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Contra o Povo

No Rio, a unidade a favor da repressão

A segurança pública sempre foi o maior pega trouxa da esquerda pequeno-burguesa no Rio de Janeiro, empurrando todos os seus candidatos para a direita.

O portal de notícias UOL publicou uma reportagem com a declaração de diversos candidatos ao governo do Rio sobre a organização da polícia no estado, obviamente que o PCO ficou de fora. Todos defenderam algum tipo de reforma da polícia, seja para integrá-las (militar e civil), seja para dar mais equipamentos e maior formação. Claro que, foi também unanimidade as “melhores condições de trabalho” para os policiais. Em época de eleições a esquerda pequeno-burguesa não pode deixar de fazer demagogia com nenhum setor.

A reportagem começa com uma declaração do atual governador sobre colocar câmeras nos policiais, gradualmente, primeiro naqueles que atuam em áreas de turismo, e “só depois expandida para todos os batalhões”, o que podemos interpretar como “só depois para os polícias que promovem as chacinas”. O uso de câmeras pelos polícias é um mero paliativo, na maioria dos estados dos EUA isso já é uma prática comum, mas a polícia não diminui o número de assassinatos nos “guetos”. O único lado positivo é que se obtém provas mais concretas contra a truculência do Estado. Portanto, se algum setor da polícia precisa dessas câmeras é aquele que invade as favelas e chacina a população.

Freixo mal se diferencia de Claudio Castro em suas falas. Já faz um tempo que o político tem aumentado sua campanha pró-polícia.

Suas críticas ao atual governo não é de que esta é absolutamente criminosa, e que a polícia é um órgão de assassinato, mas da “falta de valorização dos policiais atualmente” e que “é preciso oferecer melhores condições de trabalho para os agentes”. A polícia é desvalorizada somente na cabeça de Freixo e da direita, da qual ele tanto parece querer fazer parte — sua saída do PSOL para o PSB foi um passo em diante, de fato a segurança pública é uma das pastas que recebe mais investimento. Em 2018 o orçamento federal foi de R$ 8,8 bilhões, e em 2020 passada R$ 10,7 bilhões, enquanto a educação no mesmo período passou de R$ 95,6 bi para R$ 88,1 bi.

Da direita também falaram Anthony Garotinho (União Brasil), e Felipe Santa Cruz (PSD), suas falas continuaram com o mantra direitista agora repetido pela esquerda pequeno-burguesa: “Não há saída para a situação do Rio que não passe por integração, pela organização da polícia e de todo o sistema da Justiça”, disse Santa Cruz; “O que nós temos que ter é uma unidade nos procedimentos e a uniformização de todo o trabalho da polícia, além de fortalecer a corregedoria externa e aproximar a política de segurança do estado com o que há de mais moderno no mundo”, falou Garotinho.

Rodrigo Neves, ex-petista e prefeito da cidade de Niterói, agora concorrendo ao Governo do Estado pelo PDT disse “é preciso integrar as agências de segurança pública. Hoje, o Rio não tem uma agência estadual, uma secretaria, que faça a interface com a Polícia Federal, com as Forças Armadas”.

A esquerda-pequeno burguesa está tão parecida com a direita que todas as falas giram em torno de melhorar a carreira dos polícias, ou na integração, união e afins do aparato repressivo. A seguir as falas do candidato do PCB e logo após a proposta do candidato do PSTU:

“Nós temos uma proposta para a polícia que é a extinção das duas polícias que existem hoje —Civil e Militar— e a criação de uma nova: uma instituição civil e uniformizada para ela ser uma polícia de ação investigativa, preventiva e educativa”.

“A ideia é transformar a instituição, mudar a forma de entrada, fazer com que todos tenham carreira, salários dignos e uma formação forte, principalmente no sentido de definir o seu papel como protetor da população e vai trabalhar em conjunto com a comunidade”.

Segundo o PSTU seria “necessária a desmilitarização da polícia e a criação de uma Polícia Civil que incorpore tanto os setores de inteligência da corporação quanto o policiamento ostensivo.” (tirado da reportagem do UOL).

Nenhum candidato fala do fim da polícia. Para todos é uma questão de mais investimento, ou de ajustes na instituição, mudar o nome, mas mantendo a forma. O PCB fala em extinção da polícia, uma revindicação histórica dos marxistas, mas somente para inglês ver, de que serviria extingui-la se no lugar colocará outra? Falar que ela irá trabalhar com a comunidade é fácil, pode ser uma mera formalidade, o que importa é quem está no controle. O marxismo não defende um “trabalho dos trabalhadores com a polícia, mas sim o fim deste e sua substituição por milícias populares dos trabalhadores, e controladas por eles”.

As propostas de integrar a polícia, de melhorar a carreira dos polícias e as condições de trabalho não farão avançar em um milimetro a luta dos trabalhadores contra a repressão estatal. Pelo contrário, com mais condições a polícia irá, na prática, aumentar seu poder repressivo sob o povo. Não se trata de um problema de inteligência operacional como defende a esquerda pequeno-burguesa, e muito menos um problema de condições de trabalho. É um problema de classes, da natureza do Estado e de suas ferramentas. O Estado burguês e suas instituições servem à burguesia, a polícia é uma das mais importantes instituições, tem o papel de oprimir a população e impedir que esta se revolte. Não é à toa que a polícia atua nas favelas e comunidades carentes, as constantes operações policiais, seja pela Polícia Militar, ou pela Polícia Civil, tem por fim explicitar a dominação da burguesia sobre a classe operária.

A única saída é uma população armada, assim esta se torna capaz de se defender, e o fim da polícia. Deixemos ao povo o direito de se organizar territorialmente em milícias para gerir suas comunidades, bairros, vilas e setores de trabalho, assim, ao invés de uma ação alienígena do Estado que chega para matar e prender os moradores e trabalhadores, a própria população que conhece os seus problemas e suas fraquezas possa atuar sobre elas com o intuito real de resolvê-las.

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