Com a aproximação das eleições de 2022, já é possível ver no horizonte algumas das típicas estratégias “geniais” da esquerda no campo eleitoral. Muito comumente, essas estratégias não têm sentido prático algum e se baseiam em alguma consideração absurda. Um destes casos é o do PT no Rio de Janeiro. O estado está abandonado pelo partido há décadas, devido aos acordos espúrios feitos com a burguesia e a direita para a conquista de uma suposta governabilidade no âmbito federal.
No que diz respeito às próximas eleições para o governo do Estado, há uma disputa entre duas alas do Partido dos Trabalhadores, uma delas é a ala do vice-presidente do PT no RJ, Washington Quaquá, que defende o apoio ao atual governador, Cláudio Castro, do partido de extrema-direita, PSC. A outra ala representa a posição do deputado Lindbergh Farias, que defende o apoio à candidatura de Marcelo Freixo, ex-PSOL e que sairá candidato por seu partido atual, o PSB.
O apoio ao atual governador fascista é, evidentemente, um erro gigantesco. Nada contribuiria mais para a confusão política e até a indignação da população do que isso. No entanto, também se trata de um grande equívoco o apoio a Marcelo Freixo, e é importante explicar bem o porquê disso.
Apesar de Freixo apresentar um discurso esquerdista, já ficou provado que ele é um típico político burguês, com a sua ida para o PSB. Seu histórico anterior também é prova disso. Freixo sempre foi um fervoroso apoiador da PM carioca – uma verdadeira máquina de matar o povo. Prova disso é sua defesa das UPPs, operação que colocou mais polícia nas favelas, levando a um aumento exponencial da repressão e do assassinato da população pobre.
Freixo também foi a favor da Operação Lava Jato, sob o discurso de uma suposta luta contra a corrupção. Nas últimas eleições, ele defendeu voto no atual prefeito Eduardo Paes, um direitista já tradicional da política carioca. Em diversas ocasiões, ele se aliou a políticos da direita, de partidos como DEM, PSDB e outros.
É preciso também explicar a função do PSB na situação política. O partido é um gêmeo siamês do PDT de Ciro Gomes. Seu propósito é o mesmo que o do partido do coronel cearense, sabotar a candidatura de Lula, retirando seus votos pela esquerda. Apesar de se travestir de esquerdista, sua atuação é muitas vezes bolsonarista. Um exemplo é o caso das últimas eleições para prefeitura no Recife. O PSB fez uma campanha muito direitista contra a candidata do PT, Marília Arraes.
O PT não deve se aliar de jeito nenhum com partidos com o PSB. Não apenas pelo fato de eles serem inimigos tradicionais dos trabalhadores, mas também por serem inimigos táticos: na situação atual, eles trabalham para a burguesia no sentido de impedir a vitória de Lula nas eleições.
O correto a se fazer no Rio de Janeiro seria o PT lançar um candidato próprio, ligado à classe operária carioca e à luta popular. Os trabalhadores do Rio anseiam por isso. O PT é o maior partido de esquerda da América Latina, o maior partido militante do Brasil. Não há nenhuma necessidade de ter o apoio de traidores como Marcelo Freixo, que não possuem apoio e nem voto nenhum. É só ver a sua presença nos atos de rua, Freixo não levou ninguém para as manifestações, sequer participou delas. É preciso abandonar a política de aliança com golpistas como Freixo! Nada de bom virá desta política.
