da maneira como os bate-paus do PSDB atuavam — destaque-se o fato de que todos eles tinham uma fisionomia avantajada, todos pareciam ter saído de um criadouro de lutadores do UFC —, é muito provável que eles eram, eles próprios, ex-policiais ou até mesmo policiais a paisana.

Ninguém comentou absolutamente coisa alguma sobre a repressão da PM não por acaso. Escolher criticar o PCO por ter expulsado o PSDB dos atos e calar-se diante da repressão é um posicionamento diante da situação política. É escolher de que lado ficar.

Quem critica o PCO, seja de que forma for a crítica, por ter expulsado o PSDB dos atos está dizendo, conscientemente ou não: “o PSDB deveria participar das manifestações da esquerda”. É um cálculo absurdo, uma verdadeira idiotice. O PSDB levou 30, 40 pessoas dos dezenas de milhares que lá estavam — não contribuíram em nada para que o movimento crescesse. E não eram manifestantes nem militantes: eram bate-paus a serviço de campanha eleitoral e de provocações contra os manifestantes. É um partido que não é a favor da derrubada do governo — sequer assinou o pedido de impeachment. Quem aceita a participação do PSDB está, na verdade, abrindo o caminho para que um partido com tradição golpista — e que nem ao menos disse ter abandonado essa tradição, visto que continua defendendo abertamente a política dos banqueiros e o próprio governo Bolsonaro no Congresso — sequestre as manifestações do povo.

O silêncio sobre a PM vai no mesmo sentido. Não denunciar o método covarde da polícia contra a esquerda e os manifestantes é o mesmo que ser cúmplice com isso, é o mesmo que concordar com essa política. Porque essa é, afinal de contas, a parte “prática” da defesa da “frente ampla”. Para que a direita sequestre os atos, não basta aparecer com suas bandeiras azuis nas manifestações. Mesmo contratando todos os seus cabos eleitorais, a burguesia não consegue levar para as ruas um número maior do que a esquerda. É preciso, portanto, limpar o terreno, colocar para correr aquilo que mais expressa o caráter combativo da esquerda e que melhor apresenta resistência à política de colaboração com a burguesia.

O silêncio sobre a repressão da PM aos manifestantes é gravíssimo não só porque significa tomar partido da direita na luta contra a esquerda do movimento, mas porque, no momento de polarização cada vez mais intensa, o polo direitista da situação política se desenvolve com características cada vez mais fascistas. A tentativa de intimidar o PCO pelas pistolas e cassetetes da polícia, de modo a impedir que o partido continue sua denúncia contra todos os golpistas, é um método claramente fascista. É uma tentativa de desmobilizar, pela força, o partido que expressa as tendências mais radicais do movimento que está na rua.

A aliança taciturna com a polícia merece, neste caso, muita atenção dos companheiros que estão envolvidos de alguma maneira com o movimento pela derrubada do governo. Aceitar que o partido cujo grande crime foi defender que o movimento do povo continue sob o controle do povo seja expulso e colocar, no lugar, o partido das privatizações da liquidação do patrimônio nacional, junto com os fuzis da Polícia Militar fascista não é uma forma de combater o bolsonarismo. É uma forma de abrir o caminho para que a extrema-direita se imponha sobre o movimento.

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